Primeira comunidade indígena de Rondônia a ser reconhecida com o Selo Nacional da Agricultura Familiar (Senaf), o que permite comercializar seus produtos legalmente em todo território nacional e internacional, a Coopaiter se mantém em um constante processo de evolução, conquistando cada vez mais seu espaço.
Formada por mais de 200 famílias de 25 aldeias indígenas, a Cooperativa de Produção e Desenvolvimento do Povo Indígena Paiter Suruí, a Coopaiter, está localizada nos limites da Terra Indígena Sete de Setembro, na Amazônia Brasileira, ocupando parte dos estados de Rondônia e Mato Grosso. Desde o início da sua criação, em 2017, a Coopaiter conta com o suporte do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Rondônia, o Sebrae RO. Tendo como foco principal a produção de castanha-do-brasil, hoje a capacidade de produção da cooperativa indígena é de 16 toneladas processadas e cinco toneladas de castanha beneficiadas.
“O Sebrae acompanha a trajetória da cooperativa desde a sua fundação. Vários projetos realizamos juntos, em parceria com o Sebrae. Na própria terra indígena realizamos o projeto de Educação e Empreendedorismo, que é o JEPP, nas escolas indígenas. Temos vários outros acompanhamentos quanto à nossa produção, de levar ao conhecimento comercial o nosso produto, algumas negociações em parceria com o Sebrae para apresentar os nossos produtos em feiras e exposições”, conta a gerente de Produção da Coopaiter, Elisângela Dell-Armelina Suruí.
Segundo ela, a parceria com o Sebrae em Rondônia tem sido fundamental para os avanços registrados. “O Sebrae sempre esteve, desde o início, fazendo o acompanhamento, além de algumas capacitações na cooperativa. Isso vem apoiando muito para a cooperativa crescer e ser reconhecida como uma empresa que está empreendendo. Com essa parceria, está chegando a esse nível de apresentar seu produto em uma feira internacional”, completa. A feira internacional citada pela gerente de Produção da Coopaiter é a Expo East 2023, que acontece entre os dias 20 e 23 de setembro, na Filadélfia, nos Estados Unidos. A cooperativa, selecionada pela Apex Brasil, irá expor seus produtos no Espaço Amazônia, dentro do pavilhão brasileiro no evento. Mais uma vez o Sebrae RO se colocou como parceiro da Coopaiter, disponibilizando passagens aéreas para os Estados Unidos. Quatro representantes da cooperativa vão participar da Expo East 2023, sendo eles Naraymi Suruí, Tomé Suruí, Gustavo Dias e a própria Elizângela.
“Para nós, da Coopaiter, é um dos sonhos que está se realizando. A gente está levando para o mundo a nossa produção, nesse caso a castanha, que é um produto originário do nosso povo, é cultural. Então levar esse produto para conhecimento de outro país, um país com grande representatividade no mundo todo, poder chegar com um produto original do nosso povo, produzido por nós mesmos, isso é uma parte do sonho realizado”, celebra Elizângela.
Além de expor a produção Paiter Suruí na Expo East 2023, a expectativa da cooperativa também é fechar bons negócios. “Também é um sonho poder ali fazer algum negócio, valorizando a própria cultura, o nosso estado, o nosso povo e, além do mais, fazendo parte de um projeto que está beneficiando o mundo todo, que é proteger as nossas florestas, as nossas árvores, as árvores das castanheiras. Ao mesmo tempo que está sendo valorizado esse produto, que é a castanha-do-brasil, está valorizando a nossa cultura, os nossos costumes, as nossas raízes. É um produto que é pura origem. Origem por ser brasileiro, origem por ser um produto de Rondônia, da Amazônia, e mais origem ainda por ser produzido pelo povo originário, que é o povo Paiter Suruí, desta terra indígena”, ressalta.
Ainda sobre a parceria entre a Coopaiter e o Sebrae em Rondônia, a gerente de Produção da cooperativa destacou outro grande projeto, o Inova Agro Castanha. “A cooperativa está inserida neste projeto, estamos participando das capacitações e recebendo assessoria do Sebrae quanto à alavancagem do nosso produto no nosso estado. É um projeto que envolve assessoria financeira, mapeamento, planejamento estratégico e de produção, são várias frentes possíveis para a promoção da castanha-do-brasil. É um projeto que vem ao encontro do trabalho da Coopaiter, e isso nos traz muito conhecimento e melhores práticas para alavancar a produção e a comercialização do nosso produto”, finaliza Elisângela Dell-Armelina Suruí.
Fonte: Sebrae
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