“Pensando no futuro do cooperativismo, o que você tem a contribuir?” A pergunta deu início ao 1º Congresso Gaúcho de Jovens Cooperativistas, o Coop Think, realizado pelo Sistema Ocergs nos dias 27 e 28 de maio, em Porto Alegre. O evento reuniu cerca de 90 jovens de cooperativas de diferentes regiões do Rio Grande do Sul e foi marcado por trocas inspiradoras, desafios em grupo e debates sobre temas estratégicos para o fortalecimento do cooperativismo. Metodologia CPC: Começar, Parar, Continuar Os grupos apresentaram as soluções desenvolvidas com base na metodologia CPC (Começar, Parar, Continuar), abordando seis grandes temas: sustentabilidade, sucessão, espírito cooperativista, inovação, equidade e diversidade. Sustentabilidade: Como fazer para que os jovens se tornem protagonistas na pauta ambiental dentro das cooperativas? As propostas reforçaram a importância de envolver os jovens desde cedo, com protagonismo real e incentivo a práticas sustentáveis nas decisões cotidianas da cooperativa. Sucessão: Como fomentar programas estruturados de formação de lideranças? O grupo apontou a necessidade de romper com padrões antigos, revisar estatutos com a participação de jovens e investir fortemente em educação cooperativista desde cedo para garantir a renovação da gestão e da governança. Espírito Cooperativista: Como levar o cooperativismo para quem ainda não está envolvido? Foi consenso que é necessário desconstruir a ideia de que cooperativismo é “coisa de gente velha”, atualizar a linguagem do setor e criar experiências práticas, como o próprio Coop Think, com profissionais preparados para dialogar com as juventudes. Inovação: Como fomentar a cultura de inovação nas cooperativas por meio dos jovens? A principal mensagem foi clara: os jovens precisam ser ouvidos. Para avançar, é essencial apresentar dados, falar a linguagem da gestão e promover formações com foco em inovação e protagonismo juvenil. Equidade e Diversidade: Como ampliar o conhecimento e as práticas de inclusão nas cooperativas? “A transformação começa quando nos unimos com propósito”, destacou o grupo, que defendeu a participação ativa de pessoas de diferentes gêneros, raças, idades e origens nos espaços de decisão das cooperativas. Palestras reforçaram o papel dos jovens no presente e futuro do cooperativismo A programação também contou com dois importantes momentos de reflexão coletiva. A gerente de Comunicação e Marketing da Cooperativa Sicredi Rio Paraná, Carolina Mussolini, conduziu o painel “Os Jovens e o Cooperativismo”, reforçando que os jovens não são apenas o futuro, mas o presente do movimento. Já Fabíola Nader Motta, gerente-geral do Sistema OCB, apresentou dados da Pesquisa Nacional do Cooperativismo e destacou os desafios e impactos do setor na vida de milhões de brasileiros. A palestra também trouxe à tona o papel das cooperativas em 2025, ano que marca o novo Ano Internacional das Cooperativas declarado pela ONU. “Essa é uma oportunidade, junto com a ONU, de falarmos o quanto o cooperativismo transforma realidades, assim como a de vocês aqui hoje, que são prova viva desse movimento”, afirmou Fabíola. “O futuro do cooperativismo é um tema fantástico, pois é pauta diária na nossa rotina. Existem muitos desafios em todos os ramos do cooperativismo, e precisamos pensar novas relações de oportunidade para mudarmos a realidade existente. Apostamos nos jovens para repensarmos a rota e seguirmos fazendo a diferença na sociedade”, destacou o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann. Para Larissa Zambiasi, do Comitê Geração C, o Coop Think foi um verdadeiro laboratório de ideias construído a muitas mãos. “É um evento histórico e memorável, pois os jovens são os responsáveis pela continuidade do trabalho do cooperativismo realizado até aqui”, afirmou. Thais Christ, da Sicredi Ouro Branco RS/MG, reforçou a importância de colocar o jovem como sujeito da transformação: “O Coop Think não é um evento passivo, de escuta, mas uma oportunidade para os jovens proporem soluções, ideias e entenderem o cooperativismo na prática.” Fonte: Sistema Ocergs