A última década trouxe inúmeras transformações para o mercado, sobretudo no de seguros. Com mudanças de hábito e novas perspectivas, a relação do brasileiro com esse tipo de produto ganhou novos contornos, principalmente após um período que remodelou negócios e pessoas. Agora, novos temas entram em pauta e o setor securitário desempenha um papel fundamental na vida pessoal e profissional.
Diante deste cenário, os laços entre o mercado de seguros e as cooperativas se estreitaram de forma significativa, dando origem a novos produtos que acompanham cada necessidade do dia a dia dos associados. Com a economia recuperando o seu ritmo no Brasil e no mundo, oportunidades de negócio se amplificam, trazendo novas possibilidades.
Mas o que o futuro reserva para o setor securitário e para as cooperativas? Tentando desvendar respostas para esta e outras perguntas, Marcia Silva é Diretora de Canais Especiais da Tokio Marine, fala sobre o atual contexto do setor, a evolução vista nos últimos anos e ainda, comenta o que o Ano Internacional das Cooperativas – celebrado em 2025 – representa para o futuro dos negócios entre cooperativas e seguradoras.
Confira!
1 – Nos últimos anos, a relação do brasileiro com os seguros foi transformada, com mais pessoas aderindo ao produto nos mais diversos segmentos. A quais fatores podemos atribuir essa mudança? Qual o papel das cooperativas nesse contexto?
As cooperativas atuam como facilitadoras, pois proporcionam crédito com taxas mais acessíveis e possuem presença física em pequenas cidades e comunidades, estimulando o desenvolvimento socioeconômico dos locais em que atuam. Assim, considerando que o seguro faz parte do portfólio de produtos ofertados pelas cooperativas, esse tipo de atuação proporciona, naturalmente, o fomento à cultura do seguro, que é importante para a gestão dos imprevistos do cotidiano dos cooperados.
Além disso, sem dúvidas, a simplificação na jornada de compra e a criação de produtos e serviços variados, por exemplo, com valores mais acessíveis e coberturas adequadas para necessidades específicas, também são fatores importantes para a transformação na relação do consumidor brasileiro com o seguro. Neste contexto, consideramos que o seguro e o cooperativismo têm a mesma essência: um grupo de indivíduos com interesses em comum, que se une para melhor gerir seus negócios, com mais controle e previsibilidade.
As cooperativas somam esforços em torno do coletivo, permitindo que todos compartilhem resultados e possam prosperar juntos. Já o seguro devolve aos cooperados os seus bens que estavam protegidos, permitindo que possam continuar prosperando. Dessa forma, entendemos que as cooperativas são essenciais para o mercado segurador, pois são um importante canal de distribuição e de aproximação entre a indústria securitária e iniciativas que fazem, de fato, a economia brasileira girar.
Esses são alguns fatores que têm gerado mais aproximação do tema seguro entre os brasileiros e, consequentemente, possibilitado que mais pessoas tenham interesse em nossos produtos.
2 – Como você analisa o cenário de seguros atualmente? Quais os aspectos do setor no Brasil, que podem ser destacados?
A indústria securitária brasileira, como tantas outras, está em constante mudança, e é preciso que estejamos atentos para conseguir acompanhar as transformações sociais e digitais. Hoje, um dos nossos principais desafios, da Tokio e do mercado securitário como um todo, é entender como é possível atender melhor e com mais agilidade o cliente, considerando todos os pontos de contato com ele e seus diversos perfis. Assim, podemos nos preparar para atendê-los de acordo com suas necessidades.
Quando consideramos, por exemplo, os segmentos em que atuamos em Canais Especiais na Tokio Marine – junto a concessionárias, bancos, cooperativas de crédito, redes varejistas, ecossistemas de vendas digitais, entre outros – percebemos que o mercado está bastante aquecido, com processos de licitação bem estruturados e complexos, o que é muito positivo, pois é algo que amplia a seriedade das operações dos pontos de vista de tecnologia, ESG e qualidade de atendimento.
E esse cenário nos incentiva a ofertar e a elaborar novos produtos e novas formas de abordagem além dos canais tradicionais, o que impulsiona a competitividade e aumenta o foco no Consumidor Final e suas necessidades.
3 – 2025 será, como declarado pela ONU, o Ano Internacional das Cooperativas. Que oportunidades esse momento traz para as cooperativas, sobretudo no que se refere à expansão dos Seguros dentro do setor?
