O Sistema OCB realizou, nesta quinta-feira (11), a Reunião do Conselho Consultivo do Ramo Crédito (Ceco) 2024. A plenária reuniu lideranças do segmento para apresentar as ações realizadas para defesa e fomento do cooperativismo de crédito entre os anos 2022 e 2024 e, ainda, realizar a transição da coordenação do colegiado e apresentar a agenda de trabalhos para o próximo ciclo da coordenação nos próximos 2 anos.
Como presidente da entidade, Márcio Lopes de Freitas ressaltou a importância do Sistema Nacional do Cooperativismo de Crédito (SNCC) e o papel desempenhado por todas as cooperativas, centrais e confederações na consolidação do setor. Para ele, a relação construída com o Banco Central do Brasil (Bacen), foi fundamental para conferir o crescimento sustentável do segmento. “O Bacen é um órgão regulador que facilita os processos para que o sistema alcance os resultados positivos registrados atualmente. Segundo o panorama do Banco, divulgado em 2022, o cooperativismo de crédito movimenta mais de R$ 650 bilhões, o que demonstra a potência do segmento no Sistema Financeiro Nacional (SFN)”, disse.
O deputado Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), evidenciou a importância da democratização de acesso ao crédito e relembrou os desafios enfrentados pelo setor para manter a relação humanizada das instituições financeiras, mesmo com o avanço das tecnologias. “Mesmo com o digital em massa, precisamos manter a essência do cooperativismo dentro das cooperativas de crédito. Preservar o contato físico, o olho no olho e a educação financeira é conservar o que o movimento tem de melhor”, afirmou.
Por sua vez, o diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damásio, salientou a importância da inovação e da tecnologia no universo financeiro. Ele lembrou que o cooperativismo de crédito investe nesse desenvolvimento de forma equilibrada, sempre com foco no atendimento às necessidades dos cooperados. “O cooperativismo está atento nessa evolução, porque é disruptivo. O cooperativismo é uma sociedade de pessoas e, apesar do digital, equilibra inovação e humanidade”.
Representando o Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Bancárias (Desuc), Adalberto Felinto da Cruz Júnior, reconheceu os avanços conquistados pelo SNCC e por sua liderança no setor. Ele enfatizou a importância do órgão regulador na promoção do crescimento e desenvolvimento do cooperativismo de crédito. “O coop é exponencial e o Bacen se rejuvenesce quando participa de todo esse processo. O Brasil precisa do cooperativismo e, como reguladores, sabemos que é preciso apontar o caminho, os desafios e os riscos do mercado”, declarou.
Moacir Krambeck, ex-coordenador do Ceco, reforçou o compromisso com a intercooperação durante seus anos à frente da Coordenação do Conselho Consultivo. Segundo ele, melhorar a vida dos cooperados mantem a proximidade com a sociedade e o fortalecimento do setor. “Nós unimos forças para levar ao cooperado o melhor preço de mercado. Investimos na educação dos futuros cooperativistas e entendemos que os jovens precisam saber sobre a nossa filosofia. Precisamos estar sempre próximos do cooperado para ouvir o que ele tem a dizer”, declarou.
Hardold Espínola, ex-chefe do departamento de supervisão de instituições não bancárias do Banco Central – Desuc, recebeu uma homenagem de Moacir Krambeck, como forma de agradecimento aos anos em que se dedicou no avanço de importantes marcos regulatórios que impulsionaram a evolução do SNCC. “Foi uma contribuição significativa para o crescimento e o fortalecimento do nosso sistema. O aporte que nos foi dado representa uma peça fundamental na trajetória positiva do nosso segmento”, reiterou.
O novo coordenador do Ceco, Remaclo Fischer, também ressaltou o papel do Banco Central na regulação e na promoção do crescimento do setor de crédito e manteve o compromisso de promover a intercooperação. “Ao mesmo tempo que nos regulamenta, o Bacen nos desafia a crescer e nos chama para propôr soluções. Além de tudo isso, sabemos que o nosso lado social nos diferencia de outras instituições financeiras. Esse desafio de coordenar o CECO, agora, se soma ao desafio de praticar a intercooperação como prioridade
De biênio em biênio
Thiago Borba, coordenador do Ramo Crédito do Sistema OCB, apresentou os resultados do Ceco entre os anos de 2022 e 2024. Ele destacou os avanços conquistados pelo SNCC, como a implementação de oito Câmaras Temáticas, que apoiam o Grupo de Trabalho Executivo no estudo de ações vinculadas às diretrizes estratégicas e compartilhamento de boas práticas e experiências.
Thiago citou ainda importante conquista para o fomento do cooperativismo de crédito trazido pelo aprimoramento do Procapcred, fruto de intenso trabalho de mobilização do BNDES demonstrando os impactos positivos do cooperativismo de crédito nas comunidades em que estão inseridas, além de apresentar sobre os avanços alcançados com a aprovação da Lei Complementar 196/22, e os trabalhos realizados para a sua regulamentação de forma colaborativa entre o Ceco e o Banco Central. “Nossos melhores resultados possuem uma relação direta com o trabalho feito em colaboração com o Bacen e são reflexo do comprometimento de todos os envolvidos. Nossos esforços impulsionam o desenvolvimento e o fortalecimento do cooperativismo de crédito no Brasil”, assegurou.
Para o Plano de Ação no período de 2024 a 2026, o principal intuito é garantir a preservação do modelo de governança sistêmica, além de buscar a redução na exigência de capital intrassistêmico e realizar aprimorar o acesso das cooperativas de crédito aos Fundos Constitucionais. As iniciativas de expansão do SNCC para o Norte e o Nordeste, com possível apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento, também é um propósito para o biênio. Outras iniciativas foram citadas como metas a serem cumpridas, como a campanha de prevenção a golpes, o aprimoramento da regra de contabilização do Fates e o estudo de impacto do cooperativismo de crédito na sociedade.
Ao final Ivan Nacsa, sócio da Bip Consultoria, apresentou a atualização normativa da resolução 4.966/21, que altera as regras de provisionamento e agravo de operações de crédito. “A resolução entrará em vigor em janeiro de 2025 e impactará significativamente a estrutura patrimonial de todas instituições financeiras. As cooperativas neste cenário devem estar preparadas para absorverem os impactos sem comprometer a perenidade de seus negócios “, explicou.
Fonte: Sistema OCB
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