Em alta, o cooperativismo pretende, em 2025, ampliar ainda mais a sua rede de alcance e importância. Além de ser considerado um movimento essencial para o crescimento do mercado em todos os sentidos, o Ano Internacional das Cooperativas declarado pela ONU também vai alçar as cooperativas a um posto de destaque que, há anos, já deveria ter sido alcançado.
Através do mote “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, o ano de 2025 representa um marco para o cooperativismo global, em que haverá um chamado para a reflexão sobre passado, presente e futuro de um movimento centenário e extremamente necessário.
Na nona parte do especial 10 Tendências para o Cooperativismo, o tema é “Produtos e Serviços Digitais“!
Produtos e Serviços Digitais: expansão do portfólio

Diante do contexto econômico mundial cada vez mais próximo de um relacionamento com o cliente que mescla o ambiente físico com o digital, é natural expandir os produtos e serviços digitais como parte a jornada da cooperativa. De acordo com Thammy Ivantes Marcato, Conselheira e Jurada do MassChallenge US e Israel, o principal ponto é entender, sob a perspectiva do cooperado, quais são os desafios relacionados ao digital. “É preciso saber como posicionar o produto dentro do mercado, além de como ter mais conexões. Uma das estratégias é criar redes de interesses e grupos para que se ajudem de maneira síncrona”, afirma ela, acrescentando ser necessário ter um entendimento digital de acordo com essa visão da cooperativa. “Não temos uma resposta objetiva dos produtos e serviços que podem ser utilizados, é mais a estratégia de expandir essa presença dentro das dores e oportunidades que os cooperados passam.”
Abdul Assal, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Galileo no Brasil, destaca que as cooperativas devem identificar soluções tecnológicas, avaliando primeiramente suas necessidades específicas, público-alvo e metas operacionais. “A realização de pesquisas de mercado, a consulta a especialistas do setor e a análise dos concorrentes fornecem informações valiosas. Enquanto algumas soluções, como medidas de segurança cibernética, são universais, outras, como produtos financeiros de nicho, podem exigir personalização. As cooperativas devem priorizar soluções escalonáveis, fáceis de usar, e econômicas que se alinhem à sua missão e aos seus valores, garantindo atendimento à sua base exclusiva de associados”, opina.
No entanto, Thammy ressalta que as cooperativas saem ganhando nesse ponto. “É um setor que agrega e traz essa uma relação de transparência, joga junto. O modelo de cooperativa é desenhado como um esporte de equipe. Então, entender essa relação é um grande diferencial que outros players não têm. Por isso, o principal benefício de investir no portfólio é aumentar a sua presença dentro da vida daquele cliente, pois se promove uma relação muito mais próxima e de confiança, além de maior frequência de usabilidade.”
Segundo Abdul, as cooperativas financeiras são pioneiras em apostar em produtos digitais e devem adotar plataformas de banco digital, aplicativos de banco móvel e ferramentas de consultoria financeira orientadas por IA. “Elas também devem integrar APIs bancárias abertas para permitir integrações perfeitas de terceiros, oferecer carteiras digitais e pensar sempre em novas tecnologias como aliadas para trazer mais eficiência, como por exemplo o Blockchain para transações seguras e contratos inteligentes. As cooperativas devem atender à crescente demanda por conveniência, segurança e inovação no setor bancário, diz Abdul.
Por isso, Thamy alerta: “se você não investir, alguém vai investir. E quando essa pessoa investe para roubar o seu cliente, não vai investir só na expansão do portfólio, vai querer que o cliente seja todo dela. Então, vai começar a dominar por coisas que você não faz, mas muito provavelmente vai começar adquirir o que você faz também. Ou seja, deixa de ser uma oportunidade e passa a ser um risco”, finaliza.
r Leticia Rio Branco – Redação MundoCoop
Conheça as outras tendências em destaque:

Tendência 1: Tecnologias Verdes

Tendência 2: Parcerias e Redes de Cooperação

Tendência 3: Desafios de Trabalho e Bem-estar Social

Tendência 4: Diversidade e Inclusão como Fatores Estratégicos

Tendência 5: Novo perfil de consumidor

Tendência 6: Democratização do conhecimento

Tendência 7: Transparência em Negócios

Tendência 8: Integração de Realidade Aumentada e Realidade Virtual
Por Leticia Rio Branco – Redação MundoCoop

Matéria exclusiva publicada na edição 122 da Revista MundoCoop