Rebranding e fusão são processos distintos e fundamentais para as cooperativas e empresas que desejam evoluir. Enquanto na fusão há uma união de duas ou mais empresas com a finalidade de originar uma nova organização; no rebranding há uma transformação no nome e identidade visual, buscando agregar novos clientes e mercados.
Em entrevista à MundoCoop, a gerente de marketing da Foundever, Mariana Foot, traz um panorama sobre como o processo de rebranding pode abrir oportunidades para as cooperativas, colocando em um novo patamar no mercado.
Como é um processo de Rebranding e fusão?
Na Foundever, nós passamos por um rebranding no começo de 2023, e este foi um passo natural em nossa jornada. Após alguns anos crescendo, por meio de fusões e aquisições, entendemos que era uma mudança necessária. Era necessário criar uma marca e estratégia de mercado para este próximo capítulo de nossos negócios. Esse rebranding nos trouxe de volta ao mindset empreendedor e as raízes de nossos fundadores, por isso a escolha do nome Foundever.
Por que este processo é benéfico para a empresa e a cooperativa?
O rebranding permite uma empresa reposicionar adequadamente sua imagem, alinhando-se à sua nova realidade. São vários os benefícios, entre eles estão a possibilidade de crescimento, atingir novas camadas e conquistar novos consumidores. Além disso, o rebranding consegue engajar colaboradores, porque traz novos olhares, momentos e sensação de crescimento interno e externo. Ou seja, neste processo, toda a cadeia interna e externa de uma empresa é beneficiada, quando feito estrategicamente e respeitando cada etapa.
Como no lançamento de uma marca, o rebranding exige esforços de comunicação com um planejamento sólido e constante. A falta de comunicação pode levar o cliente a pensar que você deixou o mercado.
Quais são os desafios desse processo?
O processo inclui uma série de tomadas de decisões, que serão determinantes para o futuro da nova marca. Entre eles estão: o nome, logomarca, cores, fontes, tom de voz, missão, valores, guidelines (guia de uso da marca).
O processo é longo, porque exige completar toda a empresa e suas outras sedes com novas cores, logotipo e as suas necessidades. E, após a escolha, é preciso garantir o registro do nome legal antes do lançamento.
Como aplicar na empresa e cooperativa?
Dentro da empresa, nós comunicamos o processo de rebranding por fases. Iniciamos pela liderança, pensando nela como o ponto do apoio para as possíveis dúvidas. Neste momento, é necessário um bom treinamento, especialmente para esses líderes que serão porta-vozes de dúvidas, informações e engajamentos.
Também é importante definir um dia de lançamento da nova marca e, até lá, materiais de comunicação devem estar prontos para a publicação, entre eles uma FAQ (Perguntas e Respostas possíveis sobre o que muda ou não com o rebranding). Os clientes, Fornecedores e a Mídia devem ser comunicados simultaneamente.
Como ele melhora os negócios?
Com uma estratégia de reposicionamento, o rebranding pode ajudar a atrair novos clientes, aproximar antigos ou ainda se destacar em um mercado competitivo. Esta é uma grande oportunidade para reavaliar as estratégias de negócios e valores comerciais.
A ação faz com que sua empresa se mostre mais moderna a ponto de modificar o nome, ser tendenciosa para novas oportunidades do mercado e, principalmente, estar atenta ao ESG.
Por exemplo, na Foundever, a necessidade do rebranding veio após um olhar mais humano sobre o mercado de trabalho, relacionado ao home office e o pós-pandemia, em que as relações foram modificadas e novas demandas e olhares surgiram.
Como o RH pode ajudar nisso?
Esse é um trabalho integrado entre o RH, Jurídico, Compras, Financeiros, Marketing, Operações. Todos possuem um papel fundamental. Mas o RH é a porta de entrada, é por lá que vem toda a documentação de contratação, admissão, demissão, benefícios, contratos, tudo será atualizado gradualmente. Manter o time informado é imprescindível, pois é no RH que a maior parte dos colaboradores deve buscar informações. A dica é fazer uma sessão fechada para apresentar a marca e o que vai mudar. Este time terá um papel muito importante no processo, por isso faça com que eles sintam essa importância.
As atividades de quiz, jogos presenciais, dinâmicas em grupos, palestras e trocas de mensagens, desde que sejam ações informativas e interativas, também são possibilidades de aprendizados para que os colaboradores possam saber mais da nova marca, sua história, o porquê da escolha do nome e as expectativas com essa mudança.
O treinamento deve ser feito em todos os níveis de equipe, do CEO aos estagiários, e é necessário que o time por completo possa estar ciente da pronúncia do novo nome, os motivos das mudanças, como será feito e como cada um pode colaborar com seu trabalho e para sucesso do rebrading.
Como preparar as lideranças e os colaboradores para ele?
A comunicação é imprescindível, e ela precisa ser constante e persistente. Apresente a nova marca e compartilhe como foi o processo até a decisão final. O momento é com o um novo onboarding, onde o colaborador será reapresentado à empresa.
Vale lembrar que o RH tem um papel fundamental em comunicar aos colaboradores que rebranding não é algo negativo, mas necessário e positivo. Capacitar a liderança e seus gestores para isso é indispensável. Alguns colaboradores, quando não bem-informados, podem ter receios de que a companhia esteja passando por momentos que não são bons. Então, informar que é algo positivo, a sua origem, para que serve e engajá-los ao máximo são pontos relevantes.
É possível engajar os colaboradores por meio do rebranding?
Sem dúvidas! O lançamento do rebranding para os colaboradores é um momento de contar a história da marca e toda sua trajetória. Isso é o que chamamos de storytelling. Nesse momento, colocamos todo o sentimento e despertamos o orgulho em pertencer. Por isso o momento é de celebrar.
E, vale pontuar que toda essa celebração que envolve atividades, jogos, anúncios, palestras e outras formas de informá-los são oportunidades de engajamento em cada setor. A ideia é que o rebranding reata laços, fortaleça sentimentos e faça com que todos os departamentos também vistam ainda mais a camisa da empresa. Ou seja, entendam a cultura organizacional do local em que presta serviço com maior amplitude. E, por meio disso, podemos conseguir retenção de talentos, produtividade e, até mesmo, projeção de novos lides, já que impacta em novos olhares e novas portas de mercado e negócios.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop
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