A ISO 56.000 ou ISO da inovação é um conglomerado de normas voltado para a inovação, que pode colocar as empresas e as cooperativas adotantes à frente das demais em termos de competitividade e eficiência.
Seus objetivos, entre outros, é analisar o contexto da organização, como está inserida no mercado, entendendo a sua gestão de incertezas.
A norma também estuda os potenciais riscos atuais ou futuros, auxilia na confecção de diagnósticos, foca em programas de ideias, inovação aberta e cria diretrizes do que a organização precisa fazer.
Uma vez implementada, a cooperativa passa a ter uma metodologia internacional, que segundo os estudos de Alexandre Pierro, Mestre em engenharia, gestão da inovação e sócio fundador da PALAS, ganha até 50% em termos de percentuais sobre o entendimento da estratégia e objetivo de inovação internamente.
A MundoCoop conversou com Pierro sobre os desafios e as vantagens de as cooperativas implementarem a ISO 56.001.
Confira!
O que é o ISO de inovação tem facilitado o mercado e os negócios?
A ISO de inovação é uma família de 11 normas, sendo a 56.000 a que amarra todas essas diretrizes e indicam para onde a empresa quer ir, baseada no regulamento estratégico.
Com relação à adoção, muitas dessas normas estão sendo adotadas no mundo inteiro por várias empresas, mas a 56.000 acabou de ser lançada no mercado.
Por isso, existem poucos casos dela no Brasil, são cerca de 20 empresas, que já a adotaram no mercado em segmentos bem diferentes, que vão desde a indústria até petroquímica, passando para a área de cosmético ou até a de atendimento ao cliente.
Acredita-se que, a partir de 2025, essa adoção crescerá em nível mais exponencial, ou seja, muito mais empresas vão adotar esse modelo de boas práticas de inovação.
Se a empresa quer falar sobre inovação aberta, priorizar programas de ideias, análises de gestão estratégica, ela é o caminho.
Como ele pode melhorar o mercado nacional e os negócios?
A raiz da 56.001 é a norma que amarra todas sobre inovação. Então, se uma empresa quer focar muito em programas de ideias, existe uma norma que só vai falar de programas de ideias, trazendo esses aspectos para a 56.001.
Tecnicamente ela é chamada de norma-mãe, por amarrar todos os desejos e anseios da empresa no quesito inovação.
Como essa ISO pode impulsionar a inovação nas cooperativas?
Uma das formas que a ISO de inovação pode ajudar a impulsionar a inovação nas cooperativas é por meio de uma norma específica chamada ferramentas e métodos para inovação aberta 56.003.
Essa norma, junto com a 56.001, pode dar um direcionamento de como um ecossistema de inovação da cooperativa pode colaborar entre si para obter resultados maiores.
Ela dá esse direcionamento, mostrando alguns caminhos de quais ferramentas podem ser melhor aproveitadas e das metodologias mais assertivas. Sempre pensando na inovação aberta e, principalmente, na colaboração entre suas partes. Esse seria o ecossistema das cooperativas.
Qual será o seu impacto no mercado?
Acredita-se que haverá um impacto muito positivo da adoção da ISO de inovação pelas empresas. Hoje somos a nona maior economia do mundo, estamos no ranking mundial de 49º em termos de inovação.
Estamos atrás de países como Portugal, Romênia, Vietnã, Malásia e Tailândia, com uma população menor que a nossa, um mercado consumidor pequeno, mas que utilizam essas metodologias.
Então, o impacto da ISO de inovação será grande a curto e médio prazo, tanto no Brasil quanto em outros países e no mercado internacional. Acreditamos que essa norma pode ser um dos grandes diferenciais para as empresas cada vez produzirem mais com menos.
Outro ponto interessante da sua utilização é o impacto no fomento e a restituição fiscal pela Lei do Bem. Tudo que tiver de fomento ou qualquer restrição fiscal por conta da inovação, a norma vai estruturar, fazendo com que a empresa tenha mais chances de potencializar a sua participação.
Quais são os maiores desafios dessa adoção pelas cooperativas?
Talvez, um dos maiores desafios que as cooperativas tenham na hora de adotar o ISO de inovação é olhar para ele como uma questão burocrática, um rótulo totalmente equivocado que o nosso mercado tem. Nós temos que olhar a ISO de inovação como uma auxiliar no planejamento estratégico da cooperativa.
Então, se a empresa tem um planejamento estratégico com o foco de inovação, de criar produtos, serviços, processos, trazer tecnologia, até mesmo melhorar o engajamento da cultura dos seus colaboradores, eu posso customizar todas essas boas práticas e trazer algo que seja bom para a empresa.
Nesse sentido, o grande desafio é atrelar a aplicação da norma ao planejamento estratégico da cooperativa.
E, além disso, também trazer alguns desafios como analisar a questão de futuro de tendência, não apenas como sendo algo pontual ao que está acontecendo agora, mas como olhar para o futuro.
A norma traz algumas ilustrações e, talvez, seja um desafio porque são quebras de paradigmas bem grandes para quem está acostumado a trabalhar com outras normas ISO.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop