O Sebrae e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciaram nesta segunda-feira (17), durante a COP30, um investimento de R$ 107 milhões para fortalecer o cooperativismo extrativista na Amazônia Legal. A informação foi divulgada no evento pela equipe do Sebrae e do MDIC, que apresentaram o novo programa Coopera+ Amazônia. O projeto vai atender 50 cooperativas e cerca de 9,3 mil famílias de cinco estados — Maranhão, Rondônia, Pará, Acre e Amazonas — ao longo dos próximos quatro anos.
Segundo os organizadores, o Coopera+ Amazônia nasce da união de dois programas anteriores, o Coop+ Produtiva e o ALI Coop, e se estrutura para atuar em cadeias produtivas consideradas estratégicas na região. Castanha-do-brasil, babaçu, açaí e cupuaçu estão entre os principais focos do programa, que pretende ampliar o valor agregado dos produtos, melhorar a produtividade e abrir novas oportunidades comerciais, sobretudo para pequenos produtores que vivem do extrativismo.
O lançamento teve a presença do vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, que enfatizou o caráter econômico e ético da iniciativa. “O cooperativismo nos permite ganhar escala e é um instrumento essencial para reduzir custos, ampliar mercados e melhorar a renda das comunidades”, afirmou. Para Alckmin, o Brasil tem um compromisso histórico com as atuais e futuras gerações. “Começamos com investimento de R$ 107 milhões, que tende a crescer significativamente, para preservar as florestas e transformar a bioeconomia em alavanca de geração de empregos, renda e desenvolvimento sustentável”, disse.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou a relevância do projeto entre as iniciativas brasileiras apresentadas na COP30. Para ele, o programa reforça a bioeconomia como um eixo central para enfrentar a crise climática, ampliar a inclusão produtiva e valorizar o uso sustentável dos recursos naturais. “O Coopera+ Amazônia marca um novo ciclo de desenvolvimento na Amazônia. Fortalece quem vive da floresta, amplia renda e leva inovação para dentro das cooperativas. Assim construímos um modelo de desenvolvimento que protege, inclui e gera prosperidade”, declarou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também defendeu o caráter tecnológico e ambiental da proposta. “Temos que garantir produtividade e acesso à tecnologia, de modo que a economia rural retenha os jovens no campo, assegure a sucessão familiar e gere prosperidade”, afirmou. Ele reforçou que o acesso a tecnologias adequadas é fundamental para que as comunidades possam preservar a floresta, recompor áreas degradadas, conservar a biodiversidade e ampliar a captura de carbono, mantendo em pé a Amazônia.
Como o programa vai funcionar
O Coopera+ Amazônia terá atuação integrada em municípios prioritários para o combate ao desmatamento, polos de bioeconomia e unidades de conservação. Entre as ações estruturantes estão:
- apoio gerencial e de inovação por meio do ALI Coop, com atuação direta dentro das cooperativas;
- assistência técnica rural para aperfeiçoar a produção dos cooperados;
- aquisição de máquinas e equipamentos que permitam mecanização, modernização e maior eficiência nos negócios coletivos;
- criação de escritórios de negócios voltados a facilitar o acesso a mercados nacionais e internacionais.
Coordenado pelo Sebrae em parceria com o MDIC e diversas instituições setoriais, o Coopera+ amplia o trabalho iniciado pelo ALI Coop, que superou as expectativas de adesão e revelou a crescente demanda por inovação entre cooperativas da Amazônia Legal. Nesta nova fase, cada cooperativa será acompanhada continuamente por equipes especializadas responsáveis por diagnosticar desafios, qualificar processos, aperfeiçoar a gestão e orientar estratégias de comercialização e acesso a mercados.
A iniciativa também reúne parceiros estratégicos como o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), a Embrapa e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Juntas, essas instituições pretendem consolidar um ambiente de apoio técnico e institucional capaz de ampliar a competitividade das cooperativas e fortalecer práticas sustentáveis na Amazônia.
Para Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o fortalecimento das cooperativas amazônicas é decisivo para alavancar uma nova economia baseada na floresta em pé. “”O Coopera+ Amazônia marca um novo ciclo de desenvolvimento na Amazônia. Fortalece quem vive da floresta, amplia renda e leva inovação para dentro das cooperativas. Assim construímos um modelo de desenvolvimento que protege, inclui e gera prosperidade”, afirmou.
Também no pavilhão do BNDES na Green Zone,o representante da Cooperacre Alberto “Dande” de Oliveira Tavares, participou de painel que tratou do papel do Fundo Amazônia como estratégia para incluir cada vez mais o cooperativismo no repasse de recursos. “O modelo de sociobioeconomia baseado no cooperativismo é o que pode entregar as respostas urgentes que a Amazônia necessita. Diversificar a base produtiva traz segurança, gera renda e garante resiliência às famílias extrativistas”, destacou.
A agenda do Sistema OCB na Green Zone também contou com a visita do ministro Márcio França ao estande do cooperativismo no Espaço da Sociobiodiversidade organizado pelo Memp, onde ele ressaltou o cooperativismo como arranjo produtivo essencial para a inclusão socioeconômica e a valorização das comunidades amazônicas.
Fonte: Brasil 247 e Sistema OCB com adaptações da MundoCoop












