Enquanto empresas tradicionais ainda lutam para ampliar a presença feminina em cargos de liderança, as cooperativas do Reino Unido mostram um cenário mais equilibrado e inclusivo. Segundo o relatório Co-operative and Mutual Economy 2025, 24% das 100 maiores cooperativas britânicas são lideradas por mulheres, frente a apenas 9% das empresas listadas no índice FTSE 100.
Para especialistas e executivas do setor, esse avanço reflete um modelo de negócios mais colaborativo, guiado por valores de equidade e participação. “O nosso modelo de negócio e valores incentivam as pessoas a trazerem o seu ‘eu autêntico’ para o ambiente”, afirma Helen Whittle, CEO da AF Group — uma das maiores cooperativas agrícolas do país, que apoia mais de 3 mil produtores rurais.
Whittle destaca que a cultura cooperativista, baseada em colaboração e responsabilidade compartilhada, cria um ambiente propício para a diversidade. “As cooperativas oferecem uma verdadeira vantagem de liderança para mulheres. A abordagem inclusiva facilita que ocupemos cargos seniores e sejamos ouvidas”, afirma.
Os números também revelam avanços na igualdade salarial. No Reino Unido, a diferença média de remuneração entre homens e mulheres é de 12%, enquanto nas cooperativas o índice cai para 7,5%. Entre os profissionais que integram o quartil salarial mais alto, 56% são mulheres — contra 41,8% na economia em geral.
Rose Marley, CEO da Co-operatives UK, reforça o papel transformador do modelo. “Como líder feminina, sei os desafios que enfrentamos para chegar a posições seniores. É por isso que me orgulho de fazer parte de um movimento que mostra que os negócios podem ser diferentes. Quando propriedade e propósito são partilhados, as mulheres não apenas participam — elas lideram e prosperam.”
Para Larke Adger, CEO da West Granton Housing Co-operative, de Edimburgo, o diferencial está na combinação entre propósito e eficiência. “As cooperativas permitem equilibrar o dinamismo empresarial com o bem-estar coletivo das comunidades. Muitas mulheres adotam um estilo de liderança mais transformacional, voltado para gerar impacto positivo na vida das pessoas, e não apenas para o controle ou o lucro.”
Fonte: Coop News, com adaptações da MundoCoop












