A Unimed Participações – o braço de investimentos do sistema Unimed – acaba de criar uma fintech própria, oferecendo novas soluções a seus cooperados e beneficiários e tentando monetizar os mais de R$ 80 bilhões transacionados em seu sistema a cada ano.
A Unimed Pay foi criada como uma JV entre a Unimed Participações (que terá 60% do negócio) e o Q2 Bank, uma fintech fundada em 2020 pelos empreendedores Gabriel Borges, Eliézer Pimentel e Kaio Nascimento.
A ideia de criar a JV foi ganhar tempo.
“Se fôssemos começar uma fintech do zero, levaríamos pelo menos dois anos na maturação e desenvolvimento da tecnologia,” Adelson Chagas, o presidente da Unimed Participações, disse ao Brazil Journal. “Buscamos uma empresa que já tivesse a tecnologia pronta para ganhar velocidade.”
A Unimed está investindo R$ 3 milhões na largada na JV e vai investir mais R$ 2 milhões no final do primeiro ano, quando o Q2 Bank também deve aportar recursos na proporção de sua participação.
A Unimed Participações tem 220 acionistas: a Unimed Nacional e as várias Unimeds regionais. Os recursos para seus investimentos vêm dos resultados das empresas que já estão debaixo da holding ou de chamadas de capital.
O plano de negócios prevê que a Unimed Pay gere R$ 20 milhões de lucro líquido ao longo dos cinco primeiros anos (R$ 10 milhões no quinto ano, e R$ 10 mi divididos entre os primeiros quatro), e que o payback ocorra em 3,5 anos.
“Mas essa é uma projeção bem conservadora,” disse Adelson. “Se tudo der certo, o resultado pode ser muito maior.” A Unimed Pay vai começar com dois produtos. O primeiro é uma maquininha de cartões que vai ser oferecida aos médicos cooperados e prestadores credenciados à rede (laboratórios e hospitais).
Essa maquininha virá com uma câmera acoplada na parte de trás. Quando um beneficiário dos planos de saúde da Unimed for se consultar com um médico cooperado, a maquininha vai fazer a leitura da biometria facial do cliente para evitar fraudes. Ao validar o atendimento, a maquininha já vai gerar um crédito do médico com a Unimed.
O segundo produto é a antecipação de recebíveis: pela própria maquininha, o médico ou prestador vai poder antecipar aquele crédito e receber o valor de imediato — pagando uma taxa — em vez de ter que esperar 30 dias como acontece hoje. Num segundo momento, a Unimed planeja criar também uma carteira digital completa, que será oferecida aos 18,7 milhões de beneficiários.
Nessa wallet, os clientes poderão pagar as mensalidades dos planos, receber o reembolso das consultas, fazer transferências e até pedir um cartão de crédito e débito. A Unimed Pay é a menina dos olhos de Adelson – mas a Unimed Participações já tem outras empresas em seu portfólio, além de planos de criar novos negócios.
Hoje, a Unimed Participações é dona da Seguros Unimed, que opera desde os planos de saúde da Unimed até os seguros de vida e previdência, ramos elementares, odontologia e a asset management da cooperativa. A holding também tem uma corretora digital, e a ADM Developer, uma gestora de planos coletivos por adesão que compete com administradoras como a Qualicorp.
Fonte: Brazil Journal
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