Depois de quatro anos de um programa de testes, o Banco Central (BC) decidiu desligar a plataforma Drex na próxima segunda-feira (10) e criar uma nova infraestrutura. O BC não garantiu que será em blockchain – disse que pode ou não ser na tecnologia. A do Drex, baseada na Hyperledger Besu, não atendeu a requisitos como os de privacidade e segurança para as operações financeiras.
O regulador informou sobre as mudanças que estão por vir numa reunião, hoje (4), com os consórcios que participaram dos últimos pilotos do Drex. A reunião foi com a área de TI do BC, que inclui Clarissa Souza, auditora e ligada à área técnica. A área de negócios da instituição, muito envolvida no projeto, não participou.
Em agosto passado, o BC já tinha informado que desistiria de blockchain na Fase 3 do piloto para amadurecer a tecnologia.
Com essa decisão sobre o Drex, o Banco Central indicou que está mudando a ordem inicial. Na prática, o projeto do Drex com empresas, começou com um programa – Lift Challenge – para se pensar em casos de uso. Depois, com a infraestrutura criada, vieram os dois pilotos para testes desses casos, de acordo com participantes da reunião.
Agora, a proposta é outra. Se começará tudo do zero, de novo, mas primeiro buscando casos de uso para depois seguir para a definição de infraestrutura. Esses casos envolveriam, por exemplo, Open finance, Pix e investimentos, afirmou um dos participantes.
Para André Carneiro, CEO da BBChain, “a fase 2 do piloto Drex cumpriu seu papel, como esperado pelo BC. As tecnologias foram avaliadas pela perspectiva do regulador e, segundos seus critérios, dentro de um escopo bastante amplo e ambicioso, demostraram necessidades de evoluções para atendimento completo”.
“Novos modelos de negócios com escopo mais direcionado pelo mercado podem ter requisitos atendidos sem as eventuais restrições regulatórias do piloto Drex. Isso libera o potencial das tecnologias DLT/Blockchain, cabendo ao mercado um maior papel nesta evolução”, completou Carneiro.
A plataforma Drex agitou o mercado financeiro e não financeiro porque poderia facilitar a criação de novos produtos e serviços com uma aceleração da tokenização. A ideia era criar mais eficiência e inclusão. Depois do anúncio, algumas empresas do setor afirmaram que continuariam a apostar em tokenização por conta dos aprendizados e benefícios. Mas aí, sem pensar numa plataforma de liquidação em como o Drex – o Pix pode ser um caminho.
Outras preferiram colocar o pé no freio de blockchain e tokenização e investir em outras frentes, como Inteligência Artificial (IA). O custo de participação nos pilotos ficou a cargo das empresas.
Fonte: Portal do Cooperativismo Financeiro com adaptações da MundoCoop











