As cooperativas de crédito mais que dobraram o número de associados em sete anos. Dados do Banco Central (BC) mostram que essas instituições somam mais de 17 milhões de cooperados. Em 2016, período a partir do qual o levantamento do (BC) foi disponibilizado, eram 8,4 milhões.
“Esse contexto é resultado da compreensão mais aprofundada dos brasileiros acerca de como funcionam as cooperativas, que têm como objetivo ampliar as condições de acesso a soluções financeiras”, salienta Adalberto Veiga, diretor executivo da Unicred Integração.
O empenho do cooperativismo de crédito na inclusão financeira das pessoas, está evidenciado no Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo 2022, divulgado pelo Banco Central do Brasil na última semana. De acordo com o documento, em dezembro de 2022, a carteira de crédito do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) atingiu o montante de R$ 383 bilhões e se manteve como o segmento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com maior expansão de crédito para empréstimos e financiamentos (22,4% no ano). Sem o cooperativismo, a média geral do setor ficou em 14%.
Os ativos totais do SNCC atingiram R$ 590 bilhões, representando um crescimento de 28,5%, se comparado a 2021, enquanto o restante do SFN cresceu 11%. As captações do sistema cooperativo também apresentaram crescimento superior ao SFN, totalizando R$ 466 bilhões (29,9% ao ano no SNCC e 12% no SFN). Em relação a concessão de crédito para pessoas físicas, o crédito rural e agroindustrial permanece como a modalidade mais representativa, tendo registrado crescimento de 22,3% comparado com o ano anterior. Quando avaliada a concessão de crédito a pessoas jurídicas, a modalidade capital de giro se destaca dentre as demais, representando 50,1% da carteira do segmento, e crescimento de 14,7% em 2022.
“Estes números demonstram que nosso desempenho em oferecer serviços cada vez melhores é real e constante. Em benefício de todos, estamos contribuindo para o aprimoramento da concorrência e eficiência, para além da inclusão financeira de uma parcela significativa da população que reside nos rincões do país. Com a regulamentação da LC 196, certamente teremos números ainda maiores, pois esta norma representa novas oportunidades para as cooperativas ofertarem mais e melhor seus serviços. Por consequência, teremos uma participação cada vez maior no SFN, conforme o presidente Roberto Campos Neto nos instigou”, avaliou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
A presença física das cooperativas de crédito continua em plena ampliação e, no último ano, chegou a 9.122 unidades, em 3.080 cidades, o que representa 55,3% dos municípios brasileiros – um acréscimo de 1.010 novas, unidades que passaram a atender 174 novos municípios, com destaques para as regiões Norte e Nordeste que tiveram um aumento de 22,1% e de 10,2% respectivamente no número de municípios atendidos por cooperativas.
O sistema cooperativo encerrou 2022 com 799 cooperativas singulares, 32 centrais e quatro confederações, além de dois bancos coops. O número de cooperados saltou de 13,6 para 15,6 milhões. Desses, 2,4 milhões são cooperados pessoa jurídica e 13,2 milhões cooperados pessoa física, o que corresponde a 6,2% da pulação brasileira associada ao cooperativismo financeiro. Entre os associados, 56% são homens e 44% mulheres, já em relação à faixa etária, tanto para eles como para elas, predominam os cooperados entre 30 a 39 anos.
Os projetos-pilotos sobre mudanças regulatórias e reformas estatutárias em parceria com o banco constam em capítulo especial da publicação, bem como as mudanças normativas da Lei Complementar 196/22, que atualiza a Lei Complementar 130/08, responsável por reger o cooperativismo de crédito no Brasil. A nova norma é fruto do esforço conjunto do Sistema OCB, do Banco Central e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e traz importantes atualizações para o fomento de negócios, gestão e governança, bem como à organização sistêmica e eficiência do sistema cooperativista de crédito.
Fonte: Sistema OCB/Valor Econômico
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