As cooperativas de crédito estão em alta entre os pequenos negócios. Levantamento do Sebrae revela que dos R$ 149,2 bilhões contratados por pessoa jurídica, no primeiro trimestre deste ano, 52% foram destinados para micro e pequenas empresas, o que corresponde a R$ 78,2 bilhões.
A mudança nesse perfil do empreendedor, que está deixando os bancos tradicionais em busca das cooperativas, pode ser explicada devido a fatores como as melhores condições de preços (juros e tarifas) das cooperativas de crédito; uma taxa superior de aprovação na busca do crédito pelo empreendedor quando comparado com outros agentes do mercado; e a qualificação do portfólio de ofertas para os pequenos negócios. É o que argumenta o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), Enio Meinen.
Meinen acredita que o bom momento deve continuar, apesar dos sinais de instabilidade do mercado. “Embora a indústria bancária, no geral, sinalize uma involução na oferta do crédito – em parte associada aos alertas de inadimplência –, as cooperativas não irão desamparar os seus cooperados empreendedores. Nem podem fazê-lo, pois o associado é o dono da entidade”, assegura.
O diretor do Sicoob avalia que as cooperativas costumam ter participação decisiva em cenário de adversidades. “É o momento em que o cooperativismo costuma assumir papel anti ou contracíclico, o que, aliás, tem permitido ao segmento ganhar participação mais expressiva de mercado”, acrescentou.
O Sebrae orienta que a tomada de crédito esteja associada a novos investimentos ou à manutenção do negócio e que, antes de buscar financiamento, o empreendedor tente alternativas, como fazer uma liquidação para zerar o estoque e negociar novas condições com os fornecedores, por exemplo.
“Tornar-se associado de uma cooperativa de crédito é uma decisão que deve levar em conta não somente a tomada de empréstimo, mas a participação em uma instituição financeira que pode disponibilizar produtos e serviços em melhores condições. Na hora de escolher uma cooperativa, é necessário analisar a sustentabilidade da instituição, quem são os gestores e sua área de atuação”, orienta Adalberto Luiz, coordenador do Núcleo de Garantias da Unidade de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional.
As cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente para os seus associados. Ou seja, os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. E, assim como outros agentes financeiros, as cooperativas de crédito são autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central.
Todos os principais serviços disponíveis em bancos tradicionais também estão presentes nas cooperativas, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. O site da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) contém mais informações e lista as cooperativas que atuam em cada cidade brasileira.
Leia abaixo as dicas do diretor do Sicoob para a contratação de financiamento em uma cooperativa de crédito:
Preste atenção em condições relacionadas à precificação: juros, tarifas e prazos.
Há linhas de crédito com características mais atrativas, inclusive envolvendo funding subsidiado ou garantido.
Nas cooperativas, em caso de empréstimos com recursos próprios, o custo é menor na arrancada, dada a ausência de lucro nessas entidades; e, no final do exercício, os valores excedentes são devolvidos aos próprios cooperados, proporcionalmente aos juros pagos na contratação.
É possível também escolher entre três grupos de cooperativas para a sua empresa: as que atuam com o comércio varejista em geral; as voltadas mais para atividades específicas, como clínicas, consultórios e prestadores de serviços; e as instituições com foco no pequeno e médio empreendedor rural (agroindústria).
Fonte: Agência Sebrae
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