Em meio as grandes revoluções atuais, tomar as decisões certas nunca foi tão desafiador. E com a importante missão de construir uma visão empreendedora e cooperativa do futuro diante desse cenário, o World Coop Management (WCM) chegou à sua 8ª edição.
O evento, que aconteceu nos dias 17 e 18 de outubro, reuniu 1200 participantes de 25 estados brasileiros e Distrito Federal no Minascentro, Belo Horizonte (MG), e quase 5 mil pessoas virtualmente de 34 países para acompanhar insights profundos, tendências mundiais e modelos de gestão que mais se adaptam ao que virá pela frente pós pandemia, tudo isso através de ideias e direcionamentos de grandes pensadores e estrategistas da atualidade.
Formado por 3 palcos e estandes de parceiros, o WCM contou também com o espaço Papo Coop, um estúdio inédito que realizou entrevistas exclusivas com palestrantes e nomes importantes do setor presentes na ocasião e a condução do Diretor da MundoCoop, Luis Claudio Silva. A MundoCoop é a mídia oficial do WCM 22.
Iniciando os conteúdos da edição, o Palco World, apresentado pela atriz Sílvia Pfeifer, recebeu o Fundador e CEO da Intergalactic Industries AB, Nicklas Bergman. Considerado por muitos como o “guru” na gestão para a transformação contínua dos negócios, Bergman trouxe para o público as maiores novidades do futuro da tecnologia e da sociedade. Inovação na prática!
Logo após, o especialista em Marketing de Diferenciação e criador do Fator X, Pedro Superti, provocou a todos falando sobre posicionamento de mercado. A competição está dando lugar a cooperação no mercado? Como as cooperativas podem encontrar a própria diferenciação e se destacar nessa nova era? Essas e outras perguntas foram abordadas por Superti, que destacou a importância de se comunicar com o público-alvo de forma pessoal e direta e de apostar na transformação digital para ampliar seu alcance.
Seguindo as estratégias para impulsionar as cooperativas, o palco recebeu o consultor de projetos inovadores e talentos, Loren Duffy. Em sua apresentação, Duffy reforçou que o alinhamento dos aspectos físicos, mentais, emocionais e imaginativos do eu é a chave para a criatividade, regeneração e desempenho sustentável. Com esse conceito, ele colocou a neurociência como aliada de indivíduos, equipes e organizações que desejam alcançar alto desempenho.
A MUDANÇA COMEÇA AGORA
Continuando as discussões, o painel ESG reuniu a administradora e Mestre em Gestão e Negócios com especializações em Finanças, Sustentabilidade e Cooperativismo, Camila Luconi, o professor convidado no FGV Management nas disciplinas de ESG, Rodrigo Casagrande, o Vice-Presidente da Icatu-Seguros, César Saut, e a Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas no Sistema OCB, Débora Ingrisano, como mediadora.
Luconi iniciou as explanações ressaltando que o conceito ESG nasceu no mundo das finanças, que esse é o setor que possui mais oportunidades de se aprofundar no tema e que os bancos precisam financiar a economia do bem para o futuro. Nesse contexto, ela questiona “toda cooperativa é sustentável?” e apresentando opções de medição de impacto, reforça que toda cooperativa pode ser ainda mais sustentável e aplicar práticas de ESG efetivamente.
Para complementar esse raciocínio, Casagrande apontou grandes tendências da atualidade quando o assunto é ESG, como diversidade e inclusão, readequação das cadeias de suprimentos, transição de energias fósseis para renováveis, aumento de esforços em direção ao carbono líquido zero, novos padrões de consumo e responsabilidade socioambiental e climática. Para finalizar, deixou o seguinte questionamento “até que ponto o cooperativismo de crédito está preparado para ensinar seus associados a estarem em linha com o ESG?”.
Falando de futuro e construção coletiva, Sault destacou que o ESG está diretamente ligado ao mercado de seguro e a garantia da longevidade para as pessoas. Nisso, ele frisa que o sistema cooperativo é o que mais tem legitimidade para ajudar o Brasil a passar pela transformação atual na criação do futuro.
“As práticas que a gente entende como perfeitas hoje podem não ser tão perfeitas amanhã”
César Sault
Caminhando para a finalização do primeiro dia, o assunto foi futuro. Diante disso, o Co-presidente do Global Grand Challenge Singularity Expert na Singularity University, Nathaniel Calhoun, dividiu estratégias sobre como a tecnologia pode ser usada para resolver os maiores problemas do mundo. Ainda, trouxe essa realidade para dentro das cooperativas, abordando os desafios no processo de eleição dos conselhos.
