Em 18 de julho de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta de juros e manter a taxa Selic em 15% ao ano, encerrando uma sequência de sete elevações consecutivas. A decisão, que já era esperada pelo mercado, confirma a postura firme da autoridade monetária frente ao desafio inflacionário.
Essa é a maior taxa básica de juros do Brasil desde julho de 2006, quando a Selic chegou a 15,25% ao ano. O Copom justificou que, embora o ritmo da atividade econômica tenha perdido força, o mercado de trabalho permanece aquecido, o que ainda exige uma política monetária restritiva.
Copom reforça cautela diante de incertezas externas
O comunicado divulgado após a reunião apontou o cenário internacional como um fator relevante de risco, especialmente pelas recentes tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, anunciadas pelo presidente Donald Trump. Apesar de quase 700 exceções na lista, a medida elevou a tensão no mercado e reforçou a necessidade de vigilância da política monetária.
Segundo o Copom, o ambiente externo se mostra “mais adverso e incerto”, exigindo prudência, principalmente por parte dos países emergentes. Também foram destacados os impactos da política fiscal norte-americana e seus efeitos nos ativos financeiros.
Juros altos por mais tempo: estratégia de combate à inflação
De acordo com o Banco Central, a manutenção da Selic no atual nível será prolongada, enquanto se avaliam os efeitos acumulados das altas anteriores. A estratégia tem como objetivo garantir que a inflação convirja para a meta, ainda que isso represente custos econômicos no curto prazo.
“O Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado”, afirmou o comunicado.
Efeitos na economia: crédito mais caro e menor consumo
A Selic elevada afeta diretamente o consumo, o crédito e os investimentos, com repercussões mais severas para as camadas mais pobres da população, que são mais sensíveis ao aumento do custo de vida. Por outro lado, o BC reforça que essa é a melhor ferramenta para controlar a inflação e evitar distorções econômicas no médio e longo prazo.
Perspectivas: taxa Selic deve seguir estável, mas Copom não descarta novos ajustes
Com a inflação ainda resistente e a geopolítica global em estado de alerta, o Copom deixou claro que pode fazer novos ajustes na taxa Selic, caso o cenário piore. A expectativa do mercado é de que o atual patamar seja mantido nas próximas reuniões, com eventuais cortes apenas em 2026, se as condições permitirem.
Fonte: Portal do Cooperativismo Financeiro