A agenda ESG vem sendo um dos principais direcionadores estratégicos do Brasil e do mundo, levando ao debate desse importante tema na sociedade civil e governos, especialmente agora que vivemos uma mudança geracional, em que antigos costumes são colocados em xeque. Nesse sentido, todas as organizações precisam pensar e repensar seus negócios, produtos, serviços e seu relacionamento com o entorno, para melhorar o planeta em aspectos ambientais, sociais e de governança.
Nesse cenário desafiador, o cooperativismo financeiro desempenha papel essencial na disseminação das boas práticas ESG por meio do crédito, por exemplo. Sua abordagem voltada para o território e pessoas, faz com que temas debatidos globalmente como mudanças climáticas, diversidade e inclusão, além do compliance, cheguem às pequenas comunidades e a todas as classes sociais, em especial as que estão na base da pirâmide, muitas vezes relegadas a segundo plano pelas políticas públicas. Isso passa diretamente pelo entendimento da função social do cooperativismo como um compromisso público.
O fomento a um desenvolvimento sustentável, por meio do capital, é uma das vertentes mais importantes na transição para um mundo mais verde e justo, que coloque as pessoas e o meio ambiente no centro da tomada de decisão. As cooperativas atuam financiando uma economia de baixo carbono e mais inclusiva, preocupadas em como seus cooperados e comunidades enfrentarão os desafios e aproveitarão as oportunidades geradas em suas localidades.
Trabalhar com ESG para o cooperativismo é contribuir para uma Cidadania ampla e multidisciplinar, que considera o interesse no equilíbrio entre a justiça social, prosperidade econômica, os resultados financeiros e as aspirações individuais, e é um dos caminhos para uma gestão eficiente, em que os benefícios são compartilhados com todas as partes interessadas.
As cooperativas financeiras, vanguarda do empreendedorismo com propósito, moldam um mercado financeiro mais próximo do indivíduo, trazendo assuntos como captações sustentáveis e linhas de crédito sociais cada vez mais acessíveis, tornando as boas práticas ESG democráticas. Esse é o futuro que o cooperativismo semeia, cuida e espera colher para consolidar sua posição como vanguardista do desenvolvimento sustentável. É um movimento que supera todas as barreiras, físicas e imaginárias.
*Ênio Meinen, Diretor de coordenação sistêmica, sustentabilidade e relações institucionais do Sicoob.