O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,2% no segundo trimestre em comparação ao primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (01/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a quarta alta consecutiva. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 3,2%, com o PIB se mantendo positivo por seis trimestres seguidos. O crescimento acumulado em quatro trimestres é de 2,6%. De acordo com a nota informativa Continuidade da retomada e sustentabilidade da atividade econômica, da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia (ME), o carregamento estatístico do primeiro semestre deste ano aponta um crescimento de 2,4% para 2022.
O estudo – com dados comentados em entrevista coletiva concedida pelo chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, Rogério Boueri; o secretário de Política Econômica, Pedro Calhman; e o subsecretário de Política Macroeconômica da SPE, Fausto Vieira – avalia que o resultado do PIB no segundo trimestre mostra a consolidação da retomada da atividade econômica no país, mesmo com os impactos do conflito do Leste Europeu e os efeitos remanescentes da pandemia.
A SPE registra na nota que os resultados mais recentes têm levado os analistas do mercado a revisarem sistematicamente suas projeções para o PIB de 2022, ampliando o crescimento esperado, cuja mediana passou de 0,3% no início do ano para mais de 2% no fim de agosto. Segundo a Secretaria, as projeções dos analistas têm melhorado sistematicamente desde março de 2022, em razão dos resultados positivos dos indicadores de atividade, principalmente os relacionados a serviços, mercado de trabalho e investimentos.
A nota aponta, a respeito da oferta, a continuidade da alta dos serviços (1,3%), cuja expansão média, na margem, nos últimos quatro trimestres, é de 1,1%, equivalente a uma taxa anualizada de 4,5%; a recuperação da indústria (2,2%), puxada pela produção de bens de capital (base do investimento); e a melhora da agropecuária (0,5%), setor que, mesmo afetado por problemas climáticos que prejudicaram a safra no início do ano, está se recuperando.
Do lado da demanda, o destaque é o consumo das famílias, com alta de 2,6% no segundo trimestre de 2022. Levando-se em conta a variação, na margem, nos últimos quatro trimestres, o crescimento anualizado é superior a 5%. Outros pontos salientados pela nota foram os investimentos formação bruta de capital fixo (FBCF), que tiveram recuperação (4,8%); o consumo do governo, que recuou 0,9%; e as exportações, que diminuíram 2,5%, enquanto as importações cresceram 7,6%, ainda refletindo as dificuldades de recomposição das cadeias globais.
A expansão dos investimentos FBCF, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, teve alta de 4,8%. Com esse resultado, a taxa de investimento em relação ao PIB atingiu 18,7%, a maior observada para o segundo trimestre desde 2014.
Os indicadores de maior frequência mostram a continuidade da expansão da confiança de empresários e consumidores, assim como a manutenção do ritmo de atividade. Segundo a SPE, os principais fatores positivos no curto prazo para atividade se mantêm: manutenção da pujança do setor de serviços, que representa mais de 60% do PIB brasileiro; queda contínua da taxa de desemprego; expansão do investimento financiado pelo setor privado; e continuidade do crescimento do mercado de crédito e de capitais.
O estudo mostra ainda que a taxa de desemprego é a menor desde 2015, com avanço da população ocupada nos diversos setores. A SPE observa no estudo que os dados do emprego formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência corroboram a recuperação, com expansão de mais de 1,6 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada no acumulado até julho/2022.
Mensalmente, foram criadas cerca de 220 mil vagas, em média, nos sete primeiros meses de 2022. Foram mais de 2,5 milhões de novas vagas formais no acumulado em 12 meses, até julho/2022. Desses novos postos de trabalho – registra a nota –, mais da metade foi gerada no setor de serviços, com destaque para os ramos de informação e comunicação, comércio, atividades administrativas e alojamento e alimentação.
Fonte: Ministério da Economia
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