A Unimed CNU chega aos seus 27 anos de existência em um momento decisivo, marcado pela retomada da identidade que sempre esteve presente na sua essência. Criada em 1998 para atender às exigências da Lei dos Planos de Saúde e proteger a sustentabilidade do Sistema Unimed, a cooperativa cresceu lado a lado com a evolução da saúde suplementar no Brasil.
Hoje, com mais de dois milhões de beneficiários e presença em 92% do território nacional, a instituição celebra a sua história e projeta um futuro pautado em inovação e integração.
Sob a liderança de Luiz Otávio Fernandes de Andrade, presidente da Unimed CNU, a cooperativa reafirma o propósito de ser o elo integrador do Sistema Unimed. Em entrevista à MundoCoop, Luiz destaca os marcos dessa trajetória, a importância da capitalização bilionária para garantir sustentabilidade e os planos que unem tecnologia, valorização dos médicos cooperados e fortalecimento das raízes cooperativistas.
Assim, este aniversário de 27 anos se consolida como um ponto de virada, para lançar a cooperativa aos próximos desafios da saúde no Brasil.
A Unimed CNU completa 27 anos em um momento simbólico: o Ano Internacional das Cooperativas. Como esse contexto influenciou a decisão de rebranding da marca? Essa mudança representa um novo posicionamento estratégico?
A mudança para Unimed CNU acontece em um cenário extremamente simbólico. Celebramos o reconhecimento do nosso modelo de negócio em todo o mundo por meio da ONU, mas especialmente o momento que a cooperativa vive. Esse contexto envelopa sim um reposicionamento estratégico importante, que está resgatando nossa razão de existir como cooperativa de 2º grau, fortalecendo o compromisso de integrar e gerar oportunidades às Unimeds espalhadas por todo o país.
O nome Unimed CNU resgata a identidade que nos acompanha desde a nossa fundação e traduz institucionalmente valores que sempre nortearam nossas ações — união, parceria e a centralidade do Sistema Unimed.
Revisitamos a simbologia que nos trouxe até aqui, e vimos que o nome CNU nunca nos deixou. Ele representa confiança e uma simpatia do mercado, acompanhando tanto a evolução da própria CNU como da Saúde Suplementar nesses anos.
Assim, este novo posicionamento compreende nossa missão central de promover e impulsionar o cooperativismo médico em nível nacional, e também o valor agregado em 27 anos, cuidando de milhares de pessoas.
Ao longo de quase três décadas, quais foram os principais marcos que consolidaram a instituição como referência nacional na saúde suplementar?
A Unimed CNU já nasceu sendo um marco significativo para o Sistema Unimed, junto com a Lei 9656 e para atendê-la, ou seja, com uma grande responsabilidade em um cenário em que a Unimed já exercia um papel importante na saúde brasileira.
E já nos anos seguintes, construiu uma trajetória marcada por decisões estratégicas que a consolidaram na saúde suplementar. Entre esses marcos, destaca-se a atuação firme para assumir praças em momentos cruciais e estratégicos, protegendo o cooperativismo local, preservando o mercado e garantindo que a população mantivesse acesso a atendimento médico de qualidade.
Durante a pandemia, também tivemos uma atuação de relevância conectando as Unimeds aos pacientes que precisavam de atendimento e contribuindo com a viabilização de insumos. Reforçando seu protagonismo ao apoiar as sócias e cuidar das pessoas.
Esse compromisso com a sustentabilidade do Sistema foi reafirmado recentemente com a capitalização de quase R$1 bilhão, um movimento que simboliza a união e a maturidade da nossa governança sistêmica. Uma demonstração genuína do que é o cooperativismo.
Esta é uma Iniciativa que está fortalecendo a capacidade de investimento da Unimed CNU e que auxiliará no seu reequilíbrio. E é importante reforçar, que mesmo no momento mais sensível que a Unimed CNU viveu no ano passado, ela manteve a melhor pontuação no Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS), destacando-se entre as operadoras do mesmo porte e reafirmando seu compromisso com os clientes.
Nossa história também se sustenta em uma estratégia nacional que respeita as diferentes realidades regionais, mas preserva a coesão e a identidade do modelo cooperativista. É esse equilíbrio entre visão integrada e respeito à diversidade que assegura a solidez e a relevância da Unimed CNU em todo o país.
Essa combinação de propósito cooperativista, gestão estratégica e investimento contínuo em tecnologia é o que nos permite avançar, inovar e seguir entregando valor para nossas sócias, médicos cooperados e clientes em todo o Brasil.
Que aprendizados das conquistas da Unimed CNU no decorrer de sua trajetória podem servir de inspiração para outras cooperativas de diferentes ramos?
