Três cooperativas mineiras receberam selos do Programa Brasileiro GHG Protocol — certificação que amplia a visibilidade e a transparência dos seus inventários de emissão de carbono, mostrando o compromisso delas com a pauta ESG. São elas: a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer), a Cooperativa de Cafeicultores na Região do Cerrado Mineiro (Coocacer) e a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR).
Com o reconhecimento, essas organizações ampliaram em muito a competitividade no mercado internacional. Afinal, hoje, centenas de países — incluindo Alemanha, Estados Unidos, França e Japão — só compram produtos de empresas e cooperativas que priorizam práticas sustentáveis.
“O mercado internacional da sustentabilidade é muito importante para o cooperativismo, promovendo o crescimento, a geração de empregos e a estabilidade financeira de milhares de produtores rurais”, analisa o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato. “É por isso que estamos estimulando as nossas cooperativas a adotarem as melhores práticas ambientais e a buscarem certificações que comprovem o compromisso do coop mineiro com o futuro do planeta e com o desenvolvimento das comunidades onde atuam”.
Expocacer: pioneirismo no mercado sustentável
A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) foi a primeira cooperativa de café do Brasil a conquistar, em agosto, o selo ouro GHG Protocol em seu inventário de carbono — reconhecimento máximo concedido às organizações que apresentam, de forma completa e auditada, o balanço de suas emissões devidamente verificado, comprovando seus esforços na redução dos impactos ambientais.
“Com o inventário, vamos destacar nossa transparência e responsabilidade em relação ao meio ambiente, às pessoas e às futuras gerações”, afirmou Farlla Gomes, gerente técnica em Sustentabilidade da cooperativa.
CCPR: selo prata em projeto-piloto cooperativista
A Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR) também recebeu, este ano, o selo prata de inventário no Programa Brasileiro GHG Protocol — uma conquista considerada notável para organizações que participam pela primeira vez da certificação.
“O selo prata reforça o compromisso da CCPR em adotar práticas ambientais cada vez mais responsáveis por todo o sistema. Ao inventariarmos nossas emissões de carbono, aceleramos nossa agenda ESG, identificando ações que garantam mais eficiência em nossos processos e gerem valor a quem mais precisa: o nosso cooperado”, afirmou Marcelo Candiotto, presidente da CCPR.
Ao iniciar o processo de inventário de carbono, a Central abraçou o desafio de transmitir a importância do tema para as diretorias das cooperativas. O planejamento e a estratégia foram essenciais para transformar um conceito novo em ações práticas, garantindo o engajamento de todos no processo de mensuração das emissões.
“Foi fundamental explicar os conceitos teóricos e aplicá-los na prática. Quando as pessoas entendem o que, como e por que estão fazendo algo, a mudança realmente acontece”, afirma Ana Julia Guia, analista de Qualidade Corporativa da cooperativa.
É importante explicar que a CCPR foi uma das três cooperativas brasileiras convidadas pelo Sistema OCB a participar do projeto-piloto Neutralidade Carbono, uma iniciativa pioneira que visa inventariar e mensurar a pegada de carbono do coop brasileiro. Com base nos resultados alcançados, o Sistema OCB planeja expandir o Projeto Neutralidade Carbono para todo o Brasil. “A partir deste ano, pretendemos oferecer o projeto em âmbito nacional, utilizando os resultados e aprendizados obtidos até agora para aperfeiçoar a solução e disponibilizá-la para mais cooperativas”, destacou Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas da Casa do Cooperativismo, em matéria publicada pela entidade.
Coocacer: esforço recompensado
A Cooperativa de Cafeicultores na Região do Cerrado Mineiro (Coocacer) conquistou o selo prata do GHG Protocol graças a uma iniciativa criada por ela em 2023: o Programa de Sustentabilidade Café Sustentável. O projeto visa a construção de uma base sólida de educação para sustentabilidade permanente com responsabilidade, fundamentada em cinco eixos: educacional, ambiental, social, econômico e governança.
De acordo com o gestor de sustentabilidade da cooperativa, Clésio Reis, a certificação recebida este ano é uma prova concreta da importância dos investimentos realizados em sustentabilidade e no mapeamento de emissão de gases do efeito estufa realizados pela instituição. “A capacitação dos colaboradores e o uso de energia renovável também foram fundamentais para garantir essa conquista”, acrescenta.
Ainda segundo Clésio, a certificação recebida fortaleceu a imagem da Coocacer junto aos cooperados e consumidores. “Ela é a prova do nosso sólido compromisso com a sustentabilidade”, conclui.
Conheça o GHG Protocol
A metodologia GHG Protocol fornece indicadores que permitem que organizações públicas e privadas possam contabilizar suas emissões de GEE, garantindo maior transparência sobre suas atividades produtivas e programas ambientais. Ela foi desenvolvida por duas instituições internacionais de referência no assunto: o World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBSCD).
Principais vantagens competitivas das cooperativas que investem em aplicar metodologias como o GHG Protocol
- Gestão e monitoramento das emissões de gases do efeito estufa (GEE), colaborando para o estabelecimento de metas e indicadores;
- Transparência e reconhecimento por parte dos stakeholders (investidores, clientes, parceiros);
- Visibilidade para as práticas sustentáveis da sua organização;
- Reputação e credibilidade da organização em seu meio;
- Ganhos de competitividade;
- Inserção em um ambiente institucional com ampla variedade de organizações e setores para o diagnóstico das emissões de sua operação.
Fonte: Sistema Ocemg