O SFCoop, consórcio formado pelos sistemas cooperativos Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred para participação no projeto piloto do Drex, anuncia o desenvolvimento de uma solução inovadora voltada para aprimorar a privacidade, a proteção de dados e a segurança no ecossistema financeiro digital.
Na primeira fase de desenvolvimento, o piloto do Drex, que visa criar uma infraestrutura para transações com ativos digitais regulada pelo Banco Central, enfrentou desafios relacionados à privacidade dos usuários, à proteção de informações sensíveis e à viabilização da fiscalização pela autoridade monetária. Diante dos resultados insatisfatórios com as soluções testadas, o Banco Central abriu, para a segunda fase do projeto, a possibilidade de apresentação de novas propostas que conciliem descentralização, programabilidade e privacidade.
A solução do SFCoop foi concebida em conformidade com as diretrizes de sigilo bancário, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e demais normativas regulatórias, garantindo um modelo mais seguro e transparente para as operações dentro da infraestrutura do Drex.
Denominada Harpo, em homenagem ao deus grego do silêncio, dos segredos e da confidencialidade, a tecnologia desenvolvida pelo consórcio estabelece novos padrões para o tratamento de dados sensíveis no ecossistema financeiro digital, equilibrando eficiência, segurança e privacidade.
“Durante a fase inicial do Drex, identificamos desafios críticos relacionados à confidencialidade das transações, ao controle sobre os dados e à supervisão regulatória. Nossa solução endereça esses pontos, garantindo que o Drex evolua com um arcabouço tecnológico robusto, alinhado às exigências do mercado e às normas legais”, destacou Márcio Alexandre, superintendente de Governança e Arquitetura de TI e representante técnico do consórcio SFCoop no Drex.
O executivo afirmou, ainda, que “o esforço de produzir uma peça essencial para o funcionamento do Drex e disponibilizá-la em um modelo de código aberto reflete o compromisso dos sistemas cooperativos com a inovação, a independência tecnológica, a soberania nacional da iniciativa e o amplo acesso a esses recursos”.
Apresentado às demais instituições participantes do piloto do Drex no último 13 de março, o Harpo pretende ser uma solução colaborativa. Para isso, o SFCoop adotou um modelo de licenciamento aberto e um acordo técnico entre cooperados que regerá o trabalho de todas as organizações interessadas em se envolver na iniciativa.
Fabio Araujo, consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistemas de Pagamentos do Banco Central (Deban) e coordenador da Iniciativa Drex no BC, destacou a relevância de aprimorar a privacidade e a segurança no Drex, ressaltando o papel das instituições financeiras nesse avanço:
“A privacidade e a segurança de dados são essenciais para que o Drex se consolide como uma infraestrutura digital sólida e confiável. O desenvolvimento de soluções que enderecem esses desafios fortalece a confiança no ecossistema financeiro digital e assegura a conformidade com as diretrizes regulatórias. Além disso, a criação de um ambiente seguro e interoperável depende do engajamento contínuo do setor financeiro. A adoção de tecnologias inovadoras permitirá que o Drex avance com resiliência, transparência e alinhamento às melhores práticas internacionais”, afirmou.
A inovação trará maior segurança para as instituições participantes, assegurando que o Drex funcione dentro de um ambiente confiável, interoperável e em conformidade com os princípios de proteção de dados exigidos pelo Banco Central. Além disso, a solução do SFCoop se posiciona como um modelo de referência para futuras implementações de privacidade e segurança dentro da arquitetura financeira digital do país.
Fonte: Sicoob, com adaptações da MundoCoop