• POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • CONTATO
  • MÍDIA KIT
MundoCoop - Informação e Cooperativismo
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • ECONOMIA & FINANÇAS
  • DESTAQUES
  • AGRONEGÓCIO
  • GESTÃO & NEGÓCIOS
  • ACONTECE NO SETOR
  • SOCIAL
  • INTERNACIONAL
  • ENTREVISTA
  • ECONOMIA & FINANÇAS
  • DESTAQUES
  • AGRONEGÓCIO
  • GESTÃO & NEGÓCIOS
  • ACONTECE NO SETOR
  • SOCIAL
  • INTERNACIONAL
  • ENTREVISTA
Sem resultado
Ver todos os resultados
MundoCoop - Informação e Cooperativismo

Algodão orgânico de pequenos agricultores da Paraíba chama a atenção da ONU

Traumatizados pela praga, os lavradores resistiram quando prefeitura, governo do estado e a iniciativa privada decidiram incentivar o retorno do cultivo

MundoCoop POR MundoCoop
3 de outubro de 2022
AGRONEGÓCIO
img 1 1

img 1 1

CompartilheCompartilheCompartilheCompartilhe

No coração do agreste paraibano, um grande galpão em ruínas é o monumento à memória de um tempo em que algodão era sinônimo de esperança para incontáveis famílias de pequenos agricultores de Ingá (PB).

Erguido na década de 1930, o edifício pertenceu à multinacional Anderson Clayton e foi equipado com máquinas muito modernas para a época.

O prédio era o resultado maior de uma política do governo estadual que pretendia transformar o município, localizado entre a capital João Pessoa e a cidade de Campina Grande, em um exemplo de progresso.

Afinal, o algodoeiro tende a prosperar em climas áridos e lá havia muita terra disponível. A ideia teve êxito durante quase duas décadas e a localidade chegou a se tornar na segunda maior produtora de algodão da Paraíba.

No entanto, quando a empresa americana decidiu deixar o lugar nos anos 1950 por conta da desvalorização do “ouro branco” em relação a fios sintéticos, a pequena cidade de 18 mil habitantes era completamente dependente da companhia e começou a atravessar um período de lenta decadência.

A situação seguiu por três décadas até 1983, quando veio o golpe fatal: o lugar foi o primeiro do Brasil a registrar a presença de uma praga extremamente nociva que rapidamente destruiu as colheitas de algodão. Foi o fim da cultura algodoeira de Ingá e das cidades vizinhas, o que inaugurou uma era de acentuada miséria entre a população.

Agricultores ingaenses têm apenas más palavras para definir o bicudo (Anthonomus grandis): “maldito”, “fracasso” e “tragédia” são algumas delas. O inseto se multiplica de maneira exponencial e preda as plantações quando a colheita já está próxima. Até sua chegada, o algodão era visto como a “poupança de fim de ano” dos trabalhadores rurais e costumava render um lucro considerável para quem o plantava.

Traumatizados pela praga, os lavradores apresentaram muita resistência quando prefeitura, governo do estado e a iniciativa privada decidiram incentivar o retorno do cultivo do produto às terras de Ingá em 2021.

“Fomos chamados de malucos e de bestas, ninguém acreditava na gente. Com o nosso avanço de um ano para outro, eles viram que o algodão é o caminho mais próspero para a vida dos agricultores.”, diz Severino Vicente da Silva, conhecido como Biu, da cooperativa de produtores de algodão de Ingá (Itacoop)

“Sou do tempo em que algodão era o meio de vida do povo. Em 1983, o bicudo veio e levou tudo que a gente tinha, nossa dignidade, nossos filhos. Ficamos só com milho e feijão. Ficamos na pior”, declarou Biu, agricultor.

Com 70 anos de vida e pelo menos 60 de lavoura, Biu foi um dos que apostaram no algodão desde o início de sua retomada.

Com olhar emocionado, conta que viu seus filhos irem embora de Ingá com a crise do bicudo. Depois de muitos anos de ceias natalinas sem presentes para filhos e netos, Biu se anima ao dizer que voltou a conseguir comprar agrados para a família com o lucro obtido através da produção do ano passado.

O sucesso de Biu e seus poucos companheiros produtores atraiu a atenção de muitos, e a área total de plantio saltou de 5 para 46 hectares em apenas um ano. Hoje são 38 agricultores envolvidos.

Agricultores na passarela

De acordo com a cooperativa, o algodão orgânico cultivado pela agricultura familiar e pelas comunidades quilombolas alcança até 1200 quilos por hectare plantado. Através do Programa Algodão Orgânico Paraíba, o governo mantém a garantia de mercado e oferece certificação e orientação técnica aos interessados. O manejo sustentável e sem o uso de agrotóxico faz com que o resultado se diferencie daquele obtido no Centro-Oeste pelo agronegócio.

Ao contrário da iniciativa dos anos 1930, voltada para a grande indústria, o projeto foca em fortalecer os pequenos agricultores com o ensino de boas práticas e pretende eliminar os intermediários.

No antigo galpão da Anderson Clayton, desapropriado pelo governo, operários preparam a instalação de uma descaroçadeira moderna para atender todos que desejarem beneficiar sua produção para vendê-la a preços maiores. A formação de cooperativas também é incentivada. Além da Itacoop, a Cooveste reúne costureiras de Ingá que haviam sido demitidas com o fechamento de uma fábrica e hoje produzem peças próprias com o algodão orgânico local.

