Os Estados Unidos tiveram uma forte queda no ranking Global Talent Competitiveness Index (GTCI), que mede a capacidade dos países de atrair e reter talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil teve um ligeiro avanço, de 69º para 68º lugar.
O país ocupava a terceira posição na última edição do ranking, de 2023. Na versão atual, divulgada nesta quarta-feira, 26, e obtida de forma antecipada pela EXAME, os americanos ficaram em nono lugar.
Neste ano, o presidente Donald Trump endureceu as regras de imigração e pressionou universidades de renome a reduzirem suas ações a favor da inclusão de minorias.
O ranking GTCI avalia 135 economias e é baseado em 77 indicadores, como soft skills e concentração de talentos em IA, em seis dimensões: capacitar, atrair, desenvolver, reter, habilidades vocacionais e técnicas e habilidades adaptativas generalistas.
A edição deste ano tem como tema Resiliência na Era da Disrupção. “A verdadeira resiliência em talentos consiste em transformar a adversidade em um catalisador para a inovação, a adaptabilidade e em um propósito renovado”, afirma Felipe Monteiro, diretor acadêmico do GTCI e professor de estratégia no Insead, uma escola de negócios da França.
“Resiliência significa aprender a seguir em frente, não apenas a se recuperar dos inevitáveis choques e crises”, diz Monteiro.
Singapura venceu
O país melhor colocado no ranking foi Singapura. Segundo um comunicado da organização do ranking, a cidade-Estado se destaca pela “constante evolução de seu sistema educacional e sua abordagem de olhar para frente, para nutrir uma força de trabalho adaptável e direcionada à inovação”.
“As economias que cultivam forças de trabalho adaptáveis, multifuncionais e com conhecimento em IA tendem a estar mais bem posicionadas para transformar a disrupção em oportunidade e sustentar a competitividade a longo prazo”, afirma Paul Evans, professor emérito de Comportamento Organizacional do Insead e coeditor do relatório.
“Os resultados deste ano reforçam a ideia de que a competitividade em termos de talentos não depende apenas do nível de renda, mas também da orientação estratégica das políticas públicas, da qualidade institucional e da mobilização eficaz dos recursos humanos.”
No topo do ranking, depois de Singapura, estão vários países europeus, como Suíça, Dinamarca e Finlândia. Veja a lista a seguir:
- Singapura
- Suíça
- Dinamarca
- Finlândia
- Suécia
- Holanda
- Noruega
- Luxemburgo
- Estados Unidos
- Austrália
- Irlanda
- Reino Unido
- Islândia
- Canadá
- Bélgica
- Áustria
- Alemanha
- Nova Zelândia
- França
- República Tcheca
Posição do Brasil
Já o Brasil passou do 69º para o 68º lugar, no mesmo período. Apesar da ligeira melhora, o país teve uma queda forte na comparação com 2015. Há dez anos, o Brasil estava em 49º lugar.
Segundo o estudo, o Brasil tem melhores resultados em
acesso a oportunidades de crescimento, e abertura interna.
“Ainda assim, mais poderia ser feito para melhorar o desempenho da economia em cenário empresarial e trabalhista, abertura externa e cenário regulatório”, afirma o estudo.
Na comparação regional, o país ficou em quinto lugar na América Latina. Entre os membros do Brics, o país ficou atrás de Rússia e China, mesmo com a China também tendo queda. O país asiático caiu de 40º para 53º lugar, por conta de um clima menos favorável no mercado de trabalho e no ambiente de negócios.
Fonte: Exame com adaptações da MundoCoop












