Não é exagero afirmar que o cooperativismo está em toda parte. Todos os estados do Brasil e o Distrito Federal possuem cooperativas em seu território. No Espírito Santo, o modelo de negócio marca presença nos 78 municípios do estado, gerando emprego para 9,5 mil pessoas, além de oportunidades, renda e qualidade de vida para os seus mais de 500 mil cooperados.
E esse impacto não é sentido somente pelas pessoas que fazem parte do dia a dia das cooperativas. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Capixaba 2021, publicação lançada pelo Sistema OCB/ES que compila os principais dados desse modelo de negócio no Espírito Santo, 37,8% da população capixaba (1,5 milhão de habitantes) está diretamente ou indiretamente envolvida com o cooperativismo no estado.
“Nosso modelo de negócio tem a capacidade de conectar muitas pessoas, pois preza pela união de esforços em torno de objetivos comuns. O grande alcance do cooperativismo também tem relação com a diversidade de ramos e segmentos de atividade do movimento”, explica o presidente do Sistema OCB/ES, Dr. Pedro Scarpi Melhorim.
No Ramo Agropecuário, por exemplo – um dos sete ramos nos quais as cooperativas atuam – a produção de alimentos por núcleos familiares é comum. Com a comercialização desses itens, não somente os cooperados saem no lucro, mas também toda a sua família. Além disso, muitas vezes a principal fonte de renda da casa advém das atividades econômicas do cooperativismo.
É possível contabilizar também as pessoas que são, todos os anos, beneficiadas por projetos ou ações sociais desenvolvidas pelas cooperativas com atuação no Espírito Santo. Em 2021, por exemplo, as 136 ações de responsabilidade social vinculadas ao Dia de Cooperar (Dia C) que foram desenvolvidas no estado beneficiaram, diretamente, mais de 60 mil pessoas.
Tudo isso sem contar a população que utiliza os produtos e serviços provenientes de cooperativas. Atualmente, as coops estão envolvidas com diversos tipos de negócio, fazendo-se presentes na vida de muito mais pessoas. Da saúde à educação, do transporte ao crédito, da educação ao habitacional, elas fazem a diferença.
Tributos revertidos para a sociedade
A sociedade e as instituições públicas também são impactadas pelo trabalho realizado pelas cooperativas capixabas. Os tributos recolhidos por esses empreendimentos são revertidos em recursos e serviços públicos para a população em âmbito nacional, estadual e municipal.
De acordo com o Anuário do Cooperativismo Capixaba 2021, R$ 429 milhões foram recolhidos em impostos e taxas para receitas públicas pelas cooperativas do Espírito Santo. A União recebeu 70,3% do total arrecado; o Espírito Santo ficou com 23,3%; e os municípios do estado, 6,4%. O cálculo da proporção foi feito com base na distribuição da receita tributária no Brasil.
Movimentação econômica
O cooperativismo movimenta a economia capixaba, gerando impactos positivos para o estado. Ainda segundo a publicação que compila os dados do coop capixaba, os ativos totais das cooperativas permaneceram em rota de crescimento entre 2018 e 2020. No triênio, o aumento foi de 44,2%. Devido à pandemia de Covid- 19, o ritmo de crescimento foi menor, mas ainda assim a média do patrimônio para o período foi de R$ 3,5 bilhões entre 2018 e 2020.
O modelo societário cooperativista tem participação importante no PIB nominal capixaba. Em 2020, o valor da participação foi calculado em 4,7%, tendo um recuo de apenas 0,6% frente à crise econômica causada pela pandemia. Esse fato só reforça a capacidade do cooperativismo de se manter forte economicamente e enfrentar adversidades e crises.
Diversidade de pessoas
O cooperativismo é um modelo de negócio que preza pela diversidade, e isso fica visível na prática. No triênio 2018-2020, dados apontam que as mulheres ocuparam 59,2% do total de postos de trabalhos existentes nas cooperativas capixabas. Em 2020, elas somaram 5.490 colaboradoras frente a 3.754 colaboradores do sexo masculino.
Vale destacar que os valores e princípios do cooperativismo têm se espalhado e alcançado um número cada vez maior de pessoas, entre elas os jovens. No Ramo Crédito, por exemplo, 19,2% dos cooperados têm até 29 anos.
“O Sistema OCB tem trabalhado com comitês de mulheres e jovens para diversificar o quadro de pessoas que atuam no âmbito do cooperativismo brasileiro. No Espírito Santo ainda temos os Núcleos Femininos Cooperativistas. Os resultados já estão surgindo”, ressalta o superintendente do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira.
No que diz respeito ao quadro de colaboradores, as coops capixabas têm se mostrado extremamente preocupadas com a inclusão e contratação de Pessoas com Deficiência (PCDs). Segundo o censo cooperativista do Espírito Santo de 2020, 3% dos colaboradores das cooperativas capixabas são PCDs.
Fonte: ES360
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