Monitoramento ESG e Governança são temas que ganham cada vez mais espaço nas discussões de crescimento do agronegócio brasileiro. Com a chegada da nova legislação Europeia, que exige a confirmação de que as commodities agrícolas do país não sejam provenientes de áreas desmatadas entre outros critérios, o Brasil, um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, precisa reforçar sua atuação tecnológica no campo e apostar em soluções de inteligência artificial para impulsionar a abrangência, a precisão e o dinamismo das análises socioambientais, que já são e continuarão sendo fatores decisivos para a saúde do planeta e do sucesso nos negócios.
Embora já existam protocolos como o “Boi na Linha”, que constitui critérios ESG na compra de gado, ferramentas apoiadas no estudo de dados podem possibilitar maior alcance e assertividade de forma simplificada para o controle socioambiental. Algumas delas, como por exemplo o Smart ESG da Serasa Experian, conseguem até otimizar esse tipo de protocolo, uma vez que viabilizam uma linha do tempo da cadeia de rastreabilidade na agropecuária – realizando o agrupamento e a entrega de informações confiáveis desde o fornecedor indireto, que dá início ao ciclo com a criação do bezerro, até os frigoríficos, que precisam garantir a procedência do gado para seguir com o processo de compra.
Mesmo com a tecnologia já existente ainda há um grande desafio que precisa ser vencido para que o cenário de sustentabilidade da pecuária brasileira avance cada vez mais: o acesso facilitado a informações corretas e atualizadas, principalmente, para quem está na ponta da cadeia, atuando diretamente no campo. Nesse quesito, que engloba a tomada de decisão por meio da relação de consulta entre produtores rurais e prestadores de serviços da área, a inteligência artificial (IA) pode ser uma grande aliada.
Hoje, a Serasa Experian, por exemplo, já está testando com cerca de 30 mil usuários, uma função de sua ferramenta chamada Chatbot Agro, uma IA que conecta as funcionalidades do Smart ESG para o WhatsApp, no celular, entregando para a cadeia agropecuária diversas análises sobre critérios socioambientais, de crédito, de origem/rastreabilidade e de alertas de contágio com apenas alguns cliques. Ou seja, o avanço e o investimento nesse sentido são capazes de transformar atividades mais complexas em ações tão simples como responder uma mensagem de texto ao telefone.
Dessa forma, vemos que esse tipo de tecnologia já existente no país é totalmente viável, personalizável e funciona de maneira descomplicada além de, principalmente, possuir um custo bastante reduzido, facilitando diversos processos e a vida de quem diariamente precisa de garantias rápidas para não perder a chance de negociar. Soluções como essa também possibilitam visões sobre crescimento vegetativo e, sendo assim, índices de produtividade.
Por fim, como sabemos, o agronegócio é um dos maiores vetores de crescimento da economia brasileira e tem espaço e capacidade para continuar avançando. Ao passo das inovações que são desenvolvidas e aplicadas constantemente, a inteligência artificial não deve ser vista como uma tecnologia complexa, ao contrário, é necessário simplificar sua utilização para democratizar o acesso de toda a cadeia aos seus benefícios, que podem proporcionar não só a otimização da segurança alimentar na agropecuária, mas auxiliar globalmente o fortalecimento de uma reputação de estabilidade e compliance ESG sobre o nosso país.
*Marcelo Pimenta é Head de Agronegócio da Serasa Experian
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