Encerrando as apresentações, Andrea Iorio, uma das maiores referências nacionais em transformação digital, liderança e inovação no país, destacou a necessidade de perder o medo do erro pois, é a partir das experimentações que acontecem os avanços. “Cooperativismo é antifrágil, ou seja, capaz de se reinventar e se refazer mesmo após erros, crises e fracassos. É preciso trocar minimização de erros para maximização de aprendizado”.
Nesse processo, Iorio ressaltou que perguntas “bobas” são as que resolvem os grandes problemas porque são elas que direcionam o olhar para o necessário. E, impulsionando essa mudança de mindset, finalizou acentuando que “o cooperado muda, a tecnologia muda, o mercado muda e as receitas do passado não se mantém. A verdadeira mudança é cultural”.
GLOBALIZAÇÃO COOPERATIVISTA
O segundo dia do WCM começou cheio de surpresas. A abertura contou com a participação de dois dos maiores ilusionistas da América Latina, Henry & Klauss. Empolgando a plateia, a dupla apresentou um espetáculo surpreendente de ilusionismo digital. E seguindo a atmosfera futurística, o CEO do WCM falou das novidades da próxima edição do evento, que acontecerá em 2023 e trará um novo formato híbrido, se dividindo entre o presencial e o metaverso.
Iniciando os conteúdos do dia, Connie Dieken, fundadora do The Dieken Group – uma empresa executiva de consultoria especializada em liderança influente, abordou a importância dos relacionamentos dentro das organizações e da postura que cada um adota no seu dia a dia. Dieken destaca que todos podem ser influentes de uma maneira boa para os demais e que a influência está diretamente ligada a comunicação e a capacidade de transmitir informação, principalmente nas lideranças, que precisam ser o oposto do autoritarismo.
“Não apresse a mudança de pensamento, primeiro é preciso abrir a mente”
Connie Dieken
Entrando em destaque no WCM, Sara Vicari, cofundadora do Aroundtheworld.coop – uma entidade que apoia as cooperativas com o aprofundamento da consciência sobre a identidade cooperativa e com a comunicação de seu impacto social, perspectivas econômica e ambiental -, contou sua experiência com as cooperativas ao redor do mundo.
Vicari destacou que o cooperativismo é muito forte na Itália, onde mora, mas foi no Brasil que conseguiu dimensionar o impacto das cooperativas na vida das pessoas e das comunidades. Com isso, ela se juntou ao marido, filmaker, e se dedicou a documentar as cooperativas de diversos países.
Trazendo cases importantes, Sara conseguiu mostrar como o cooperativismo consegue se adequar a realidade de cada país e, assim, fazer a diferença dentro de um contexto cultural totalmente único e diferente. Ainda, ela deixou a seguinte reflexão para o público “Os cooperados e cooperadas estão se comunicando o suficiente com o mundo sobre sua identidade cooperativa? Como fazer mais?”.
Em seguida, o professor e consultor da HSM do Brasil, André Bello, abordou as estratégias necessárias para se adaptar as mudanças do mundo atual. Para ele, a tecnologia é só o início de uma transformação maior, que passa e tem sociedade e as pessoas como grandes objetivos. Nisso, Bello reforça a importância de “ajustar as lentes” para entender esse novo mundo, utilizando a cultura como meio para essa adaptação.
O grande painel do dia, sobre Economia Circular, ficou por conta da CEO da Co-operatives UK, Rose Marley, o gestor do Echoes Srl. – primeiro Banco ético europeu digital, 100% sustentável-, Goran Jeras, a idealizadora e CEO da Ecomaterioteca, Gabriela Leite Schott, o diretor técnico global da Votorantim, Álvaro Lorenz, e mediação da Beatriz Luz, fundadora da Exchange 4 Change Brasil, organização independente que tem como missão impulsionar a transição para a Economia Circular no país.
Juntos, os especialistas discutiram os vieses atuais do tema e as urgências que já ocupam as maiores discussões globais a respeito do futuro. “Precisamos olhar além do topo do iceberg e criar uma inteligência coletiva”, finaliza Rose Marley.
O encerramento da 8ª edição do WCM teve a participação da cantora Elba Ramalho, que narrou sua história para o público de forma única e apresentou um pocket show exclusivo para os participantes.
Por Redação MundoCoop – Matéria publicada originalmente na edição 108 da Revista MundoCoop
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