Sobreviver e prosperar em um mercado cada vez mais competitivo exige das cooperativas criatividade, resiliência e, sobretudo, inovação. Foi com esse espírito que visitamos a Veiling Holambra, cooperativa referência no setor de flores e plantas ornamentais no Brasil. Com mais de 470 cooperados, 7.000 variedades e 1.100 clientes ativos, a Veiling se consolidou como a maior central de comercialização do setor no país.
Mas o que chama atenção não é apenas seu porte, e sim o sistema de leilão – um modelo único no cooperativismo brasileiro, que une tecnologia, agilidade e transparência em escala industrial.
O leilão que move um mercado
Conhecido como Klok, o sistema de leilão reverso da Veiling opera com quatro relógios simultâneos, garantindo rapidez e eficiência na venda de grandes volumes. O método permite que compradores disputem em tempo real lotes de flores e plantas, em um processo que combina competitividade com clareza de preços.
Para ampliar o acesso, a cooperativa desenvolveu o Compra Remota, que possibilita a participação online de clientes em qualquer lugar do Brasil. Há ainda o LK (Lance Klok), sistema em que o comprador pode cadastrar previamente seus lances, sem a necessidade de acompanhar ao vivo o pregão.
Segundo Jorge Possato, presidente da cooperativa, cerca de 47% da produção comercializada passa pelo leilão – um índice que demonstra a relevância desse modelo de negócio para o setor.
Um mercado em crescimento
O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de flores e plantas ornamentais do mundo, atrás apenas da Holanda e da Colômbia. Segundo dados do Ibraflor, o setor movimenta mais de R$ 12 bilhões por ano, com crescimento médio de 8% ao ano.
Esse avanço é impulsionado pela diversificação do consumo: além de datas comemorativas, as flores e plantas ganharam espaço na decoração de interiores, paisagismo urbano e até na indústria de bem-estar, reforçando o potencial de expansão.
Inspiração para outras cooperativas
O caso da Veiling mostra que inovação em canais de comercialização pode ser decisiva para a sobrevivência de uma cooperativa. Em vez de depender apenas de modelos tradicionais de venda direta ou distribuidores, o sistema de leilão cria dinamismo, amplia o alcance e fortalece a relação de confiança entre produtores e compradores.
Se esse modelo funciona no universo das flores, por que não poderia ser adaptado a outros setores? Imagine cooperativas do agro, de alimentos ou até de insumos médicos utilizando versões próprias de leilões digitais para aumentar liquidez e transparência nas negociações.
O exemplo da Veiling não é apenas uma história de sucesso. É um convite à inovação. No mundo cooperativo, onde a união é o alicerce, inovar não significa perder identidade – mas sim encontrar novos caminhos para prosperar juntos.



Fonte: Veiling Holambra