A previsão é de safra recorde no Paraná e desde a colheita da soja que as cooperativas enfrentam dificuldade de armazenar grãos. Um problema logístico assolou o estado, por conta das chuvas fortes e bloqueios de rodovias, que impediram que a nossa produção chegasse ao Porto de Paranaguá.
Com a lentidão no transporte, a carga chegava toda de uma vez só, além da demora para sair dos armazéns. Foi aí que as cooperativas resolveram encontrar formas eficientes de amenizar esse problema.
Como a previsão de produção do milho safrinha também é recorde e há possibilidade de novos problemas, prevenir foi a melhor solução encontrada pela Coamo, a maior cooperativa da América Latina, que recebe grãos do Oeste de Santa Catarina, do Paraná e do Mato Grosso do Sul. Essa medida já foi tomada na safra anterior.
“Temos previsão de receber mais de três milhões de toneladas de grãos. Por isso, locamos silos infláveis, armazéns de terceiros, para não ter problemas de armazenamento”, afirma o gerente de produtos da cooperativa José Carlos de Andrade.
São mais de 10 silos infláveis locados, por exemplo. “O investimento compensa para conseguirmos atender o produtor rural”, complementa.
Ele ressalta que o Porto de Paranaguá tem atendido muito bem a demanda de acordo com a capacidade. O que dificulta é a chuva. “Choveu, não tem o que fazer. Sem contar que a produção do Centro-Sul do Brasil tem característica de comercialização mais lenta. Hoje o Porto está trabalhando com o volume que já foi vendido lá atrás. Até o produtor vender e chegar ao porto, existe um atraso de 60 dias, por conta da distância e as próprias condições do tempo”, reforça.
Previsão de produção
O que assombra agora é o fantasma da falta de infraestrutura para armazenagem. A previsão para a produção de grãos na safra 2022/23 no Brasil está em 320,1 milhões de toneladas, enquanto a capacidade estática do país é de 195,2 milhões de toneladas e por isso a infraestrutura é uma preocupação.
“O quantitativo de capacidade necessária para combater gargalos no escoamento da safra nacional precisa ser melhor estudado e qualificado de acordo com as peculiaridades regionais. Por outro lado, há ações imediatas que devem ser executadas para promover a construção de novos armazéns, bem como a ampliação da capacidade das Unidades Armazenadoras existentes”, explica o diretor de Operações e Abastecimento da Conab (Dirab), Thiago dos Santos.
O tema, inclusive, foi debatido no seminário promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O evento, realizado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. O encontro tratou das soluções de financiamento disponíveis para armazenagem, além de trazer um panorama da conjuntura e das perspectivas da atividade no Brasil.
Fonte: Sou Agro
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