O estoque de crédito do SFN avançou 0,2% em fevereiro ao totalizar R$5,8 trilhões. Esse desempenho resultou da diminuição de 0,2% no estoque de crédito às empresas, que totalizou R$ 2,2 trilhões, em contrapartida ao aumento de 0,5% no destinado às famílias, R$ 3,6 trilhões. Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, o crédito do SFN em fevereiro acelerou, com incremento de 8,0% ante 7,7% ocorrido em janeiro. Observados os mesmos períodos de comparação, os estoques de crédito para pessoas jurídicas e para pessoas físicas registraram aceleração, com incrementos de 4,2% ante 3,7% e de 10,4% ante 10,3%, na mesma ordem.
O estoque de crédito com recursos livres cresceu 0,1% no mês e 5,3% em doze meses, alcançando R$3,4 trilhões. No segmento de crédito livre às empresas, o estoque somou R$1,4 trilhão, com redução de 0,3% no mês e incremento de 1,2% em doze meses. Basicamente, contribuiram para esse desempenho a redução das modalidades de capital de giro com prazo inferior a 365 dias (-11,0%), desconto de duplicatas e outros recebíveis (-0,9%) e antecipação de faturas de cartão de crédito (-1,4%).
De forma diversa, o estoque de crédito livre às famílias avançou 0,3% no mês e 8,5% em relação a fevereiro de 2023, impulsionado, principalmente, pelas altas das carteiras de crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,0%), crédito pessoal não consignado (1,6%), financiamento para a aquisição de veículos (1,2%) e crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (0,6%). Ressalte-se, entretanto, a diminuição da carteira de cartão de crédito à vista, -2,7%, cujo resultado mostrou-se determinante para o avanço menos expressivo da carteira de crédito livre à pessoas físicas no mês. A carteira de crédito não rotativo expandiu 1,1% no mês e 9,5% em doze meses, enquanto as modalidades rotativas declinaram 2,0% no mês, mas cresceram 5,7% em doze meses.
O estoque do crédito direcionado em fevereiro aumentou 0,5% no mês e 11,8% em doze meses, alcançando R$2,4 trilhões. Por segmento, o crédito direcionado para pessoas jurídicas reduziu 0,1% no mês e aumentou 9,9% comparativamente ao mesmo mês de 2023 ao somar R$810,5 bilhões, enquanto o crédito direcionado as famílias cresceu 0,8% e 12,8%, na mesma ordem, totalizando R$1,6 trilhão.
As concessões nominais de crédito alcançaram R$501,6 bilhões em fevereiro, mês que apresentou 3 dias úteis a menos em relação a janeiro. Nas séries com ajuste sazonal, as concessões totais decresceram 0,3% no mês, com mesmo percentual de redução observado tanto nas operações com empresas quanto com famílias. No acumulado em doze meses até fevereiro de 2024, as concessões nominais aumentaram 5,3%, com incrementos de 1,3% nas operações com pessoas jurídicas e 8,6% nas com pessoas físicas. As concessões médias diárias em fevereiro avançaram 9,5% em relação ao observado em janeiro deste ano, com aumentos de 12,6% no segmento de empresas e 7,3% no segmento de famílias.
A taxa média de juros das novas contratações atingiu 27,8% a.a. em fevereiro, com diminuição de 0,4 p.p. no mês e de 3,3 p.p. comparativamente ao mesmo período do ano anterior. O spread bancário das novas contratações assinalou 19,2 p.p., com diminuições de 0,3 p.p. no mês e 1,6 p.p. em doze meses.
No crédito com recursos livres, a taxa média de juros atingiu 40,2% a.a. em fevereiro, com decréscimos de 0,3 p.p. no mês e de 3,8 p.p. em doze meses. A redução no mês foi resultado principalmente da efetiva redução nas taxas de juros (efeito taxa), com pequeno efeito contrário na composição da carteira (efeito saldo). Nas operações com empresas, a taxa média alcançou 21,4% a.a., declínio mensal de 0,9 p.p. e de 2,4 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. Basicamente, contribuíram para esse resultado as quedas nas taxas médias das modalidades de desconto de duplicatas e outros recebíveis (‑1,0 p.p.), capital de giro com prazo superior a 365 dias (-0,7 p.p.) e cartão de crédito rotativo (-38,3 p.p.).
No crédito com recursos livres às famílias, a taxa média de juros atingiu 52,5% a.a., com diminuição mensal de 0,1 p.p. e de 6,0 p.p. em doze meses. Esse resultado foi influenciado, basicamente, pelo decréscimo das taxas médias praticadas nas operações de cartão rotativo (-6,8 p.p.) e cartão parcelado (‑3,3 p.p.).
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 21,9% a.a., mantendo-se estável no mês e caindo 0,4 p.p. em 12 meses.
A inadimplência da carteira de crédito total do SFN manteve-se estável em fevereiro, em 3,3%. Na comparação em 12 meses, o indicador também permaneceu estável. Por segmento, os percentuais de inadimplência das carteiras de pessoas jurídicas e de pessoas físicas igualmente mostraram estabilidade, em 2,6% e 3,7%, respectivamente.
No crédito livre, a inadimplência manteve-se estável em 4,6% do total da carteira, comportamento observado também nas carteiras de crédito livre para as empresas e para as famílias, as quais se situaram em 3,3% e 5,5%, respectivamente.
O endividamento das famílias ficou em 48,0% em janeiro, alta de 0,2 p.p. na comparação com o mês anterior e queda de 0,9 p.p. em doze meses. O comprometimento de renda atingiu 25,8% em janeiro, revelando alta de 0,1 p.p. no mês e queda de 1,6 p.p. em 12 meses.
Fonte: Banco Central
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