O governo federal intensificou o diálogo com representantes do setor produtivo para enfrentar os impactos das tarifas de importação que os Estados Unidos passarão a aplicar sobre produtos brasileiros. Na tarde desta segunda-feira (4), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, recebeu lideranças empresariais e de entidades setoriais em Brasília. O Sistema OCB esteve presente na reunião, representado pelo Coordenador do Ramo Agro, João José Prieto.
O encontro teve como foco a busca por soluções para minimizar os efeitos da alíquota de 50% anunciada pelos EUA, que começa a valer nesta quarta-feira (6). A medida atinge produtos estratégicos da pauta exportadora brasileira, como frutas, peixes, café e mel, segmentos nos quais as cooperativas agropecuárias têm participação relevante e direta.

“O momento exige união e agilidade. O Sistema OCB está mobilizado para contribuir com soluções que protejam nossos produtores e cooperativas”, afirmou Prieto durante o encontro.
As cooperativas produzem e também exportam diretamente, gerando divisas, empregos e desenvolvimento regional. Segundo Prieto, medidas que preservem esse fluxo são fundamentais para evitar prejuízos à economia de centenas de municípios dependentes da atividade agroexportadora.
Diálogo permanente
Desde o anúncio da medida, o comitê criado pelo governo para tratar do tema já realizou 25 reuniões, envolvendo cerca de 200 representantes de mais de 120 empresas e entidades. A estratégia é coordenar ações que envolvam negociações diplomáticas, medidas de mitigação econômica e diversificação de mercados para os produtos brasileiros.
“As cooperativas são relevantes na exportação de produtos estratégicos para o Brasil. Por isso, participar dessas discussões é essencial para que o setor seja considerado na construção de soluções, tanto para minimizar prejuízos quanto para aproveitar novas oportunidades”, completou João Prieto.
Apesar do cenário adverso, o governo destacou avanços recentes em outros mercados. No mesmo dia em que os EUA confirmaram as tarifas, a China autorizou a habilitação de 183 novas empresas brasileiras de café, com validade de cinco anos. Embora a participação chinesa ainda seja modesta – seis vezes menor que a dos americanos –, a abertura oferece oportunidades para diversificação e redução da dependência de um único destino.
Com a proximidade da entrada em vigor das tarifas, o Sistema OCB seguirá articulado com o governo federal e demais entidades representativas para garantir que o cooperativismo seja ouvido nas decisões estratégicas.
A reunião também contou com lideranças de associações de diferentes cadeias produtivas, como carnes, frutas, pescados, móveis, curtumes, madeira processada e café.
Fonte: Sistema OCB com adaptações da MundoCoop