Em novembro de 2025, a cidade de Belém do Pará sediará a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP 30. O encontro promete ser um marco global, por ser a primeira edição na Amazônia e também pela necessidade urgente do avanço na implementação de compromissos ambientais.
Nesse contexto, as cooperativas brasileiras têm muito a contribuir e já se destacam pelas soluções sustentáveis que unem produção e preservação.
E, para fortalecer essa agenda, a MundoCoop, em parceria com o Sistema OCB, lançou a série especial COOP é COP, que conecta especialistas e lideranças para debater o protagonismo do cooperativismo brasileiro diante dos desafios climáticos.
Nesse episódio de estreia, Daniel Vargas, consultor do Manifesto do Coop na COP30, e Alex Macedo, coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, discutem sobre os caminhos para que o Brasil e o cooperativismo assumam papéis centrais na conferência, em diálogo mediado pelo especialista em Agronegócio José Luiz Tejon.
O programa deu luz à importância histórica da realização da COP 30 no Brasil e, em especial, na Amazônia. Tejon lembrou que o evento representa uma oportunidade única para o país mostrar ao mundo a força da cooperação. “Cooperar é também cuidar do clima e do futuro da humanidade”, comentou.
Dando sequência a esse cenário inicial, ao analisar a oportunidade de o Brasil sediar a conferência, Daniel Vargas destacou que o país pode assumir uma posição estratégica e inspirar novas formas de cooperação internacional. “No Brasil temos a chance e a oportunidade de ocupar esse espaço, não para um projeto de vaidade pessoal, mas quem sabe para orientar o mundo em uma direção que coordene esforços, que aproxime as diferenças e que permita um desenvolvimento novo”, defendeu.
Por sua vez, Alex Macedo reforçou a necessidade de adaptar os parâmetros internacionais à realidade tropical, apontando o papel das cooperativas nesse processo. Para o coordenador, essa adaptação é essencial para garantir que países como o Brasil não sejam prejudicados por métricas que não refletem a realidade produtiva de ambientes diferentes. “Quando você é medido por uma régua que você não construiu, ela favorece quem criou e não quem está sendo mensurado. Os padrões globais de sustentabilidade foram criados com lógica eurocêntrica, que não reflete a realidade tropical. Isso prejudica nossa capacidade de competir e de pautar debates. Por isso defendemos a tropicalização da agenda climática: padrões que reconheçam nossos biomas, formas de produção e técnicas que já praticamos, como plantio direto, rotação de culturas, manejo sustentável e bioinsumos. O cooperativismo brasileiro tem experiência em diversos biomas e pode liderar essa pauta”, afirmou.
Além disso, o episódio também trouxe debates sobre financiamento climático, adaptação das comunidades, bioeconomia, transição energética e segurança alimentar. Em cada tema, pode-se observar como as cooperativas já oferecem soluções práticas aos desafios de cada segmento, mas precisam de maior reconhecimento internacional para que sua contribuição seja incorporada às decisões.
Confira!
Por Redação MundoCoop