Ao lado dos filhos Roviner e Rafael, o cooperado Sebastião Barros, morador em Sertanópolis (PR), cultiva 320 alqueires com soja e milho neste município e em outros nas imediações de Londrina, sendo que metade são áreas próprias e o restante arrendadas. O Rally Cocamar de Produtividade foi conhecer o trabalho da família.
Uma parte de suas terras Sebastião adquiriu da família do fundador da Viação Garcia, Celso Garcia Cid – falecido em 1972 -, que tinha nacionalidade espanhola e chegou a Londrina nos primeiros anos da cidade. Seu Celso, como era conhecido, foi o introdutor de raça Nelore no Brasil, fazendo da Cachoeira – com seus 700 alqueires – a primeira referência desse gado zebuíno no país.
Cabe um registro interessante. “Aqui nunca teve café, foi sempre pecuária”, conta Sebastião, cujo sogro Arnaldo Delefrati trabalhou por muitos anos como arrendatário de terras da Cachoeira, nos tempos em que a fazenda era administrada por Manoel Garcia Cid, o Neco Garcia, um dos filhos de seu Celso. Segundo ele, embora os cafezais fossem um símbolo do desenvolvimento do norte do Paraná, o dono da companhia de ônibus, que chegou a ser uma das maiores do país, só tinha olhos para a pecuária de corte.
Sebastião conta que com o passar dos anos e décadas a família Garcia se desfez de uma parcela das terras da fazenda e ele teve a oportunidade de adquirir 85 alqueires numa área que inclui a antiga sede, onde há um belo bangalô avarandado, construído em madeira e com muitos cômodos, que vem sendo conservado por Sebastião, a exemplo de outras estruturas mais antigas.
De acordo com o produtor, seu Celso mantinha nessa casa um escritório, onde recepcionava compradores de gado, além de amigos e autoridades. Consta que o ex-presidente Juscelino Kubstcheck teria sido um de seus ilustres visitantes.
História à parte, Sebastião e seus filhos, à frente da Agrícola Barros, conduzem a atividade com alto nível tecnológico, fazendo correção periódica e adubação conforme análise, além de muita matéria orgânica, contando com a orientação técnica do engenheiro agrônomo Gustavo Branco, da unidade da Cocamar em Sertanópolis.
“A gente acredita muito no simples bem-feito”, comenta o filho Roviner, de 36 anos, explicando que eles investem, por exemplo, no perfil de solo. “Fornecemos todos os nutrientes que as plantas precisam e depois, durante o desenvolvimento da lavoura, fazemos análise das folhas para, eventualmente, suprir alguma deficiência”. E acrescenta: é um trabalho bastante profissional, com acompanhamento quase que diário da cultura, para ter o melhor resultado possível.
“Nós dividimos as tarefas, mas ficamos por dentro de tudo o que está acontecendo”, menciona seu irmão Rafael, de 30. “A agricultura não depende só da gente, mas do clima, e tudo o que está ao nosso alcance, nós fazemos”, afirma.
Neste ano de El Niño, com veranicos e intensas ondas de calor, a produtividade acabou prejudicada, a exemplo do que se viu em muitas regiões do Paraná e do país. A família Barros registrou a média de 87 sacas de soja por alqueire, no sequeiro, exatamente 100 sacas a menos que a obtida no ano passado, em que o clima foi mais favorável.
Mas em uma área irrigada da propriedade, com total de 22 alqueires, eles obtiveram a média de 165 sacas, sendo grande parte dos custos com energia elétrica diluída com um sistema de placas solares.
“O apoio técnico fornecido pela Cocamar é muito importante”, destaca Sebastião, que ressalta a forte presença da cooperativa da região, e declara: “Estamos contentes com essa parceria”. Para o agrônomo Gustavo Branco, os bons resultados do investimento da família em irrigação mostram que esse é um dos caminhos para garantir a estabilidade da produção.
Por sua vez, o gerente da unidade, Fernando Stephano, salienta que a experiência da família Barros, com a constante melhoria do solo, também é essencial para garantir a sustentabilidade na agricultura. E conclui ao considerar que os Barros são uma referência na região, igualmente, pela união do núcleo familiar, com pai e filhos trabalhando e prosperando juntos.
Sebastião é também produtor de mudas de choupalla, a curiosa árvore-mastro, como também ficou conhecida no Brasil, usada para fins ornamentais. Outro legado de Celso Garcia Cid, que trouxe da Índia as primeiras mudas para o país.
A edição 2023/24 do Rally Cocamar de Produtividade, realizado em seu 9º ano e que tem a finalidade de valorizar as boas práticas agrícolas, conta com o patrocínio da Basf, Sicredi Dexis, Fertilizantes Viridian, Nissan Bonsai Motors, Cocamar Máquinas/John Deere, Texaco e Estratégia Ambiental, com o apoio da Unicampo, Aprosoja/PR e Cesb.
Fonte: Assessoria de Imprensa Cocamar
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