Nos corredores do Consumer Electronics Show (CES) deste ano, uma coisa ficou clara: a Inteligência Artificial (IA) está muito além de uma tendência. Não é apenas o futuro, é o presente que já estamos vivendo. Esta tecnologia, que transforma indústrias e abre portas para novos mercados, está redefinindo nossa forma de viver, trabalhar e interagir com o mundo.
A IA transformando indústrias: exemplos tangíveis
Imagine que você entra em um hospital e, sem saber, está sendo vigiado por uma rede de câmeras de segurança inteligentes. Não se trata apenas de evitar roubos, mas de um sistema que, graças ao Aprendizado Profundo e à Metadata, pode identificar qualquer mudança no comportamento dos pacientes: desde um movimento incomum até uma queda. Isso não só melhora a segurança, mas também salva vidas. A IA não apenas observa, interpreta e responde, oferecendo aos médicos alertas em tempo real que podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
Esse mesmo tipo de inteligência está revolucionando a videovigilância. As câmeras não detectam apenas objetos, mas agora podem distinguir entre uma pessoa, um veículo ou um animal, e até identificar características como vestimentas, com uma precisão antes impensável. O sistema aprende e melhora com o tempo, tornando-se uma ferramenta indispensável na proteção de nossas cidades e propriedades.
No setor da saúde, a enfermagem virtual está ganhando rapidamente espaço. As soluções impulsionadas por IA estão ajudando os hospitais a oferecer atendimento de qualidade sem que os profissionais precisem estar fisicamente presentes em cada sala. Imagine que uma enfermeira virtual monitora os pacientes em uma UTI, recebendo alertas sobre mudanças nos sinais vitais e intervindo antes que uma complicação aconteça. A IA, com tecnologias de videovigilância e áudio, permite que as vidas dos pacientes sejam monitoradas de forma constante e precisa, independentemente da distância física.
A pergunta já não é se a IA mudará o setor da saúde, mas como ela será integrada em todos os hospitais do mundo nos próximos cinco anos. Você imagina um futuro onde câmeras inteligentes e sistemas de áudio não apenas melhorem a segurança, mas permitam que os médicos ofereçam atendimento à distância com um nível de precisão e confiança nunca alcançado?
Os desafios globais: estamos preparados para o crescimento da IA?
Com um gasto projetado de 632 bilhões de dólares até 2028, a IA está no centro da inovação tecnológica. No entanto, esse crescimento vertiginoso também traz consigo desafios significativos, especialmente em termos de sustentabilidade. Segundo um relatório da IDC, o consumo de eletricidade nos centros de dados, necessários para suportar toda a infraestrutura da IA, representa atualmente 46% do gasto total. Esse percentual pode aumentar exponencialmente nos próximos anos.
O Departamento de Energia dos Estados Unidos alerta que a IA pode consumir até 12% da eletricidade total do país até 2028, um cenário alarmante caso não sejam tomadas medidas para mitigar o impacto ambiental desse crescimento. E é aí que entram as soluções inovadoras: desde os sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS) que otimizam o consumo elétrico, até o incentivo às energias renováveis como solar e eólica, que prometem tornar a expansão da IA mais verde e sustentável.
Mas não é só isso. Os pequenos reatores nucleares modulares, uma fonte limpa e confiável de energia, estão ganhando popularidade como uma opção para alimentar os centros de dados e, ao mesmo tempo, reduzir a pegada de carbono. Em um mundo onde a energia e a tecnologia são inseparáveis, a transição para operações mais ecológicas é vital para garantir que o futuro da IA não seja apenas brilhante, mas também sustentável.
O futuro é agora
A IA está mudando rapidamente o mundo, desde a segurança pública até o atendimento médico. A visão de um futuro onde a tecnologia e a humanidade trabalham juntas não está tão distante. À medida que a IA evolui, seu impacto será cada vez maior, não apenas na indústria, mas também na vida cotidiana de cada um de nós. Em um futuro próximo, provavelmente nos encontraremos olhando para trás e nos perguntando como vivíamos sem sistemas inteligentes que monitoram nossas cidades, hospitais e até nossas casas. A IA já não é uma promessa, é uma realidade. E seu impacto na humanidade será tão profundo quanto o da eletricidade ou do fogo. Estamos, sem dúvida, diante de uma das maiores revoluções da história.
*Luis Bonilla é Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Axis Communications