O relatório Future of Jobs de 2020, do Fórum Econômico Mundial apontou que metade dos trabalhadores do mundo terão que se requalificar até 2025. Entre as habilidades mais requisitadas pelo mercado de trabalho do futuro estão competências técnicas, programação e experiência de usuário; e socioemocionais, como a criatividade, liderança, pensamento analítico e inteligência emocional. Apesar de parecerem simples na teoria, segundo a MIT Tecnology Review, as habilidades pessoais ainda permanecem bastante ambíguas, principalmente porque são difíceis de “medir”.
Segundo Karolyna Borges, Sócia, Chefe de Conhecimento e Líder do Jornadas, da Creative Pack o mercado de trabalho não contará com um número expressivo de profissionais capazes de atender às demandas que o mundo inovador impõe sob as empresas. “O conhecimento técnico, ou hard skill, continua sendo primordial, mas as habilidades comportamentais, as tão queridas e sonhadas soft skills, são hoje mais urgentes do que nunca”, esclarece Karolyna.
A pesquisa Global Trends Report do LinkedIn, de 2019, aponta que 92% dos gestores de Recrutamento e Seleção acham que as soft skills chegam a ser mais importantes do que as hard skills. “80% deles pensam que as habilidades sociais são cada vez mais essenciais para o sucesso de uma empresa, enquanto 89% das “contratações ruins” são atribuídas a funcionários com habilidades sociais pouco desenvolvidas. Fato é que até pouco tempo o ambiente de trabalho não tinha espaço para emoções. Hoje o jogo virou e ainda arrisco a dizer que vai além. Afinal, o desenvolvimento de soft skills não contribui apenas para a construção de um profissional ou de uma equipe de trabalho de alto desempenho. Mas também influencia de uma forma ou de outra o ambiente externo, já que as pessoas podem se atentar a determinados aspectos para se tornarem ao longo do tempo suas melhores versões, ou seres humanos melhores, se assim preferirem”, lembra Borges.
Educando as soft skills
Com a evolução tecnológica e a aceleração digital, um novo modo de trabalho chegou para ficar trazendo em sua bagagem mais agilidade, produção colaborativa, inovadora e eficiente. Karolyna conta que todas essas transformações também impactaram as pessoas e os talentos das cooperativas e empresas. “Os conhecimentos não são centrados apenas em métodos e ferramentas práticas. O desafio do ensino sobre inovação está justamente no esforço para transformar o modo como as pessoas pensam os problemas reais e o processo de construção de novas soluções. Por isso, envolve habilidades e competências que são pouco estimuladas ao longo da vida, como a criatividade, o pensamento crítico, a colaboração, a experimentação rápida, o teste antes de ter algo 100% pronto e assim por diante. Quebrar padrões demanda tempo e novos hábitos, portanto há cada vez mais a necessidade de trazer novas metodologias de ensino para trabalhar com inovação”, lembra a especialista.
As quatro soft skills mais desejadas
Nesse cenário da educação focada em inovação, estarão em alta quatro soft skills, entre elas a empatia, habilidade essencial para se encontrar soluções transformadoras para os problemas.
Em seguida temos o trabalho em equipe e colaborativo, que estará em alta nos trabalhos futuros das cooperativas e empresas. “O ensino sobre inovação sempre é colaborativo porque é preciso trabalhar muito bem em equipe para conquistar o resultado almejado, diz Borges.
Não menos importante que os dois primeiros, vem a habilidade de experimentações. “Ela vai ao encontro da capacidade de testar algo rápido, mesmo que ainda não seja a solução 100% pronta, mas que vai proporcionar evolução para os próximos passos”, exemplifica Borges.
Por fim, temos a inteligência emocional, em que se pensa em soluções diferentes na resolução dos desafios. “Desse modo, a inteligência emocional é importante para manter a resiliência, saber ouvir, filtrar críticas e feedbacks e tentar quantas vezes forem necessárias”, finaliza a chefe de Conhecimento e Líder do Jornadas, da Creative Pack.
Por Priscila de Paula
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