O setor de energia cooperativo vive um momento de expansão no Sul do Brasil, com investimentos significativos e maior participação dos governos estaduais para modernizar a infraestrutura elétrica rural e garantir mais competitividade às comunidades atendidas.
No Rio Grande do Sul, foi lançada a 5ª fase do programa Energia Forte no Campo, iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) em parceria com cooperativas de energia. O anúncio ocorreu na Casa do Sistema Ocergs, durante a Expointer, e prevê R$ 369,5 milhões em investimentos, sendo R$ 71,3 milhões provenientes do governo estadual. A nova etapa inclui a conversão de redes monofásicas em trifásicas, adequadas ao uso de tecnologias como ordenha robotizada e irrigação, além da construção de subestações, demanda antiga das cooperativas de energia.
Com a ampliação da contrapartida estadual de 20% para 35% em cada projeto, a expectativa é acelerar obras estruturantes. “O cooperativismo investe no desenvolvimento das comunidades, gerando renda e crescimento econômico no campo. Esse investimento retorna ao Estado em produtividade”, destacou Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs.
Criado em 2020, o programa já beneficiou 123 municípios gaúchos, com 973 km de redes qualificadas e 345 projetos executados, atendendo mais de 12,4 mil unidades consumidoras. Para o governador Eduardo Leite, trata-se de um avanço decisivo: “Damos um passo histórico para o futuro das famílias que vivem e produzem no interior.”
Em Santa Catarina, a mobilização da Fecoerusc e de suas cooperativas associadas resultou na liberação de R$ 22 milhões em recursos estaduais, oficializada em reunião com o governador Jorginho Mello. O valor será dividido entre as filiadas da Federação, beneficiando diretamente mais de 1 milhão de catarinenses.
A medida integra a Política Estadual de Apoio às Cooperativas de Energia Elétrica (PEACESC), que concede crédito presumido de ICMS para incentivar investimentos e modernizar o sistema elétrico. Para Altair Lorival de Mélo, presidente da Coopercocal, o resultado reflete o esforço conjunto do setor: “Esse recurso vem ao encontro das necessidades das cooperativas e vai agilizar ainda mais os trabalhos. É uma grande conquista para todas as 22 cooperativas de infraestrutura, fruto do diálogo constante com o governo.”
Tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina, os investimentos reforçam a relevância econômica das cooperativas de energia. Além de ampliar o acesso e a qualidade da eletrificação rural, elas garantem mais produtividade no campo e fortalecem o desenvolvimento regional.
Fonte: Coopercocal e Sistema Ocergs com adaptações da MundoCoop