A popularização quase instantânea do ChatGPT é o assunto que guia o universo da tecnologia nesta primeira metade de 2023. A partir desse crescimento, muitas opiniões surgiram sobre a ferramenta e, até mesmo, o banimento em alguns países orientais, como China e Coreia do Norte, e em democracias ocidentais, (Itália, por exemplo) sob a justificativa de que a Inteligência Artificial atenta contra leis de proteção de privacidade. Mas será mesmo que o caminho é barrar a tecnologia ao invés de extrair o melhor dela?
Na China, vários estudantes burlam o sistema com o uso de VPNs para acessar o ChatGPT, noticiou a AFP, em março. Esses estudantes afirmaram que usam a tecnologia como forma de aprendizagem, para fazer pesquisas. Até mesmo Nova York, uma das cidades mais modernas e populosas do mundo, centro financeiro do país mais rico do planeta, já precisou rever os conceitos. Em janeiro, com apenas um mês de ChatGPT popularizado, o governo nova-iorquino proibiu o uso nas escolas. Mas, desde o último mês, essa proibição foi revogada – e agora o uso vem sendo incentivado. Hoje, os alunos da cidade podem acessar a IA Generativa como forma de estar imerso nessa importante transformação tecnológica, para prepará-los para um futuro inovador que os espera. Mas é claro que essa decisão não foi tomada do dia para a noite. Muita discussão foi necessária e a solução, ao meu ver, foi a mais inteligente possível.
Na minha visão, a ideia é fomentar o uso. Trazer pessoas para falar sobre o tema, dedicar áreas inteiras sobre essa nova e surpreendente tecnologia. Criar mecanismos que garantam o bom uso, com segurança e responsabilidade. A IA Generativa tem potencial para melhorar temas como produtividade, automação e redução de custos, pontos fundamentais para o sucesso das grandes empresas. Queremos estimular e preparar as pessoas para os cuidados importantes a se ter com a ferramenta.
A OpenAI, responsável pela criação do ChatGPT, realizou uma pesquisa e chegou à conclusão de que as tecnologias são capazes de reduzir em até 50% o tempo de conclusão de uma tarefa. Esse é um potencial que não pode ser negligenciado. A Inteligência Artificial, desde que bem utilizada, é capaz de transformar quase tudo o que conhecemos hoje.
Relatório do McKinsey Global Institute, divulgado neste mês, prevê que a IA generativa é capaz de injetar US$ 4,4 trilhões na economia global todos os anos. 50% de todos os trabalhos serão automatizados só entre 2030 e 2060. 60% a 70% do tempo dos trabalhadores pode ser economizado por meio da automação do trabalho. Definitivamente, o caminho não é barrar esse fenômeno.
Ou seja, proibir nunca é solução. Quando temos em nossas mãos um advento tão poderoso e capaz de mudar os rumos de como a gente entende a tecnologia, é preciso explorá-lo. O ChatGPT marca um novo rumo no conceito de Inteligência Artificial, é um caminho que vai permitir que encontremos novas possibilidades.
Mas, vale lembrar que é preciso garantir a segurança da informação ao interagir com a ferramenta. Em nosso dia a dia, seguir algumas recomendações é fundamental: não usar informações pessoais e sensíveis, por exemplo senhas, números de cartão de crédito ou de identidade, endereços, ou até mesmo dados corporativos, como scripts, códigos fontes, estratégias, entre outros. Também é indicado o uso de conexões seguras e criptografadas. Entender os limites de segurança é a chave do sucesso.
Usar o ChatGPT pode ser algo muito produtivo e, assim como em qualquer situação, é importante manter os cuidados necessários – e isso não significa que seja perigoso navegar nessa nova tecnologia. A transformação digital está acontecendo e nós podemos descobrir novos mundos nesse processo. Cabe a nós usufruirmos da forma mais saudável possível.
*Daves Souza é CEO da SysMap Solutions
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