Pesquisas mostram que cada vez menos profissionais querem ser líderes. Ao mesmo tempo, cresce a busca por flexibilidade no emprego.
Ser líder não é uma tarefa fácil, exige sobretudo experiências, criatividade, empatia, comunicação e escutas assertivas, entre outras habilidades. Um estudo realizado pela consultoria Robert Half apontou que, para 94% dos entrevistados, a satisfação no trabalho é influenciada pela atuação da liderança.
Outro estudo feito pelo instituto de pesquisa e educação Workforce Institute, de Weston na Flórida ouviu mais de 3 mil pessoas em dez países, e comprovou que as lideranças impactam diretamente a saúde mental dos colaboradores. No estudo, 1 em cada 3 colaboradores disse que o líder tem peso em sua saúde mental e no bem-estar da equipe.
Os dados coletados Center for Positive Organizational Scholarship, da Universidade da Califórnia apontaram que depende da liderança a melhora na produtividade de seus colaboradores.
Segundo a pesquisa os funcionários felizes são em 31% mais produtivos e tem um desempenho 27% maior do que o de seus colegas infelizes. Em termos de saúde mental, eles têm 125% menos esgotamento e 32% mais comprometimento.
O desafio atual tem sido atrair novos líderes para as cooperativas e empresas. De acordo com o estudo Gorick Ng, consultor de carreiras de Harvard, apenas 2% dos jovens nascidos entre 1997 e 2012 têm interesse em chegar aos cargos de liderança da empresa em que trabalham.
Outra pesquisa realizada em 2022 pelo Insper e pela consultoria Robert Half mostrou que ao longo da carreira os profissionais enfrentam duas grandes preocupações em relação aos cargos de liderança. Entre elas estão a competência, relacionada à dúvida sobre estar pronto para o próximo nível, o medo de falhar e outra sobre o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
Essas preocupações se tornaram evidentes com a chegada da pandemia de Covid-19, que colocou em xeque o modelo de trabalho 100% presencial. Para Sandro Magaldi, especialista em gestão estratégica e cultura organizacional e coautor dos best sellers “Gestão do Amanhã” (2018), “O Novo Código da Cultura” (2019) e “Liderança Disruptiva” (2022), as estruturas atuais não atendem às demandas de líderes e liderados, gerando assimetrias e insegurança.
Sandro explica que: “Como todo sistema organizacional, o de liderança está mudando dramaticamente. Por isso é emergente refletir e implantar um outro modelo que dê conta das demandas atuais tanto de líderes quanto dos liderados”.
Segundo Magaldi, o problema vai além do dilema entre trabalho presencial e remoto. Ele explica que os profissionais de hoje estão em busca de ambientes mais colaborativos e inclusivos, onde o valor e a contribuição de cada indivíduo sejam reconhecidos e incentivados. “Isso não significa que sejam avessos à responsabilidade, pelo contrário, eles estão apenas procurando novas maneiras de contribuir, fora da hierarquia tradicional.
Além disso, muitos estão repensando a ideia de sucesso. Em vez de subir a escada corporativa, muitos valorizam mais o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, o desenvolvimento contínuo de habilidades e o impacto significativo que podem ter em seu trabalho. Essas são as novas medidas de sucesso” completa.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop
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