As moedas digitais emitidas por Bancos Centrais (CBDC) vêm sendo estudadas em mais de 100 países, entre eles o Brasil. A previsão é que juntas devam movimentar anualmente mais de US$ 200 bilhões até 2030, de acordo com estudo divulgado recentemente pela consultoria de análise global Juniper Research, especializada no segmento de tecnologia móvel e digital.
A consultoria indica que a adoção deste meio de pagamento será impulsionada pelos governos com o objetivo de ampliar a inclusão financeira e aumentar o controle sobre como os pagamentos digitais são realizados.
O projeto da CBDC brasileira é o real digital. Em março deste ano, o Banco Central (BC) atualizou as diretrizes para início dos primeiros testes. O que ficou definido pelo BC neste período piloto é que a nova moeda será utilizada entre as instituições financeiras, com emissão de tokens para o rastreamento das operações.
O tema ainda é recente, mas especialistas do setor financeiro avaliam que o impacto será positivo na vida das pessoas com a oferta de novos serviços, de forma segura. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mantém um grupo de trabalho perene para discutir questões como segurança e escalabilidade do real digital, e contribuir com a formatação da nova moeda.
O real digital vai permitir por exemplo, de acordo com a Febraban, que o cliente solicite a geração de um token (ativo digital) correspondente ao valor parcial ou integral do montante depositado na instituição financeira. Com o token poderá realizar transações financeiras fora do horário comercial e nos finais de semana, ganhando mais autonomia sobre as operações.
O objetivo do BC é concluir a parte de testes até dezembro de 2023. As avaliações serão realizadas até março do próximo ano e os ajustes relacionados às questões principais de segurança, funcionamento da infraestrutura e privacidade das informações têm previsão de finalização até o final de 2024, quando começarão os testes com a população.
Ainda de acordo com a Febraban, a expectativa é que, num primeiro momento, o real digital tenha mais aplicabilidade para a pessoa jurídica, não sendo utilizado em larga escala por pessoas físicas. Segundo a entidade, o que está sendo construído atualmente é uma infraestrutura que permita a tokenização dos depósitos. A partir daí se abrirá um leque de oportunidades para outros produtos e serviços do sistema financeiro.
Fonte: Assessoria Sisprime do Brasil
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