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“As cooperativas brasileiras já entregam clima, desenvolvimento e inclusão na mesma mesa” – Márcio Lopes Freitas é presidente da OCB

O presidente do Sistema OCB defende a valorização de soluções sustentáveis desenvolvidas nos trópicos, como a agrofloresta, o sequestro de carbono e a produção de bioenergia

Mundo Coop POR Mundo Coop
24 de outubro de 2025
ENTREVISTA
Márcio Lopes Freitas é presidente da OCB

Márcio Lopes Freitas é presidente da OCB

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O Brasil se prepara para sediar um dos mais importantes encontros sobre o futuro do planeta; e o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, enxerga uma oportunidade única: colocar o cooperativismo no centro das soluções para a crise climática global. Em entrevista exclusiva, Freitas compara a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém – PA, a um palco estratégico, onde o modelo cooperativo pode finalmente ser reconhecido como força motriz de desenvolvimento sustentável, inclusão social e inovação ambiental.

“As cooperativas brasileiras já estão entregando clima, desenvolvimento e inclusão na mesma mesa”, afirma. No entanto, segundo ele, é preciso ir mais longe. Para avançar, Freitas defende uma “tropicalização” da agenda global do clima — uma adaptação realista e justa às particularidades dos países tropicais — além de mecanismos que garantam que os recursos internacionais cheguem efetivamente às comunidades locais, onde o cooperativismo já mostra resultados concretos.

Entre os exemplos de sucesso do cooperativismo na área da sustentabilidade, o presidente cita usinas solares que abastecem instituições sociais e agroindústrias no interior do país, biodigestores que transformam resíduos em energia limpa e práticas agropecuárias regenerativas, que conciliam produtividade com preservação ambiental. Na visão dele, essas soluções precisam ser reconhecidas e fortalecidas com financiamento adequado, acesso simplificado a políticas públicas e inserção estruturada nos compromissos internacionais firmados pelo Brasil.

Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista, que traça um panorama sobre o papel estratégico das cooperativas brasileiras na transição climática e no futuro sustentável do país.

Qual é a expectativa para a participação das cooperativas na COP30?

A COP30, em Belém, será um palco histórico para mostrar que o cooperativismo entrega clima, desenvolvimento e inclusão na mesma mesa. Vamos com a força de um movimento que, só no Brasil, reúne 25,8 milhões de cooperados, com presença capilar em todo o território e capacidade de transformar metas em prática cotidiana — da produção agropecuária de baixa emissão às cooperativas de energia renovável e crédito verde.

Minha expectativa é que as cooperativas conquistem o espaço que merecem como “elos de implementação” das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e de adaptação às mudanças climáticas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris [tratado internacional sobre mudanças climáticas assinado em 2015, durante a COP21]. Queremos sair de Belém com cooperações concretas para projetos em energia distribuída, restauração produtiva, rastreabilidade e finanças sustentáveis, além de compromissos claros para inserir o modelo cooperativista nos planos climáticos nacionais.

Como as cooperativas contribuem para o combate aos avanços das mudanças climáticas?

Temos várias entregas mensuráveis, além de estarmos na linha de frente da transição para uma economia de baixo carbono. Temos cooperativas de energia solar que abastecem cidades inteiras, cooperativas agropecuárias que adotam práticas regenerativas para preservar o solo e a água, e cooperativas de reciclagem que reduzem drasticamente o volume de resíduos enviados a aterros.

Um bom exemplo é o programa Minas Coop Energia, de Minas Gerais, que incentiva a instalação de usinas fotovoltaicas pelas cooperativas para ampliação da geração de energia solar no Brasil. A Cooperativa Agrícola Mista de Produtores do Oeste do Pará, localizada no município de Santarém, é outro exemplo de peso. Ela inaugurou, em fevereiro de 2024, a Usina Fotovoltaica da Campo,  resultado de uma parceria do Sistema OCB com a Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV), a OCB/PA e a própria cooperativa. Essa usina tem capacidade para gerar 70% da energia necessária para processar e congelar as polpas de frutas produzidas pelos cooperados.

