Novas formas de buscar fontes alternativas de financiamentos para o produtor rural, este foi o foco da reunião do grupo técnico que coordena o Projeto 2, Desenvolvimento Econômico e Financeiro, um dos 20 projetos do Plano Paraná Cooperativo (PRC200), o planejamento estratégico conjunto do setor.
O objetivo do encontro foi avaliar o andamento e discutir os passos seguintes dessa ação que, em sua essência, busca identificar caminhos pelo quais as cooperativas possam acessar recursos de financiamentos no mercado para utilização em projetos de capitalização e investimentos, diminuindo a dependência dos meios oficiais e garantindo que o setor tenha suporte financeiro necessário para viabilizar seus planos de desenvolvimento.
Gargalo
Ao abrir a reunião, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, fez uma avaliação do momento que o Brasil atravessa e ressaltou que, a despeito dos rumos que o país tomar, o cooperativismo tem a missão de seguir com os seus planos de expansão. “O PRC200 é isso, ou seja, é uma ferramenta que nos mostra onde estamos e aonde queremos chegar. Mas para conseguir atingir as metas, precisamos resolver alguns gargalos, entre os quais, garantir que as cooperativas possam captar recursos financeiros num volume suficiente para viabilizar os projetos de investimentos de longo prazo, daí a necessidade de buscar fontes alternativas de financiamento”, disse.
O Projeto
O grupo técnico do Projeto 2 é constituído por 41 pessoas de 24 cooperativas, sendo 18 do ramo agropecuário e 6 do ramo crédito. “Penso que que a parte técnica do projeto que estamos construindo está bem fundamentada. Agora, chegou o momento de avançar, dar o encaminhamento para as ações que foram amplamente discutidas”, comentou o diretor da Ocepar, coordenador nacional do Ramo Crédito e presidente da Cooperativa Bom Jesus, Luiz Roberto Baggio.
Estruturação
Para chegar a esse resultado principalmente sobre os financiamentos, foram necessárias oito reuniões do grupo técnico, em que foram discutidos temas como legislação, regulamentações e normativos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de Mercado de Capitais. Também ocorreram reuniões com agentes do mercado de capitais e com representantes da própria CVM. “Estamos na fase de apresentação dos resultados dos estudos realizados durante os encontros e também de estruturação de propostas”, afirmou o coordenador de Desenvolvimento Cooperativo do Sistema Ocepar, Devair Antônio Mem.
Avaliação
Mem avalia que o encontro de ontem mostrou que as cooperativas estão interessadas e comprometidas com os objetivos do projeto 2 do PRC 200, ou seja, elas querem encontrar alternativas mais competitivas para captação de recursos de financiamentos para aplicar em projetos de investimentos de longo prazo. “A intercooperação entre as cooperativas agropecuárias e de crédito pode ser uma alternativa viável, considerando a alteração recente na LC 130/2009 pela LC 196/2022, que facultou a realização de operações de crédito com o compartilhamento de recursos e de riscos por um conjunto de cooperativas de crédito integrantes de um mesmo sistema cooperativo”, comentou.
Alternativas
Durante a reunião, algumas cooperativas contaram que já conseguiram estruturar operações para captar recursos por meio de CRA, CDCA, entre outros títulos. Além disso, outras começaram a estudar essa opção, assim como operações por meio de fundos como FIDC e Fiagro que também podem ser alternativas viáveis desde que os custos acessórios sejam reduzidos. “Em resumo, avançamos, porque começamos a estruturar um projeto importante e necessário para que as cooperativas consigam viabilizar seus planos de expansão. Porém, há ainda muito o que ser feito nesse projeto. Precisamos, por exemplo, identificar pontos na legislação regulatória para simplificar, facilitar e reduzir custos na estruturação. Mas penso que a reunião de ontem foi muito positiva e fortaleceu ainda mais o grupo em sua missão de continuar buscando soluções viáveis para as cooperativas se manterem investindo em projetos de crescimento como armazenagem, industrialização da produção dos cooperados, logística, entre outros”, concluiu.
Fonte: Sou Agro
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