Também integrante da Itacoop, Antonio Barros, o Calu, está prestes a completar 80 anos. Pai de 11 filhos, ele estava presente com a família no “Dia de Campo” promovido pela prefeitura em setembro. Ele era um dos convidados especiais de um desfile de moda organizado pela Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Serviços e Educação para Moda Sustentável (Abrimos) apenas com produtos orgânicos da região.

A passarela foi montada em meio a um campo de algodão num fim de tarde cinematográfico. Depois dos modelos que apresentaram peças de refinado nível técnico, foi a vez dos agricultores caminharem por ela. Os aplausos empolgados foram a senha para que o velho agricultor fosse às lágrimas.

“Ver que tudo isso foi produzido por nós é motivo de muita felicidade”, diz Calu ao descer da passarela. “Eu comecei na roça com 4 anos ajudando a família para sobreviver. Minha vida é o algodão. Hoje temos uma cooperativa que está começando e graças da Deus temos recebido bons incentivos para seguirmos fortes. Está crescendo e dando certo.”

Ano passado, o primeiro “Dia de Campo” recebeu a visita de uma delegação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), que demonstrou interesse em conhecer as bases do projeto e sua viabilidade. O segundo, neste ano, recebeu representantes do Governo da Paraíba, SEBRAE, SENAI e também empresários de companhias do setor, como Natural Cotton Collor (PB), Santa Luzia (PB), Dalila Têxtil (SC) e Cataguases (MG). O prefeito Robério Burity (PSB) enxerga no projeto uma maneira de ampliar as atividades econômicas da cidade.

“Pessoas que estavam desempregadas hoje são cooperativadas e foram empoderadas. Estamos trabalhando para acabar com a tradição de que a prefeitura seja o maior empregador do município. É por isso que acredito em associação e cooperação. Se não houvesse união entre o poder público, o poder privado e os trabalhadores, esse programa não acontecia. Assim, a economia local começa a girar e a população se torna independente.”


Fonte: UOL

ANTERIOR

Busca por produtos sustentáveis cresce 32% e impulsiona cooperativas no mercado nacional

PRÓXIMA

Final do Cooperjovem empolga estudantes de Palotina

MundoCoop

MundoCoop

Informação e inspiração para o cooperativismo.

Relacionado Posts

GAstronomia Alagoana
AGRONEGÓCIO

Cooperativas alagoanas se destacam em evento gastronômico

10 de maio de 2025
Parceria entre setor privado e Cooperativa na Bahia empodera mulheres rurais e mostra a força do cooperativismo no campo
AGRONEGÓCIO

Parceria entre setor privado e Cooperativa na Bahia empodera mulheres rurais e mostra a força do cooperativismo no campo

9 de maio de 2025
Programa quer certificar 320 mil propriedades rurais ligadas a cooperativas no Paraná
AGRONEGÓCIO

Programa quer certificar 320 mil propriedades rurais ligadas a cooperativas no Paraná

9 de maio de 2025
Nova parceria traz tecnologia de fertilização de plantas inédita para cooperativas goianas
AGRONEGÓCIO

Nova parceria traz tecnologia de fertilização de plantas inédita para cooperativas goianas

8 de maio de 2025
Cooperativa de crédito reforça parceria com BNDES e projeta Plano Safra
AGRONEGÓCIO

Cooperativa de crédito reforça parceria com BNDES e projeta Plano Safra

7 de maio de 2025
Castrolanda estuda a diversificação de cinco novas culturas
AGRONEGÓCIO

Cooperativa agropecuária estuda a diversificação de cinco novas culturas

6 de maio de 2025

Discussão sobre post

NEWSLETTER MUNDOCOOP

* Preenchimento obrigatório

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cooperativas educacionais participam da 30º Bett Brasil, com apoio do Sescoop/SP
ACONTECE NO SETOR

Cooperativas educacionais participam da 30º Bett Brasil, com apoio do Sescoop/SP

10 de maio de 2025
Cooperativa de saúde destaca compromisso na assistência noenatal e puerperal
SOCIAL

Cooperativa de saúde destaca compromisso na assistência noenatal e puerperal

10 de maio de 2025
Brasil bate recorde de empreendedorismo nos últimos 4 anos
ECONOMIA & FINANÇAS

Brasil bate recorde de empreendedorismo nos últimos 4 anos

10 de maio de 2025
LinkedIn Instagram Facebook Youtube

FALE COM A MUNDOCOOP

MundoCoop - O Portal de Notícias do Cooperativismo

ANUNCIE: [email protected]
TEL: (11) 99187-7208
•
ENVIE SUA PAUTA:
[email protected]
•
ENVIE SEU CURRÍCULO:
[email protected]
•

EDIÇÃO DIGITAL

CLIQUE E ACESSE A EDIÇÃO 122

BAIXE NOSSO APP

NAVEGUE

  • Home
  • Quem Somos
  • Revistas
  • biblioteca
  • EVENTOS
  • newsletter
  • Anuncie

1999 - 2025 - © MUNDOCOOP. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Home
  • Revista MundoCoop
  • Biblioteca
  • Newsletter
  • Quem Somos
  • Eventos
  • Anuncie

1999 - 2025 - © MUNDOCOOP. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para que os cookies sejam usados. Visite o nosso Política de Privacidade e Cookies.