“Esse evento diz muito sobre nossa visão de futuro. A presença maciça de vocês aqui demonstra o quanto queremos impulsionar o coop. Somos competitivos sem deixar de lado os princípios éticos, sustentáveis e humanos de fazer negócios. Por isso, o cooperativismo merece melhorar ainda mais seus indicadores. Não podemos pensar pequeno, pois nossa capacidade de gerar prosperidade e desenvolvimento para o país são incontestáveis.”
A afirmação feita pela superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, foi proferida no encerramento das atividades presenciais da Semana de Competitividade 2023, nesta quarta-feira (9). O evento reuniu mais de 650 cooperativistas que percorreram trilhas de inovação, inteligência de mercado, ESG e liderança para transformação, além de participarem de palestras plenárias e de laboratórios práticos.
Ela reforçou que os números divulgados no AnuárioCoop 2023 sinalizam que as metas do Desafio BRC 1 Tri serão alcançadas e o país contará, com uma movimentação financeira de R$ 1 trilhão e 30 milhões de cooperados. “Estamos aqui porque queremos alcançar esse R$ 1 trilhão; porque acreditamos que podemos e vamos transformar esse país em um lugar melhor para se viver. Mais justo, sustentável, com equidade de gênero e diverso. O que nos une é a certeza de participar de um modelo de negócios capaz de transformar vidas”, ressaltou.
Tania complementou sua fala com a apresentação de vídeo sobre os produtos e serviços elaborados pelo Sistema OCB para desenvolver os negócios de cooperativas de todos os ramos. São soluções de representação, dados e inteligência, ESG, negócios, inovação, capacitação e comunicação.
A superintendente também convidou a todos para participar do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), que será realizado entre os dias 13 e 17 de maio de 2024, em Brasília. “Muitas temáticas trabalhadas aqui foram trazidas por vocês no 14º CBC. A instituição dos comitês de jovens e de mulheres, o Geração C e o Elas Pelo Coop, são exemplos de frutos do congresso. E queremos bater a meta de participantes. Em 2019 foram 1,5 mil cooperativistas e agora queremos receber 3 mil lideranças, porque são vocês que legitimam o trabalho de representação que fazemos”.
O presidente Márcio Lopes de Freitas acrescentou que o congresso é o caminho para a construção de estratégias futuras, táticas e ações que precisam, obrigatoriamente, surgir a partir do coletivo. “O 15º Congresso do Cooperativismo começa agora. Vamos construir o coop que queremos e engajar todos nesse processo. Vamos confiar na nossa garra e na humanidade que nosso modelo de negócios tem”.
Panorama político e econômico projeta oportunidades para o coop

A Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023 contou com painel específico para apresentar o panorama político e econômico brasileiro para este ano. A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, fez um breve histórico da atuação do movimento em defesa do cooperativismo nas alterações do Sistema Tributário Nacional (PEC 45/19). O encontro, realizado nessa terça-feira (8), foi mediado pelo CEO da Unicred União e Influenciador Coop, Marcelo Vieira Martins, e contou também com exposições do cientista político da Eurasia Group, Silvio Cascione, e da economista e sócia-fundadora da Tendência Consultoria, Denise Pasqual.
Tania agradeceu aos cooperativistas pela mobilização nos estados pela inclusão do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo no escopo da Reforma Tributária, agora em análise no Senado Federal. Ela lembrou, ainda, a articulação expressiva da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), que durante a tramitação e votação do texto na Câmara dos Deputados, não mediu esforços para garantir o respeito às especificidades do movimento. A superintendente solicitou a todos que continuem os trabalhos da mesma forma pela aprovação no Senado.
O cientista político, Silvio Cascione, fez um apanhado global sobre as dificuldades enfrentadas pelas nações no pós-pandemia e explicou que o novo governo tem se mostrado estável, segundo pesquisas, dados e engajamentos nas redes sociais. “Normalmente, a lua de mel com presidentes recém-eleitos têm prazo de validade, porém, a popularidade do Lula continua em alta e isso tem dado espaço para a equipe econômica tocar uma agenda que tenta entregar promessas de campanha com força do Congresso que, por sua vez, tem incentivos para cooperar com o governo”, afirmou.
Para ele, a confiança no governo pode crescer nas próximas medições. “A queda nos preços dos combustíveis, energia e alimentos sugerem que a aprovação pode subir mais um pouco e isto dá um certo conforto para abrir outras pautas importantes nos próximos meses. Então, a imagem do governo para o eleitorado é de que o presidente está em uma posição mais firme. E é uma verdade, uma vez que observamos aprovações importantes no Congresso como a Reforma Tributária, o Arcabouço Fiscal e a reestruturação dos ministérios”, acrescentou.
A economista Denise Pasqual relatou que o quadro inflacionário nacional exibe melhora, mas as variações acima das metas seguem desafiando os principais bancos centrais do mundo. “O que acontece aqui também aconteceu em outros países com a inflação reduzindo, mas ainda elevada”. Em linhas gerais, ela disse que as condições de oferta e demanda se acomodaram, assim como os preços das commodities. A expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos anos é de um crescimento de 2% ao ano. Nos EUA, segundo ela, as projeções variam entre 0,7% a 1,8%, e na China, mesmo com as restrições impostas, a expectativa é de 5,1%.
A economista considera que o agronegócio segue como a vocação principal do país e deve manter o crescimento em torno de 10% ao ano. Sobre os investimentos, Denise salientou que ainda é um ano ruim, mas que 2024 terá melhora em curto prazo com correção de choques externos e impactos do aperto monetário. De acordo com ela, a taxa de desemprego deve sofrer nova queda, passando dos atuais 8,6% para 8%. “Com a aprovação da reforma tributária, os contribuintes terão mais transparência sobre o que pagam de impostos e o cooperativismo será beneficiado, ainda mais com as leis complementares que respeitarão as particularidades do modelo. Quando olhamos os dados da economia como um todo parece homogênea, mas não é. Há um novo cenário, inclusive se olharmos outros países, e quem tiver notando essas mudanças vai competir melhor”, concluiu.
Fonte: Sistema OCB
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