As cooperativas de crédito continuam a desempenhar um papel fundamental na concessão de crédito rural no país. Segundo dados recentes, o setor realizou mais de R$15,5 bilhões em financiamentos rurais durante os dois primeiros meses do Plano Safra 2022/23, superando em 11% os números alcançados no ano passado. No panorama geral, as cooperativas ficaram em segundo lugar na concessão de crédito, atrás apenas dos bancos públicos.
Atualmente, 519 cooperativas singulares estão habilitadas a operar o crédito rural no país. Entre elas, grande parte faz parte de sistema que já realizam um intenso trabalho de apoio ao produtor rural, como o sistema Sicoob, Sicredi e Cresol. Além destas, cooperativas como a Credicoamo e a Crealiança também tem aumentado sua oferta, figurando ao lado de grandes cooperativas. Apenas entre estas cinco instituições, foram mais de R$40 bilhões em limites equalizáveis do Tesouro Nacional, que irão custear as linhas de investimento no Plano Safra vigente. Entre os bancos privados, os limites equalizáveis no Plano Safra 2022/23 alcançaram o montante de R$1,7 bilhão neste ciclo.
Em entrevista ao Jornal Valor Econômico, Thiago Borga, coordenador do ramo crédito do Sistema OCB, destacou o papel crescente que as cooperativas de crédito têm exercido no cenário do crédito rural, algo que vai de encontro com o objetivo da OCB de pulverizar e democratizar o acesso ao crédito no Brasil.
“A meta do segmento é sempre atender de modo mais eficiente o produtor rural – na velocidade que a atividade agrícola demanda para a chegada do crédito e com o custo mais adequado. A consolidação no segundo lugar desse ranking será consequência da eficiência do setor cooperativista de crédito”, frisou Borga.
Sendo um dos grandes destaques do sistema de crédito, o Sicredi pretende oferecer mais de R$50,6 bilhões no plano em andamento. Apenas no primeiro bimestre do novo ciclo, foram 93 mil operações, totalizando R$11,6 bilhões em crédito ofertado. Dentro deste número, os financiamentos por Cédula de Produto Rural (CPR) já alcançaram o montante de R$2 bilhões. Hoje, o Sicredi atende mais de 650 mil produtores em todo o país, sendo a única instituição bancária em pelo menos 200 municípios.
Para comportar a demanda de crédito, o Sicredi tem apostado na emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), assim como no repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Até esta semana, o Sicredi já havia captado R$3 bilhões no banco estatal.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), apesar do impacto do remanejamento das linhas equalizáveis pelo Ministério da Agricultura, é esperada uma retomada das contratações nos próximos meses.
Por Redação MundoCoop, com informações do Jornal Valor Econômico
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