Unir forças para progredir. É assim que o cooperativismo atua e cresce em Santa Catarina. Em diferentes áreas da economia, esse modelo socioeconômico baseado na cooperação e solidariedade entre os membros, ganha relevância. De acordo com dados da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), as cooperativas somaram receitas totais de R$ 82 bilhões em 2022, um crescimento de 21,7% comparado a 2021. Os principais setores envolvidos nesse resultado são a agricultura, crédito, saúde, transporte e consumo.
Além disso, o cooperativismo tem impacto positivo no fortalecimento das cadeias produtivas locais, fomentando a inovação e estimulando a colaboração entre diferentes agentes econômicos.
Atualmente, cerca de três milhões de catarinenses participam do sistema que tem ampliado sua força. No último ano, ele gerou 5.697 novos postos de trabalho, fazendo com que o total de pessoas empregadas chegasse a 88.466. Isso tem impacto econômico e social, já que o modo como o cooperativismo atua gera oportunidades em todas as partes do Estado, promovendo a capacitação de profissionais, formação de líderes e reconhecimento da produção local.
Cooperativas agrícolas impulsionam SC
No setor agrícola, as cooperativas são umas das responsáveis por fornecer suporte técnico aos agricultores, compartilhando recursos e infraestrutura, que reduzem os custos de produção e aumentam a competitividade. Elas também contribuem para garantir preços justos aos produtores, pois eliminam a necessidade de intermediários, fortalecendo as relações comerciais diretas e orientando sobre um cultivo e manejo alinhado aos princípios de preservação do meio ambiente.
No setor, as cooperativas também são responsáveis pela maioria dos empregos diretos e da maior parte da receita bruta, representando 65% e 68%, respectivamente. O ramo que mais se destaca é o agropecuário, que cresceu 15,7% com relação a 2021 e alcançou a receita de R$ 56 bilhões no último ano.
Isso é parte do que faz Santa Catarina ser reconhecida internacionalmente pela qualidade da sua produção. Nas exportações do agronegócio catarinense, as cooperativas representam aproximadamente 30% do PIB do Estado e 70% das exportações.
Entre os principais produtos de Santa Catarina que deixam o Brasil estão carnes de aves e suínos, cereais, fertilizantes, frutas e derivados. A China se destaca como a principal compradora, absorvendo 30% do volume total embarcado. Em seguida vem o Japão (12%), Oriente Médio (11%), Ásia (10%), América Centro-Sul (8%) e África (7%).
Crescimento forte revela a força do cooperativismo
No setor de crédito, as cooperativas se destacam por oferecerem uma alternativa sólida e acessível aos serviços financeiros tradicionais, como empréstimos a taxas mais baixas do que a dos bancos convencionais e participação nas sobras. Com isso, pequenos empreendedores e agricultores familiares são os mais beneficiados, o que fortalece o setor produtivo e estimula o empreendedorismo local.
Em Santa Catarina operam atualmente 65 cooperativas de crédito que tiveram no último ano um crescimento impressionante: com o aumento de 77,3% das receitas totais, alcançando R$ 15,4 bilhões. O setor é o que mais reuniu novos associados em 2022, somando mais de 3 milhões de cooperados e gerando 16.534 empregados diretos.
Outras áreas também estão crescendo com o apoio do cooperativismo. No setor de saúde, por exemplo, são 30 cooperativas de trabalho médico. Em infraestrutura, as cooperativas responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica levam o serviço para importantes municípios do Estado. No ramo de consumo, houve em 2022 aumento de 5,3% em receitas. Já no setor de transporte, as 41 cooperativas faturaram R$ 1,7 bilhão no mesmo período, representando um crescimento de 27%.
Cooperativismo em SC
Reconhecido como um dos principais polos cooperativistas do Brasil, Santa Catarina é um terreno fértil para o desenvolvimento desse sistema. A forte presença da agricultura na economia estadual somada à disposição para o trabalho em grupo, são elementos-chave para o crescimento das cooperativas na região.
Baseado nos princípios da igualdade, democracia e solidariedade, esse modelo de organização surgiu no século XIX, em resposta aos problemas sociais e econômicos surgidos com a Revolução Industrial. Como uma resposta à situação, trabalhadores se uniram para formar as primeiras cooperativas, entre elas a Sociedade dos Pioneiros de Rochdale (em inglês, Rochdale Society of Equitable Pioneers), fundada em 1844, na Inglaterra, e que se tornou referência mundial ao estabelecer princípios que ainda são seguidos pelas cooperativas modernas.
No Brasil, o cooperativismo começa os ensaios iniciais influenciado pelo movimento operário europeu com a fundação da primeira cooperativa brasileira, a Cooperativa de Consumo dos Empregados da Empresa de Gás do Rio de Janeiro, em 1889. A partir daí, o cooperativismo se expande pelo país, principalmente em áreas rurais, com o surgimento das cooperativas agrícolas, de crédito e de consumo.
Fonte: G1
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