O novo episódio do Papo Coop está no ar! Nesta semana, a MundoCoop recebe em seu palco virtual o professor do curso de Cooperativismo do Departamento de Economia Rural da UFV, PABLO BAIÃO. Neste episódio, ele traz o tema COOPERATIVISMO E RESPONSABILIDADE SOCIAL.
A responsabilidade social está na origem do cooperativismo. O tema está presente desde meados dos anos 1700, quando o movimento surgiu em busca de um modelo de economia mais justa e igualitária.
Ao longo dos anos, as cooperativas se esforçaram para serem um modelo diferente, onde o indivíduo está no centro de todas as decisões.
Para Baião, essa filosofia se diluiu ao longo do tempo, e hoje as cooperativas buscam ser empresas que tem responsabilidade social, deixando de lado – ou pelo menos diminuindo – a sua vocação inicial. Os princípios do cooperativismo, que ditam o movimento, ficam distantes à medida que a responsabilidade social se torna uma preocupação para a cooperativa, e tal movimento precisa ser observado com atenção.
“A responsabilidade social e a sua presença constante nas atividades diárias é o diferencial das cooperativas”
Aos poucos, porém, as cooperativas estão modificando o seu posicionamento. Normas e resoluções surgem entre as cooperativas de crédito, e se disseminam para outros ramos. Desta forma, cooperados e cooperativas passam a ter um novo posicionamento. Novos estilos de governança tomam espaço. O ESG se torna o tema e a regra da vez. A partir disso, a responsabilidade social passa a ser um diferencial, chamando a atenção dos clientes, cooperados e stakeholders.
Porém, é necessário ficar atento a este processo, para que os valores e princípios do cooperativismo continuem presentes no dia a dia. Ao se “agarrar” às suas origens, o processo em busca de uma responsabilidade social torna-se orgânico e sustentável, trazendo resultados a partir de atividades e ações menos complexas.
“As cooperativas não precisam se igualar as empresas – a responsabilidade social está em seu DNA”
Explorando novamente a sua origem, as cooperativas conseguem melhores resultados em vários tópicos – entre eles, a responsabilidade social. Elas possuem suas próprias regras e diretrizes para atuar dentro deste tema, e ao explorá-lo, possuem a capacidade de produzir mais impacto na sociedade, a partir de seu diferencial cooperativista que coloca o indivíduo no centro das decisões.
A cooperativa não precisa copiar ou tentar reinventar o que está sendo feito por outros setores do mercado. No seu dia a dia, a preocupação social é um elemento chave e indispensável, tornando-a diferente das demais. Pautando-se neste diferencial, o movimento consegue reviver o seu antigo e mais importante objetivo: entregar um trabalho de impacto, sustentável e transparente.
Com responsabilidade, as cooperativas podem criar novas ações e atividades de longa duração; realizando assim um trabalho mais incisivo no que consiste em seu papel social. Não apenas através de ações pontuais, mas atuando durante o ano todo, buscando sanar as dores da população, que tem no cooperativismo um sinal de esperança. É com este trabalho contínuo, que as cooperativas irão se diferenciar das empresas. Este será – e já é – o elemento que as torna únicas, perante o mercado. Baste olharmos para essa realidade, mudando-a gradativamente.
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Por Leonardo César – Redação MundoCoop
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