As escolas da rede estadual de Minas Gerais já usam leite na alimentação escolar que é oferecida aos cerca de 1,6 milhão de estudantes matriculados nas 3.425 unidades de ensino, distribuídas em 852 municípios no estado. O alimento, que é rico em cálcio, mineral essencial para ossos e dentes, além de tecidos e células do corpo humano, está presente na composição de vários pratos do Cardápio Escolar. São exemplos a preparação do arroz-doce, da canjica, de vitaminas, do mingau, de bolos, biscoitos, escondidinhos e purês, além de ser servido também acompanhando lanches nos cafés da manhã e da tarde.
A novidade é que o Governo de Minas propõe reforçar a importância do uso diário do leite, com incentivo à compra direta de pequenos produtores rurais e de cooperativas locais e regionais, fomentando ainda mais a economia do estado. Para tanto, as secretarias de Estado de Educação (SEE-MG) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) assinaram memorando com recomendações para aquisição do leite a partir de diretrizes repassadas às 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs), que deverão seguir as recomendações das pastas.
Exemplo em acordo com as orientações vem da Escola Estadual Santa Tereza, em Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A unidade, que é coordenada pela Fundação Educacional Caio Martins (Fucam), instituição vinculada à SEE/MG, compra leite da Cooperativa de Produtores Rurais do município.
Uma das cooperadas, Carla Seixas Lara destaca a importância da iniciativa.
“A Laticínios Formiguinha começou há mais de duas décadas como um pequeno empreendimento da minha família. A atividade cresceu, investimos na modernização das instalações, aumentamos a captação de leite e diversificamos a oferta dos produtos. Hoje, fornecemos parte da produção à escola”, conta a produtora.
A presidente da cooperativa, Shenia Cristina Chaves, avalia a iniciativa do Estado como uma ação positiva para o fortalecimento da agricultura local. “Temos uma média de 80 cooperados. Nós recebemos as mercadorias às segundas-feiras e entregamos nas terças-feiras para as escolas. Essa iniciativa do Governo de Minas é mais um incentivo para a produção da agricultura familiar que precisa de mercado para comercializar e gerar renda”, afirma.
Para o diretor da escola atendida pela cooperativa, Idelino Rodrigues Pereira, a aquisição do produto é muito importante, porque além de oferecer inúmeros benefícios nutricionais na alimentação diária, o leite conquista o paladar dos estudantes. “A garotada adora quando servimos receitas que usam o leite na preparação, como arroz doce e mingau, ou até no próprio café da manhã ou da tarde, acompanhando um lanche. O leite permite criar preparos diversificados e isso acaba incentivando os alunos a consumirem a maioria das receitas que servimos”, explica.
Quem é fã de arroz-doce é o estudante Vitor Miranda Emiliano Félix dos Santos, do 1º ano do ensino médio. “Gosto muito de todas as refeições que são servidas na escola, mas em especial da canjica e do arroz-doce. Adoro quando posso comer esses pratos, que a escola só consegue oferecer a partir do leite”, diz o estudante.
Educação e economia
As escolas estaduais são importante mercado para a comercialização do leite e Minas Gerais o maior produtor do Brasil, responsável por 27% do total da entrega nacional.
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a produção mineira foi de 9,6 bilhões de litros.
Os principais municípios produtores do estado são: Patos de Minas com 206 milhões de litros por ano; Patrocínio, que produz cerca 164 milhões de litros anuais; Pompéu também desponta, com quase 142 milhões de litros; Lagoa Formosa produz uma média de 129 milhões de litros e Coromandel, com mais de 128 milhões de litros/ano.
De acordo com o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, a ação conjunta terá um impacto muito significativo na cadeia produtiva de lácteos e na economia regional. “Essa parceria entre Educação e Agricultura Familiar cria um círculo virtuoso, em que todos saem ganhando. Os produtores têm um mercado garantido, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), enquanto os alunos contam com alimentos saudáveis em suas refeições”, pontua.
Para o secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, a parceria mostra que esforços conjuntos direcionam para a construção de políticas públicas voltadas para um ensino público mais assertivo e de mais qualidade, como está sendo feito em Minas, nesta gestão.
“Não podemos pensar na educação com resultados positivos se não cuidarmos da alimentação dos nossos estudantes. Incentivar a compra do leite, e principalmente, dos nossos produtores rurais, é algo que me deixa feliz. A alimentação é a base de tudo para o aprendizado e nem sempre os estudantes têm em casa uma refeição adequada para ajudá-los no aprendizado ”, destaca.
Investimentos na alimentação escolar
Para oferecer uma boa alimentação escolar, o Governo de Minas investe valores robustos na compra dos alimentos que têm o leite como um dos ingredientes que compõem os pratos do Cardápio Escolar, elaborado por nutricionistas da rede.
“A utilização de leite pelas escolas estaduais se dá por, no mínimo, três vezes por semana para os estudantes do Ensino Integral. Essa oferta depende também da realidade local. Além do leite in natura, as escolas também têm a opção de utilizar queijos e iogurtes na composição dos cardápios, o que ajuda na produção de uma alimentação diversificada, variada e rica em cálcio”, explica a diretora de Suprimento Escolar SEE/MG, Valéria Batista.
Só neste ano, mais de R$ 400 milhões em recursos estaduais foram destinados à merenda escolar. Além disso, cerca de R$ 200 milhões foram repassados pela União ao Estado, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), destinados à compra dos alimentos.
Esses recursos permitiram que fossem adquiridos no primeiro semestre deste ano quase 700 mil litros de leite, um total de cerca de 140 mil litros mensais, além de outros itens que são usados na preparação da merenda.
É importante destacar também que a alimentação das escolas estaduais mineiras segue critérios rigorosos de nutrição, definidos por equipe de nutricionistas do Órgão Central, responsáveis pela elaboração do cardápio, além dos demais profissionais que atuam nas 47 SREs, acompanhando junto às escolas a execução e consumo das refeições.
Fonte: Agência Minas
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