Declarar 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas é algo que vai fortalecer ainda mais o segmento e, pela nossa perspectiva, consequentemente, também irá ampliar nossas oportunidades de negócios, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Entendemos a importância econômica do cooperativismo para o Brasil e estamos investindo na elaboração de soluções sustentáveis para este setor.
Na Tokio Marine, temos um grande respeito pelo segmento, que nos ensina muito com suas práticas, especialmente pela semelhança na forma como atuamos, e entendemos que é uma peça fundamental para a economia brasileira, com fortes perspectivas de expansão para os próximos anos. O seguro é uma importante ferramenta para a gestão dos imprevistos cotidianos, permitindo aos Cooperados que retomem suas atividades com brevidade, diante desses imprevistos, em suas casas e empresas.
Por isso, temos ampliado nossa oferta de Produtos e Serviços destinados, especialmente, à proteção de Cooperativas e Cooperados, com um canal comercial dedicado a este atendimento, que conta com identificação dos seus corretores, centrais, cooperativas e agências que realizam as vendas do seguro.
A Tokio Marine vem trabalhando para promover um desenvolvimento sustentável, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, diversa e ambientalmente responsável. Desse modo, entendemos que podemos colaborar com essa agenda, por meio da criação/adaptação de produtos e serviços, auxiliando na expansão dos seguros nas comunidades onde as Cooperativas estiverem.
4 – Considerando movimentos recentes, quais as futuras oportunidades que podem ser exploradas pelas cooperativas no segmento de seguros? Por quais âmbitos passa essa maior presença do setor?
A vida moderna traz inúmeros desafios e estamos constantemente em busca de soluções para mitigar os riscos que surgem. Compartilho alguns exemplos: considerando o crescente aumento de ataques cibernéticos às empresas e vazamento de dados, criamos o Seguro para Riscos Cibernéticos, que cuida dos riscos cibernéticos das empresas.
Já alinhados com a demanda da energia sustentável, temos o Seguro Energia Sustentável, que cobre o risco da engenharia, seguro de responsabilidade civil e seguro de riscos operacionais, cobrindo desde a instalação do sistema fotovoltaico até o primeiro ano de operação.
Nosso Seguro Residencial, por sua vez, conta com um serviço importante de descarte ecológico de equipamentos eletroeletrônicos e móveis, contribuindo para não poluição do meio ambiente.
Para suportar o crescimento do agronegócio, temos o Seguro Agro Fazendas, para equipamentos móveis e estacionários, e o Seguro Riscos Ambientais, que visa proteger nossos segurados contra eventuais imprevistos de poluição ambiental ocorridos em operações comerciais e/ou industriais, obras e prestações de serviços.
Esses são alguns exemplos do que temos hoje, pois asseguramos que seguiremos elaborando novos produtos para este e outros segmentos. Isso porque somos uma Seguradora Multiprodutos, com soluções que atendem as necessidades dos nossos cooperados, em especial nas áreas de Empresarial, Vida, Auto e Agro.
Levando em consideração esses movimentos e todo o potencial do setor, temos investido, cada vez mais, em uma estrutura comercial especialmente dedicada ao atendimento às necessidades das Cooperativas. Temos, hoje, uma equipe com 36 profissionais especializados para atendê-las, com possibilidade de expansão nos próximos anos.
Inclusive, isso tem gerado um impacto muito positivo para nossa companhia, uma vez que a Tokio Marine registrou um aumento de 110% no faturamento de seguros neste segmento nos últimos 3 anos, fechando 2023 com R$441 milhões em prêmios em Cooperativas de crédito.
5 – O intercâmbio cultural e técnico deve ser um dos principais motes do Ano Internacional das Cooperativas, e há perspectivas de uma maior integração entre o coop brasileiro e o internacional. Considerando este cenário, como a Tokio Marine pretende atuar como parceira das cooperativas neste momento marcante para o setor?
Nós estamos preparados para atender às necessidades deste mercado diante de uma possível integração entre o Cooperativismo Nacional e Internacional.
Temos trabalhado com um amplo portfólio de soluções para cooperativas, com uma série de benefícios para os cooperados como: controle de incertezas; melhoria do controle financeiro; proteção da vida e patrimônio; retomada da rotina diária e do poder de consumo com a rápida indenização no momento do sinistro e acesso a serviços e condições diferenciadas.
Assim, diante da importância do setor para o mercado securitário e para tantos brasileiros, nós seguiremos a elaborar soluções customizadas para o segmento, mantendo nossa disposição em ampliar, ainda mais, o nosso relacionamento com as cooperativas e o crescimento sustentável do nosso país.