Com a disseminação da inteligência artificial em setores de todos os portes, os chatbots se consolidam como uma das ferramentas mais estratégicas para ampliar acesso à informação, reduzir custos operacionais e fortalecer a tomada de decisão no ambiente rural. No agro, a busca por soluções que realmente falem a língua do produtor impulsiona o desenvolvimento de avatares inteligentes e assistentes virtuais que simplificam rotinas, organizam informações e garantem respostas rápidas.
No setor cooperativo, as empresas do segmento agropecuário têm avançado no uso de chatbots para ampliar produtividade e fortalecer a gestão no campo. Cada vez mais, cooperativas de diferentes portes incorporam soluções de IA para apoiar equipes operacionais.
Entre as iniciativas do Agro, está o RAImundo, chatbot da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em parceria com a AZap.ai. Disponível pelo WhatsApp, ele se apresenta como um assistente criado para apoiar produtores e agentes do campo com dados confiáveis sobre manejo, cotações e orientações técnicas. Atua por texto, áudio e imagens, e já reúne milhares de usuários que buscam tecnologia de ponta de forma simples e acessível.
Para especialistas da Embrapa, o valor do chatbot está na velocidade. A capacidade de interpretar contextos do campo e responder em segundos ajuda o agricultor a agir no tempo certo, seja no controle de pragas, seja na gestão da propriedade. A lógica é direta: quanto mais especializado o sistema, maiores as chances de orientar decisões críticas que evitam perdas e elevam a produtividade.
Esse movimento se repete em grandes empresas do agronegócio. A Syngenta Digital incorporou inteligência artificial ao Cropwise Balance, permitindo que produtores enviem áudios via WhatsApp para organizar o controle financeiro da fazenda. A Grão Direto aposta no AIrton, consultor digital que monitora preços, envia alertas de mercado e já participou da primeira negociação conduzida inteiramente por IA no país.
Cooperativas e o uso estratégico de IA
Esse movimento de adoção de assistentes virtuais, como dito anteriormente, também alcança o cooperativismo, que tem se destacado na incorporação da IA para modernizar processos e suas operações. No setor, a tecnologia vem ganhando corpo em projetos que combinam inovação, eficiência e visão de longo prazo.
Na cooperativa agroindustrial, a criação da Frísia Inteligência Artificial marca um novo patamar de digitalização. Reconhecida em premiação nacional, a solução generativa foi desenvolvida internamente para atender demandas específicas do negócio e transformar o conhecimento organizacional em uma base acessível, intuitiva e integrada ao dia a dia de colaboradores e cooperados. A proposta é reduzir burocracias, acelerar respostas e fortalecer a cultura de inovação. Para a liderança da cooperativa, entender as tendências tecnológicas e antecipar soluções se tornou requisito para manter competitividade e gerar valor nas comunidades onde atua.
No setor financeiro cooperativo, a evolução segue ainda mais acelerada. A Unicred estruturou uma frente dedicada à inteligência artificial e já soma cerca de 140 mil atendimentos automatizados com seus chatbots Edu e Duda. Enquanto o Edu atende cooperados em múltiplos canais — aplicativos, internet banking e WhatsApp — a Duda apoia colaboradores com mais de 70 fluxos internos, contribuindo para processos mais leves, integração rápida de equipes e aumento de eficiência operacional.
Somente em 2025, fluxos automatizados reduziram de 12 para 2 minutos o tempo de contestação de compras e de 19 para 1 minuto o ajuste de limites transacionais, liberando centenas de horas de trabalho. A estratégia integra ainda iniciativas de inovação aberta, hackathons e o uso de IA generativa para acelerar análise de dados, automatizar documentos e qualificar atendimentos futuros.
Esses projetos evidenciam que as cooperativas enxergam os chatbots não como ferramentas de moda, mas como pilares de uma transformação digital consistente, que une eficiência, proximidade e personalização. À medida que as soluções evoluem — da interpretação de fotos a sistemas internos de conhecimento — o cooperativismo amplia sua capacidade de inovar sem perder suas raízes: a centralidade das pessoas, o impacto social e o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Fonte: Globo Rutal com adaptações da MundoCoop