O principal aprendizado é que o cooperativismo se fortalece na prática, quando há comprometimento genuíno com a coletividade, em atender uma necessidade e com visão de longo prazo. Nesses 27 anos, aprendemos que medidas nem sempre receptivas, como capitalizações e ajustes de carteiras, quando feitas com transparência e foco no bem comum, geram resultados sustentáveis para todos. Outro ponto essencial é a capacidade de inovar sem perder a essência, adaptando-se às mudanças de mercado com governança sólida, gestão profissional e diálogo constante com todos os stakeholders.
A Unimed CNU atua conectando diferentes Unimeds em todo o país. Quais têm sido os maiores desafios na construção dessa integração e como vocês têm buscado superá-los mantendo a essência cooperativista?
Nosso maior desafio é harmonizar as diferentes realidades regionais do país, que apresentam contextos socioeconômicos, culturais e assistenciais muito distintos. Superamos isso por meio de uma atuação baseada em diálogo constante, governança participativa e definição clara de diretrizes estratégicas que respeitem as especificidades locais, mas preservem a identidade cooperativista. O foco está sempre em gerar valor para as sócias e fortalecer o Sistema Unimed como um todo, promovendo sinergia, compartilhamento de boas práticas e gestão integrada.
Em um mercado cada vez mais competitivo, como manter a fidelidade aos princípios do cooperativismo sem abrir mão da inovação e da eficiência exigidas pelo setor da saúde?
Vivemos um momento em que a inovação deixou de ser apenas um diferencial para se tornar determinante na área da saúde — e, no nosso entendimento, uma ferramenta essencial para a própria perpetuação do cooperativismo no setor. Na Unimed CNU, incorporamos tecnologia, digitalização de processos e análise de dados como pilares do nosso modelo de gestão, sempre visando melhorar a jornada do cliente, fazer a gestão adequada do cuidado e, consequentemente, dos custos assistenciais e gerar mais oportunidades de trabalho médico.
É impossível cuidar de mais de dois milhões de vidas sem uma estrutura tecnológica robusta e integrada. A inteligência artificial nos oferece recursos poderosos para transformar essa experiência: ficamos mais próximos, compreendemos com mais precisão as necessidades e, principalmente, antecipamos soluções. Por meio de agentes de IA, orientamos o percurso assistencial para alcançar o que chamamos de “triplo objetivo”: oferecer assistência de qualidade, garantir acesso universal e manter um custo adequado.
O mais importante é que, mesmo avançando em inovação e eficiência, mantemos a fidelidade aos princípios cooperativistas. Isso significa que todo ganho gerado por essa evolução retorna ao coletivo, fortalecendo nossas cooperativas sócias e preservando o protagonismo do médico cooperado — porque tecnologia só faz sentido se for para aproximar, cuidar e gerar valor para todos.
A transformação cultural e a retenção de talentos aparecem como parte do novo ciclo estratégico da CNU. Que ações concretas estão sendo implementadas nesse sentido? Como elas impactam diretamente o futuro do cooperativismo na saúde?
Estamos desenvolvendo um trabalho que busca alinhar competências, comportamentos e performance à nossa estratégia, com foco em colaboração, inovação e centralidade no cliente. Investimos em eficiência operacional e interoperabilidade, conectando pessoas, processos e tecnologia, como na capacitação da Inteligência Artificial e análise de dados para decisões mais assertivas. Isso fortalece nossa cultura, retém talentos e prepara nossos times para impulsionar o futuro do cooperativismo em saúde.
O modelo de governança e atuação da CNU, presente em mais de 92% do território nacional, oferece uma visão privilegiada sobre os desafios regionais da saúde. Como manter a coesão nacional respeitando as realidades locais?
Por meio das cooperativas de todo o nosso sistema, a Unimed CNU é a única operadora de saúde do país à garantir assistência médica de qualidade em 92% do território nacional. Em um país com a dimensão do nosso, é possível imaginar a quantidade de realidades, costumes e peculiaridades em cada região.
O respeito às particularidades de cada lugar e à autonomia médica dos cooperados que atendem nossos clientes em todo o país é fundamental, alinhado ao nosso modelo de governança. Nas praças que atuamos diretamente, trabalhamos para construir estratégias que sejam ao mesmo tempo nacionais e adaptáveis. Esse equilíbrio é possível graças ao diálogo permanente com as lideranças regionais e ao uso de dados e análises que nos permitem compreender a fundo cada realidade.
Como o senhor enxerga o futuro do cooperativismo no Brasil? Nesse cenário, quais os planos futuros da Unimed CNU?
O cooperativismo no Brasil tem um potencial crescente, especialmente em setores que demandam proximidade com a comunidade e soluções coletivas, como a saúde. Vejo um futuro pautado na integração de tecnologias, na profissionalização da gestão e na valorização do propósito. Para a Unimed CNU, nossos planos incluem ampliar a presença em regiões estratégicas, investir em inovação assistencial e digital, fortalecer a sustentabilidade econômico-financeira e seguir como elo integrador do Sistema Unimed, sempre priorizando a geração de valor para o trabalho médico e para o paciente.
Por Redação MundoCoop