A Jornada cooperativista rumo à COP 29 encerrou sua programação no município de Xapuri, Acre, na sexta-feira (26), com visitas à reserva ambiental Chico Mendes e à Cooperativa agroextrativista de Xapuri (Cooperxapuri). O último dia de atividades proporcionou aos participantes da comitiva formada por representantes de ministérios do governo federal, organizações parceiras e órgãos internacionais uma compreensão do processo agroextrativista da castanha e da borracha, além de reforçar o compromisso das cooperativas com a sustentabilidade.
A Reserva Extrativista Chico Mendes, uma conquista dos seringueiros, está situada na região Sudeste do Acre e abrange seis municípios. As atividades produtivas são direcionadas para a economia e o sustento das comunidades tradicionais que vivem na área. Criada em 2018, a Cooperxapuri conta com cerca de 200 sócios, que atuam na comercialização de castanha, borracha, polpa de frutas e café. O objetivo da cooperativa é organizar, beneficiar e comercializar a produção agroextrativista, com a garantia de que a floresta permaneça intacta e promovendo o desenvolvimento socioeconômico das famílias cooperadas.
Tião Aquino, presidente da Cooperxapuri, explicou a abordagem da cooperativa com produtos de extrativismo que se renovam naturalmente. “Os ciclos da castanha e da borracha possuem mais de 100 anos e, sendo assim, é um produto naturalmente renovável. Nossas atividades são sempre focadas na sustentabilidade e temos como desafio mostrar que nossas cooperativas possuem potencial para serem rentáveis”, destacou.
Para Dalci Bagolin, coordenador-geral de Promoção Comercial do Ministério da Agricultura (Mapa), as visitas foram fascinantes. “Ver as cooperativas do Acre dando ênfase à sustentabilidade durante a produção é uma vivência que será guardada e que impactará de forma positiva para que o cooperativismo seja um foco central nas COP 29 e 30, especialmente esta última, uma vez que será realizada no Brasil”, afirmou.
A representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Rebeca Souza Rocha, valorizou a experiência de conhecer diferentes regiões do Brasil. “O Brasil é muito diverso e muito grande. Os formuladores de políticas públicas precisam conhecer mais sobre a Amazônia e as diversas realidades do país. Esta jornada trouxe, para perto, as experiências da realidade brasileira e como o cooperativismo funciona no Brasil”, concluiu.
Toda a jornada teve como objetivo passar uma visão ampla e detalhada do impacto positivo das cooperativas em prol da conservação e harmonia do meio-ambiente, ao mesmo tempo em que geram desenvolvimento social e crescimento inclusivo, a partir da contribuição do movimento nas discussões globais sobre mudanças climáticas. “Durante uma semana, o grupo conheceu cooperativas que são referência em boas práticas sustentáveis. Isso reforça o papel do movimento como um modelo de negócios moderno e inovador”, ressaltou João Marcos Silva Martins, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB.
Fonte: Sistema OCB
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