A paranaense Frimesa é outra cooperativa de referência em sustentabilidade, quando se trata da adoção de estratégias voltadas para a produção de energia limpa. Ela investe em biodigestores para a produção de biogás, biometano e CO², substituindo o uso de combustíveis fósseis e reduzindo as emissões poluentes.

Em qual direção ainda é possível avançar?

O modelo de negócios cooperativista, ao integrar viabilidade econômica com responsabilidade social e ambiental, se apresenta como resposta concreta à necessidade de conciliar produção e preservação. Essa visão foi reforçada no Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, elaborado pelo Sistema OCB.

Já demos passos importantes, mas o cooperativismo pode ir ainda mais longe. Precisamos aprofundar políticas de adaptação climática, e investir em inovação tecnológica e infraestrutura sustentável, garantindo que comunidades estejam preparadas para eventos extremos. Isso inclui fortalecer o Plano ABC+ [política pública que estimula a economia de baixo carbono na agricultura], disseminando práticas como a integração lavoura-pecuária-floresta, sistemas agroflorestais e a bioeconomia.

Outro ponto central é acelerar a transição energética justa, levando energias renováveis a todos os cantos do Brasil, especialmente áreas rurais e isoladas, onde as cooperativas já são protagonistas. Avançar significa também consolidar a bioeconomia como motor de desenvolvimento, valorizando a biodiversidade e garantindo que manter a floresta em pé seja economicamente viável para quem nela vive.

Que incentivos — públicos e privados — precisam ser dados?

No campo público, precisamos ampliar o acesso das cooperativas a fundos constitucionais, ao Fundo Clima, ao Fundo Amazônia e ao FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], garantindo que recursos cheguem de forma simples e descentralizada. Além disso, é urgente regulamentar a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, reconhecendo o papel dos produtores e cooperativas na preservação dos biomas.

Outro incentivo essencial é a regulamentação justa do mercado de carbono no Brasil, com transparência, integridade e metodologias adaptadas à realidade tropical. Isso permitirá que práticas sustentáveis já adotadas pelas cooperativas se tornem ativos econômicos reais, remunerando quem produz com responsabilidade.

Do lado privado, precisamos fortalecer os títulos verdes, créditos de baixo carbono e instrumentos de finanças sustentáveis, criando condições para que investidores nacionais e internacionais possam apoiar diretamente projetos cooperativos. O cooperativismo de crédito, que já é a maior rede física do país, pode ser um canal estratégico para democratizar o acesso a esses instrumentos. Incentivos públicos e privados, alinhados, poderão escalar o impacto positivo das cooperativas.

Quais acordos multilaterais e compromissos na COP30 seriam importantes para o cooperativismo?

A COP30 precisa ser o espaço no qual o Brasil ajude a tropicalizar a agenda climática global. Isso significa adotar métricas e metodologias que reconheçam o valor da produção sustentável nos trópicos, desde o sequestro de carbono em florestas e solos até a contribuição da bioenergia e da agricultura de baixo carbono.

Outro compromisso importante é que os países assumam NDCs [metas de compromisso de combate às mudanças climáticas previstas no Acordo de Paris] mais ambiciosas até 2035, incluindo metas claras de adaptação climática — e que o cooperativismo seja reconhecido como elo estratégico de implementação.

Também é fundamental que a COP30 avance na regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris, criando um mercado de carbono robusto, transparente e acessível para pequenos produtores organizados em cooperativas.

Por fim, precisamos garantir que os fluxos de financiamento internacional sejam descentralizados, chegando efetivamente às comunidades. Se a transição climática global não incluir o local — o município, a cooperativa, o agricultor familiar — não haverá justiça climática. E o cooperativismo é o caminho para que esse financiamento vire resultados reais.


Fonte: Sistema Ocemg com adaptações da MundoCoop

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