As cooperativas são organizações humanas com finalidades econômicas e inspiradas por princípios universais – um deles é a gestão democrática. O Brasil é uma democracia e as democracias se revigoram a cada eleição livre. Logo, as cooperativas encontram na sociedade brasileira o ambiente ideal para se desenvolverem. Essa assertiva ganha especial relevo em um ano eleitoral, tendo em vista que da gestão de governantes democraticamente eleitos dependem as políticas públicas essenciais para setores sensíveis da economia.
É verdade que as cooperativas alcançaram notáveis níveis de eficiência gerencial a sucesso empresarial em todos os ramos onde atuam, não necessitando de privilégios para seu desenvolvimento. Mas, também é verdade que as definições de prioridades de cada governo em termos de política fiscal, gestão tributária, regulação de atividades e definição de programas de investimentos – teoricamente de acordo com as prioridades declaradas e proclamadas em cada campanha eleitoral – influenciarão direta ou indiretamente amplos setores da economia. Dessa forma impactarão também as cooperativas.
Esse intróito realça a importância das eleições para o fortalecimento da democracia. A contundente polarização entre candidaturas à Presidência da República marca, nesse momento, o cenário nacional e atrai a atenção – e as paixões – do eleitorado. Como todo o sistema presidencialista, a escolha do mandatário maior atrai todas as atenções. Fenômeno semelhante, mas em menor grau, ocorre com as eleições para governadores, nos Estados.
É preciso, porém, lembrar a importância crescente do Poder Legislativo na condução do País. A aprovação das (urgentes) reformas estruturantes – como a política, a administrativa e a tributária – passam pela discussão e pela aprovação dos deputados federais e senadores. As definições orçamentárias, a formulação das políticas públicas e os programas de investimentos também precisam ser referendadas pelos parlamentares.
Por outro lado, em cada unidade da Federação, as Assembleias Legislativas estão atuando cada vez com maior protagonismo, interagindo de forma permanente com segmentos organizados da sociedade estadual e com um eleitorado cada vez mais consciente, informado e participativo. Nesse contexto, as cooperativas se movem com desenvoltura em éticas e legítimas relações institucionais e governamentais na defesa de interesse de seus cooperados. Em muitos parlamentos estaduais, como em Santa Catarina, foram constituídas as operosas Frentes Parlamentares do Cooperativismo, reunindo parlamentares que conhecem a importância social e econômica das cooperativas, entendem suas dores e compreendem a complexidade das áreas onde atuam.
Entre as conquistas dessas Frentes Parlamentares estão a aprovação de programas permanentes de apoio, a priorização em certames licitatórios, a simplificação de normas e procedimentos e o incentivo à expansão e ao fortalecimento. Não se trata da criação de privilégios, mas de fomentar mecanismos para estimular o desenvolvimento da atividade e incentivar parcerias e convênios entre órgãos públicos e privados, consolidando segmento que é fundamental para manter o modelo catarinense.
Uma política estadual de apoio ao cooperativismo consiste no conjunto de diretrizes e regras voltadas para o incentivo a todos os ramos cooperativistas e ao seu desenvolvimento. Dessa forma, estimulam-se parcerias, acordos e celebração de convênios ou de outros instrumentos congêneres para a operacionalização e o desenvolvimento do sistema cooperativo, visando estimular o contínuo crescimento do setor.
Adeptas das eleições, as cooperativas não são de direita nem de esquerda, mas professam a liberdade, a justiça, a igualdade de oportunidades e a partilha dos resultados na proporção direta do esforço de cada um.
*Por Luiz Vicente Suzin, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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