Sabemos que comprar um produto, escolher uma marca ou empresa tem uma relação direta ou indireta com o que sentimos por ela. Para quem não sabe, consumir não é um ato inconsciente, mas bem racional, movido por vários sentimentos, sentidos, entre eles os psicológicos, emocionais e sentimentais.
Muitas cooperativas e empresas já entenderam isso, portanto exploram os comportamentos, e os aspectos emocionais de seus públicos-alvo para venderem mais ou apenas ganharem sua simpatia.
Pedro Mattos, diretor geral da Coop – Cooperativa de consumo, conhece essa realidade na prática. Ele conta que o setor do varejo é, essencialmente, estabelecer a conexão entre um produtor e um mercado consumidor. “Ele é o grande motor desse negócio e não existe conexão sem compreender os aspectos emocionais e sem aceitar que essas conexões se estabelecem através de pessoas. Aprender a gerir esse enorme capital humano presente nas cooperativas é o que faz a diferença no final do dia”, conta.
O neuromarketing
Para potencializar o marketing, as empresas têm utilizado uma das ferramentas mais poderosas da atualidade, o neuromarketing, que é uma ramificação do campo de estudos do comportamento do consumidor. “Ele tem como base a análise das reações neurológicas dos indivíduos. Utilizando-se de diferentes equipamentos de imagiologia, investigam-se quais áreas do cérebro humano são ativadas quando as pessoas são expostas a comerciais de TV, discursos políticos, produtos expostos no PDV e mais uma miríade de outras situações. Porém, não se trata de procurar controlar a mente do consumidor, mas sim em entendê-la de modo a poder criar ações de marketing mais efetivas”, exemplifica Guaracy Carlos da Silveira, Doutor em Design e Educação, Arte e História da Cultura.
O especialista conta que se em décadas passadas os estudos tinham como base científica a psicologia, a sociologia e posteriormente o comportamento no ambiente de compras, a partir da virada do milênio, os estudos do campo da neurologia começaram a atrair a atenção dos pesquisadores do consumo.
“Estamos a todo tempo filtrando as informações que recebemos, nosso cérebro decide para qual delas termos ciência ou não. Empresas como a Elma-chips tem redesenhado suas embalagens com base em suas pesquisas de neuromarketing, a Hyundai afere a preferência dos consumidores em termos de design de novos carros, a Amazon o utiliza no seu sistema de oferta de descontos e posicionamento de produtos da Amazon, e a Coca Cola na forma como trabalha sua marca”, lembra Carlos.
Em especial na comunicação com o consumidor o neuromarketing tem contribuído no sentido de potencializar estímulos, em especial no que se refere as cores e formatos utilizados, tornando as peças de uma campanha publicitárias mais interessantes, chamativas e eficazes.
O neuromarketing utiliza técnicas de neurociência, como ressonância magnética funcional (fMRI), eletroencefalografia (EEG), monitoramento de frequência cardíaca e outros métodos para medir a atividade cerebral e as respostas emocionais dos consumidores enquanto eles são expostos a estímulos de marketing.
Gabriela Teles Leandro, Diretora de Marketing da Adsumus Mídia Digital explica que com essas informações, os profissionais de marketing podem compreender melhor como o cérebro do consumidor processa as informações. “Algumas das principais aplicações do neuromarketing incluem a análise de pesquisas de mercado, a criação de campanhas publicitárias mais eficazes, a personalização da experiência do cliente, a otimização do processo de compra e a utilização de técnicas de gamificação para estimular o envolvimento do consumidor com a marca. O neuromarketing é uma área em crescimento e cada vez mais empresas estão utilizando suas técnicas para criar campanhas publicitárias mais eficazes e fortalecer sua marca no Mercado”, diz Teles.
O neuromarketing nos tipos de marketing
Guaracy Carlos da Silveira, Doutor em Design, Doutro em Educação, Arte e História da Cultura, conta que compreender os processos mentais traz inúmeros benefícios as empresas. “Estratégias de comunicação baseadas em neuromarketing são mais eficazes, porque entram em nosso campo de atenção, isto por sua faz diminuir o desperdício em investimentos de marketing, bem como torna as estratégias de marca mais eficientes, uma vez que temos formas mais precisas de medir as reações do consumidor”. Veja alguns dos campos em que você pode aplicar o neuromarketing:
- O Marketing Sensorial: busca envolver os sentidos dos consumidores de modo a moldar percepções, julgamentos, atitudes, comportamentos e emoções em relações as marcas. É o clássico cheiro de pão que acabou de ser assado. Como sua marca pode envolver todos os sentidos do consumidor?
