O Sistema Unimed vem acompanhando o uso da Inteligência Artificial desde 2018, por meio de parcerias, capacitação e imersões para absorver conhecimento. Há cinco anos, a instituição se integrou a uma missão internacional, viabilizada pela Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, e teve um contato importante com a tecnologia e seus impactos no dia a dia.
Desde então, as cooperativas Unimed têm investido em soluções que utilizam inteligência artificial, com foco no aprimoramento constante da qualidade da assistência prestada aos clientes, bem como da eficiência na gestão das operações. Além disso, a organização tem investido em parcerias, uma delas por meio do LAB Hub Unimed, que gerou o radar com mais de 130 startups distintas, sendo que 78 utilizam tecnologia de inteligência artificial.
Para explorar mais esse novo cenário, a MundoCoop conversou com Mauricio Cerri, superintendente de Tecnologia e Inovação da Unimed do Brasil, e responsável pelo direcionamento estratégico das cooperativas e empresas do Sistema Unimed em todo o país.
Confira!
De que maneira essa tecnologia tem melhorado os negócios e a produtividade da cooperativa?
Na assistência aos nossos beneficiários. Alguns hospitais da rede própria do Sistema Unimed já utilizam IA para monitorar as condições clínicas de pacientes, por exemplo, na detecção de sintomas indicativos de sepse, e notificando o posto de enfermagem de forma proativa, para prevenir assim que haja o agravamento do quadro.
A IA também já é utilizada como ferramenta para auxiliar nossos cooperados na detecção por exames clínicos ou de imagem e na personalização de medicamentos, de forma a melhorar a eficácia dos tratamentos e levar mais qualidade de vida aos nossos clientes.
Temos também o uso de IA para agilizar a autorização de procedimentos e para um atendimento mais rápido e descomplicado, bem como na identificação de possíveis fraudes.
Quais são os projetos recentes em que estão usando a IA?
Temos alguns cases de sucesso no Sistema Unimed utilizando a tecnologia. Um deles é a utilização da IA para assistência no monitoramento do paciente no leito hospitalar, gerando alertas para equipe de enfermagem para segurança adicional no monitoramento do risco de deterioração clínica, aumentando em 30% o número de alertas atendidos em até uma hora, e em 55% os atendidos em até três horas.
Em relação às questões administrativas, o uso de IA está auxiliando na otimização de autorização de guias, eliminando desperdícios e agilizando prazos, beneficiando nossos clientes diretamente para o rápido e correto atendimento.
No âmbito nacional, a Unimed do Brasil lançou neste ano o Programa Unimed de Inteligência Artificial, anunciado durante o 4o Congresso Unimed de Inovação e Gestão em Saúde, que foi realizado em abril. Nosso intuito é que o programa impulsione o uso de IA nas cooperativas do Sistema Unimed de forma a incorporá-la para fortalecer suas operações.
Quais são os resultados, vantagens e desafios no uso da IA?
Para nós, os principais desafios estão relacionados ao tamanho e à amplitude da atuação da Unimed. Por isso, estamos expandindo nossos polos de inovação. Em julho, celebramos um termo de intenção e parceria, durante a programação do V Fórum Técnico da Federação Equatorial Unimed 2024, para expandir a atuação do LAB Hub Unimed na região Nordeste. Esperamos que este seja o primeiro de muitos polos a serem instalados no país.
Acreditamos que os princípios do cooperativismo podem nos ajudar a equalizar os desafios, com abordagens e parcerias estratégicas. Isso permitirá que as tecnologias sejam integradas de maneira eficaz e sustentável, melhorando a qualidade e eficiência dos sistemas de saúde.
Quais são os projetos futuros em relação a IA?
O futuro da inteligência artificial no Sistema Unimed é promissor, com potencial para revolucionar a prestação de serviços de saúde, sempre mantendo o compromisso com a ética médica. Acredito que esses avanços se darão em alguns eixos: personalização de tratamentos; precisão dos diagnósticos; monitoramento proativo de pacientes; otimização da gestão operacional; educação médica e apoio à decisão clínica; interoperabilidade e integração de dados; e ética médica.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop