Os negócios vão bombar no metaverso nos próximos anos. Pelo menos é isso o que indicam as pesquisas. Uma delas, desenvolvida pela Global da Mckinsey, apontou que 8 entre 10 companhias estão direcionando os seus negócios para as transformações digitais.
Kenneth Corrêa, diretor de Estratégia, especialista em negócios digitais, novas tecnologias, marketing, inteligência competitiva, metaverso e professor de MBA da FGV, explica que por esse motivo, a busca por novas tecnologias – como as aplicações de Inteligência Artificial e metaverso – cresceram consideravelmente.
Outros estudos apontam o metaverso em alta no mundo do empreendedorismo. Segundo a Boston Consulting Group (BCG), o metaverso deve movimentar cerca de U$ 400 bilhões até 2025. O relatório da empresa de consultoria em tecnologia, Gartner, apontou que até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalhar, fazer compras, educar e se divertir. Em escala mundial, a instituição estima que até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para a tecnologia. Segundo o último levantamento feito pelo Kantar Ibope Media, 5 milhões de brasileiros já estão no metaverso, seja comprando em lojas ou participando de algum evento, salas de aula e até mesmo trabalhando em escritórios virtuais.
Mudança da mente
Na indústria, esse comportamento não tem sido diferente. A gigante Microsoft, autoridade em soluções para trabalho, tem apostado alto na tecnologia e defende seu uso para aumentar o crescimento econômico, bem como a gestão de recursos naturais. Já a multinacional Kavasaki está projetando e construindo automação em suas instalações para maior celeridade nos processos. Para isso, vem utilizando a ferramenta para conectar sua linha de produção, como padarias, logística, transportes, aumentando a rastreabilidade e visando ser mais eficiente no uso de água e energia de resíduos, por exemplo.
Os especialistas explicam que considerando o espaço digital da tecnologia, abrem-se muitas possibilidades no mundo dos negócios, como o uso de avatares dentro do ambiente, funcionários podem fazer suas reuniões em vez de utilizarem as plataformas como Zoom ou Google Meet, entre outros mecanismos virtuais. “É importante que os profissionais mudem sua mentalidade e passem a ressignificar a carreira, analisar o quanto sua profissão mudou, abrir a mente para este novo ambiente e assim abraçar as oportunidades de trabalho no metaverso”, frisa Keneth Corrêa.
Além disso, ele relata que as oportunidades vão além da nossa imaginação. “É muito importante que as pessoas entendam que a possibilidades do mercado de trabalho dentro do metaverso não se resumem apenas aos encontros entre colaboradores em reuniões. Pelo contrário, existe um mercado para diretores de eventos, estilista de moda digital, professores e muito mais”, explica.
De olho neste contexto, Corrêa cita seis possibilidades do uso do metaverso, que estarão em alta no mundo dos negócios nos próximos anos. Vale lembrar que essas são apenas algumas das oportunidades de trabalho no metaverso. “É muito importante que os profissionais se atentem para as constantes transformações das profissões, muitas até já foram extintas, imagina o que vai acontecer nos próximos 10? Portanto, quem deseja estar à frente da sua precisa se preparar”, conclui.
Onde aplicar o metaverso?
- Desenvolvedores de avatares: O mercado vai precisar de profissionais que trabalhem com a personalização de avatares para indivíduos e empresas. Para essa função são desejáveis conhecimento em programação e design, experiência em realidade aumentada e 3D.
- Estilista de moda digital: Com o crescimento dos NFTs, surgem oportunidades para estilistas, que precisam se especializar em ferramentas de design, desenvolvendo produtos, sejam roupas para os avatares ou os seus acessórios. De uma forma geral o trabalho do profissional é o mesmo, o que muda é o cenário, ao invés de criar roupas de tecidos cria-se em bytes, onde as pessoas poderão utilizá-las nos seus avatares, em experiências digitais imersivas.
- Diretor de eventos: Considerando a possibilidade de alcance muito maior que em um evento físico, os diretores conquistam espaço para promoverem eventos e shows virtuais, recepcionarem as pessoas, garantirem a presença síncrona de todos, e cuidarem do roteiro destas experiências nos eventos.
- Professores: Com as aulas remotas, durante o período de isolamento social, o EAD ganhou mais espaço e já é realidade em muitos cursos e instituições. Se os professores demoraram muito tempo para se adaptarem a essa modalidade, com as perspectivas do uso do metaverso na educação, já é aconselhado que estes profissionais se antecipem para entenderem e dominarem os recursos da tecnologia, para então ensinarem os alunos.
- Storyteller/roteiristas: Estes profissionais serão responsáveis por criarem histórias que aconteçam dentro de espaços imersivos, através de narrativas capazes de entreterem o público virtual e ao mesmo tempo estimularem diferentes sensações como, por exemplo: visão, audição, tato e agora olfato, só para paladar que ainda não existe solução.
- Digital Manager: Este profissional será responsável por coordenar uma equipe multidisciplinar que levará as marcas para dentro de ambientes imersivos, sendo considerada atualmente uma das mais importantes profissões, inclusive já conta com vagas disponíveis em portais de vagas.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop
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