- Marketing de experiência: À medida que as empresas entenderam que é fundamental trabalhar a forma como os consumidores experimentam suas marcas, o neuromarketing tem muito a contribuir. Pense em uma loja da Apple, num hotel de luxo ou num parque da Disney e você constatará quanto esforço e colocado na criação de experiência memoráveis.
- Marketing digital: Por meio de ferramentas que acompanham os olhos dos consumidores conseguimos traçar mapas dos pontos da página onde o usuário fixou sua atenção. Pareado com informações de analytcs potencializamos toda a jornada do consumidor em nosso site.
Como estimular o seu cliente com o neuromarketing
Ao entender como o cérebro funciona e como ele responde a diferentes estímulos, o neuromarketing pode ajudar a criar campanhas publicitárias e estratégias de marketing mais eficazes. Gabriela Teles Leandro, Diretora de Marketing da Adsumus Mídia Digital indica algumas das técnicas utilizadas pelo neuromarketing para estimular o consumo e o envolvimento com a marca incluem:
- Utilização de cores e imagens atraentes: as cores e imagens utilizadas em uma campanha publicitária podem afetar o modo como o cérebro do consumidor processa a informação. Por exemplo, cores vibrantes e imagens atraentes podem ativar áreas do cérebro responsáveis pelo prazer e pela emoção, aumentando a probabilidade de que o consumidor se sinta atraído pelo produto ou service.
- Utilização de histórias e narrativas: o cérebro humano é muito sensível a histórias e narrativas. Ao contar histórias que envolvem o produto ou serviço, o neuromarketing pode estimular a imaginação e as emoções do consumidor, aumentando o envolvimento com a marca.
- Utilização de gatilhos mentais: gatilhos mentais são palavras, frases ou imagens que ativam certas emoções ou comportamentos no cérebro do consumidor. Por exemplo, utilizar a palavra “grátis” ou “limitado” pode estimular a sensação de urgência ou escassez, aumentando a probabilidade de que o consumidor tome uma decisão de compra.
- Utilização de experiências sensoriais: o neuromarketing também pode utilizar experiências sensoriais, como a degustação de alimentos ou a experimentação de produtos, para estimular o envolvimento com a marca. Essas experiências ativam áreas do cérebro relacionadas ao prazer e à satisfação, aumentando a probabilidade de que o consumidor se sinta mais conectado ao produto ou serviço.
- Utilização de personalização: por fim, o neuromarketing pode utilizar a personalização para aumentar o envolvimento com a marca. Ao personalizar a experiência do consumidor com o produto ou serviço, como por exemplo, através de recomendações personalizadas, bem como pode estimular a sensação de que a marca está preocupada com as necessidades individuais do consumidor, aumentando a fidelidade à marca.
6 dicas para usar o neuromarketing a seu favor
O neuromarketing é uma ferramenta poderosa para você atrair o seu público para consumir a sua marca. Porém, existem alguns segredos de como usá-lo com sucesso a seu favor. A especialista Gabriela Teles Leandro, Diretora de Marketing da Adsumus Mídia Digital dá seis dicas fáceis para você aplicá-lo na sua empresa
Dica 1 – Conheça bem o seu público-alvo: Antes de criar qualquer campanha de marketing, é importante conhecer bem o seu público-alvo. Pesquisas de mercado e análises de dados podem ajudar a entender como o cérebro dos consumidores processa as informações relacionadas ao seu produto ou serviço, quais são suas necessidades, desejos e comportamentos de consume.
Dica 2 – Utilize técnicas de neurociência na criação de campanhas publicitárias: Ao criar campanhas publicitárias, utilize as técnicas de neurociência para despertar emoções e despertar a atenção do cérebro do consumidor. Utilize cores, imagens e histórias que ativem áreas do cérebro responsáveis pelo prazer, emoção e tomada de decisão.
Dica 3 – Personalize a experiência do cliente: A personalização é uma das chaves para o sucesso no neuromarketing. Utilize tecnologias de recomendação personalizada ou ofereça produtos e serviços personalizados para aumentar o envolvimento com a marca e a fidelidade do cliente.
Dica 4 – Otimize o processo de compra: Para que o processo de compra seja mais agradável e intuitivo para o cérebro do consumidor, utilize tecnologias de interface de usuário que sejam mais intuitivas e agradáveis. Por exemplo, um processo de checkout simples e fácil pode aumentar as chances de uma compra ser concluída.
Dica 5 – Utilize técnicas de gamificação: A gamificação pode ser uma ótima maneira de estimular o envolvimento do consumidor com a marca. Crie jogos ou desafios que estimulem a criatividade, a emoção e a interação social.
Dica 6 – Análise os resultados: Monitore os resultados de suas campanhas de marketing e avalie o impacto que elas tiveram sobre o cérebro do consumidor. Analise as métricas de engajamento, conversão e retenção para entender o que funciona e o que não funciona.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop
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