O início do ciclo do Plano Safra 2025/2026 reforçou o papel das cooperativas financeiras no apoio ao agronegócio nacional, em um momento marcado também pela expectativa de produção recorde de grãos no país. Somente em julho, a instituição financeira cooperativa Sicredi realizou 28 mil operações em todo o Brasil, das quais cerca de 16 mil ocorreram no Rio Grande do Sul — que concentra 57% do total. Em valores, foram liberados R$ 5,2 bilhões no mês, sendo R$ 1,7 bilhão destinado ao estado gaúcho.
“No Plano Safra 25/26 o Sicredi segue como maior repassador de crédito rural do RS e é, hoje, uma das principais forças de fomento ao agronegócio no Brasil, e os resultados, mesmo que parciais, do Plano Safra comprovam nossa relevância no desenvolvimento do setor, tanto no país quanto no Rio Grande do Sul. Nossa ampla presença, que alcança milhares de municípios brasileiros e 484 cidades gaúchas, reafirma o propósito e o compromisso de estar sempre próximo dos associados, apoiando seus projetos e fortalecendo a economia local e regional. No estado, a carteira de crédito rural reflete esse compromisso ao alavancar investimentos que impulsionam o crescimento sustentável, uma vez que soma R$ 30 bilhões”, destacou o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port.
Esse movimento ocorre em um cenário em que a agricultura brasileira deve alcançar novo recorde. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/2025 está estimada em 350,2 milhões de toneladas de grãos, volume 16,3% superior ao ciclo anterior. O avanço foi impulsionado tanto pela expansão de 1,9 milhão de hectares da área cultivada — que passou de 79,9 milhões para 81,7 milhões de hectares — quanto pelas condições climáticas favoráveis, especialmente no Centro-Oeste, o que permitiu uma recuperação de 13,7% na produtividade média nacional, hoje projetada em 4.284 quilos por hectare.
Soja
Principal cultura do país, a soja deve atingir produção recorde de 171,5 milhões de toneladas, com produtividade média de 3.621 kg/ha, a maior já registrada pela Conab.
Na safra 2024/25, Goiás foi o estado com maior produtividade, com 4.183 kg/ha. Já o Rio Grande do Sul registrou a menor, de 2.342 kg/ha, devido às altas temperaturas e à irregularidade das chuvas entre dezembro e fevereiro.
Milho
A Conab também aponta para uma produtividade média recorde nas lavouras de milho, considerando as três safras do grão. O rendimento deve chegar a 6.391 quilos por hectare. Com isso, é esperada uma produção total de 139,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, aumento de 20,9% em relação a 2023/24.
Na primeira safra, a produção foi estimada em 24,9 milhões de toneladas, crescimento de 8,6% sobre a safra anterior. Na segunda safra, com 97% da área colhida e 3% em maturação, estima-se um crescimento de 24,4% na produção, prevista em 112 milhões de toneladas. Já a terceira safra, ainda em desenvolvimento, deve alcançar 2,7 milhões de toneladas.
Algodão
Também é esperado um recorde para o algodão, com a produção da pluma estimada em 4,1 milhões de toneladas. O resultado representa uma alta de 9,7% sobre a safra anterior e é sustentado pelo aumento de 7,3% na área semeada e pelas condições climáticas favoráveis.
Arroz
Com a colheita já encerrada, a produção de arroz alcançou 12,8 milhões de toneladas, crescimento de 20,6% sobre 2023/24 e a quarta maior já registrada, atrás apenas das temporadas 2010/11, 2004/05 e 2003/04. O aumento reflete a expansão de 9,8% na área semeada e as condições climáticas favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor.
Feijão
No caso do feijão, a estimativa da Conab aponta uma produção próxima a 3,1 milhões de toneladas, somando-se as três safras do grão. O resultado garante o abastecimento interno do país e estabilidade no fornecimento.
Safras de inverno
Entre as culturas de inverno, a área destinada ao trigo apresentou redução de 19,9% em relação à safra passada, totalizando 2,4 milhões de hectares neste ciclo. Ainda assim, a produtividade deve se recuperar, passando de 2.579 quilos por hectare em 2024 para 3.077 kg/ha neste ano. Com isso, a produção está estimada em 7,5 milhões de toneladas, queda de 4,5% em comparação com a temporada anterior.
Com crédito robusto impulsionado pelas cooperativas financeiras e projeções de colheita recorde, o Brasil inicia o novo ciclo do Plano Safra em um ambiente de otimismo, no qual o fortalecimento do setor agrícola caminha lado a lado com o fomento financeiro às cadeias produtivas.
Fonte: Sicredi e Globo Rural com adaptações da MundoCoop